O CIRENEU E O (LEVE) FARDO DA CRUZ
O Novo Testamento relata que após o Governador da Judeia, Pôncio Pilatos, ter pronunciado a sentença de morte de Jesus pela crucificação, os soldados conduziram-No para fora da cidade e colocaram uma pesada cruz em Seus ombros, para que Ele a levasse até o cume do monte do Calvário. Jesus, ao carregar a cruz com muita dificuldade, em dado momento sentiu-se fatigado e caiu ao chão, vencido pelo cansaço.
Mas o povo exigia que Ele continuasse a subida. Nisso, Simão de Cirene [cidade da atual Líbia], um homem simples e forte que passava em direção à sua casa, depois de trabalhar no campo, foi solicitado pelo encarregado da execução da pena a prestar auxílio a Jesus. Ao negar ajuda dizendo que tinha pressa, o encarregado gritou-lhe no rosto: "Cão, obedece ao chamado", mostrando-lhe o açoite. Simão atendeu, e colocou parte da cruz nos ombros.
Jesus (e o Cireneu) carregando a Cruz (c.1535), de Sebastiano del Piombo.
Ao chegar ao topo do monte, Simão explicou a Jesus que a sua pressa era por ter em casa uma filha cega e muda, precisando de ajuda. E disse-lhe: "Sei que estás inocente; ampara-me e alivia a dor que me atormenta o lar". Jesus, então, fez-lhe um aceno de ternura e falou: "Simão, guarda a fé, sobretudo, pois todo o bem que se faz é uma luz no caminho".
Ao voltar a casa, o Cirineu teve uma surpresa ao ser recebido pela filha que era muda, dizendo-lhe: "Oh, pai, uma luz veio a mim. Agora vejo e falo, acabou-se a tristeza, e tenho a impressão de que a Terra é um formoso jardim". Simão começou a chorar, reconhecendo que o bem, mesmo forçado a praticar, é uma força atraindo a ajuda do céu. Este fato, ditado pela poetisa Maria Dolores a Chico Xavier, está no livro "A Vida Conta".
Cristo carregando a Cruz (auxiliado pelo próprio artista) (1570-75), de Ticiano.
Por último, lembremos as palavras de Jesus, quando disse que, ao ajudarmos os mais pequeninos dos nossos irmãos em humanidade, ou seja, os famintos, os sem roupa, doentes, os sem casa para abrigá-los, estaríamos ajudando a Ele mesmo (Jesus). Com base nisso, e seguindo o exemplo do Cirineu, ao aliviarmos o peso da cruz desses nossos irmãos sofredores, estaremos consequentemente aliviando a cruz do próprio Cristo.
(Coluna de Gerson Simões Monteiro ao Jornal Extra-RJ, 08 de abril de 2012, com adição)
Analisando bem os fatos que marcam a Paixão de Cristo, você há de convir que Judas foi mais um traído do que propriamente um traidor. A afirmação tem base no diálogo entre ele e Tiago, no dia anterior à prisão de Jesus, no qual Judas revela o seu plano de simplesmente apressar o triunfo mundano do Cristianismo, e não o de eliminar seu Mestre, que amava profundamente. Esta informação é do Espírito Humberto de Campos, publicada no livro Boa Nova, psicografado pelo médium Chico Xavier, no capítulo “A Ilusão do Discípulo”.
A prova disso está no fato de que Judas Iscariotes, ao receber do Sinédrio as trinta moedas de prata como pagamento para entregar Jesus, não esperava receber o fel da amarga desilusão, ao ver o Cristo duramente torturado. Ao perceber a traição dos fariseus, pois não era isso que desejava para o seu Mestre, ele de imediato foi devolver as moedas recebidas para desfazer o acordo infeliz. Nesta oportunidade, porém, recebeu em troca a expressão de deboche dos príncipes dos sacerdotes: “Isso é contigo”. Nada mais restava fazer para salvar o Mestre dos Mestres. Infelizmente o plano sinistro estava consumado!
Pintura de Hubert von Herkomer, de 1879, retratando Judas devolvendo, em vão, aos sacerdotes fariseus, as trinta moedas de prata pela traição de Cristo (o preço de um escravo naquela época).
Foi então que Judas, depois de assistir de longe todo o desenrolar das cenas humilhantes do Calvário, levado por tremendo remorso, cometeu o suicídio. Embora tivesse sido movido pela vaidade e pela ambição política, Judas teria sido realmente um traidor caso tivesse arquitetado o plano cruel da crucificação, coisa que jamais pensara. E cá para nós, se ele tivesse mesmo o firme propósito de trair o Cristo para levá-lo à morte, com o fim de liderar os outros apóstolos na divulgação do Cristianismo, Judas sentiria tamanho remorso a ponto de se enforcar? É claro que não, pois não haveria nenhuma razão para ele se matar.
Porém, Jesus, após a sua morte na cruz e tocado de infinita compaixão, foi ao encontro do espírito enlouquecido de Judas, permanecendo três dias ao seu lado até que ele adormecesse, conforme revelação da poetisa desencarnada Maria Dolores, no livro Coração e Vida, psicografado por Chico Xavier. Só depois desse gesto de amor e de perdão é que Jesus apareceu materializado a Maria Madalena, segundo o Evangelho de João (Cap.20: 11 a 18).
(Coluna de Gerson Simões Monteiro ao Jornal Extra-RJ, 20 de março de 2005)
Certo tempo depois, o Iscariotes foi finalmente resgatado da zona umbralina dos suicidas conforme deu testemunho outro belo poema de Maria Dolores:
Certo tempo depois, o Iscariotes foi finalmente resgatado da zona umbralina dos suicidas conforme deu testemunho outro belo poema de Maria Dolores:
Retrato de Mãe
Depois de muito tempo,
Sobre os quadros sombrios do Calvário,
Judas, cego no Além, errava solitário...
Era triste a paisagem,
O céu era nevoento...
O céu era nevoento...
Cansado de remorso e sofrimento,
Sentara-se a chorar...
Nisso, nobre mulher de planos superiores,
Nimbada de celestes esplendores,
Que ele não conseguia divisar,
Chega e afaga a cabeça do infeliz.
Em seguida, num tom de carinho profundo,
Quase que, em oração, ela lhe diz:
- Meu filho, por que choras?
Acaso não sabeis? - replica o interpelado,
Claramente agressivo,
- Sou um morto e estou vivo.
Matei-me e novamente estou de pé,
Sem consolo, sem lar, sem amor e sem fé...
Não ouvistes falar em Judas, o traidor?
Sou eu que aniquilei a vida do Senhor...
A principio, julguei
Poder fazê-lo rei,
Poder fazê-lo rei,
Mas apenas lhe impus
Sacrifício, martírio, sangue e cruz.
Sacrifício, martírio, sangue e cruz.
E em flagelo e aflição
Eis a que a minha vida agora se reduz...
Afastai-vos de mim,
Deixai-me padecer neste inferno sem fim...
Nada me pergunteis, retirai-vos senhora,
Nada sabeis da mágoa que me agita,
Nunca penetrareis minha dor infinita...
O assunto que lastimo é unicamente meu...
No entanto, a dama calma respondeu:
-Meu filho, sei que sofres, sei que lutas,
Sei a dor que te causa o remorso que escutas,
Venho apenas falar-te
Venho apenas falar-te
Que Deus é sempre amor em toda parte...
E acrescentou serena:
- A bondade do Céu jamais condena;
Venho por mãe a ti, buscando um filho amado.
Sofre com paciência a dor e a prova;
Terás em breve, uma existência nova...
Não te sintas sozinho ou desprezado.
Judas interrompeu-a e bradou rude e pasmo:
-Mãe? Não me venhais aqui com mentira e sarcasmo.
Depois de me enforcar num galho de figueira,
Para acordar na dor,
Sem mais poder fugir à vida verdadeira,
Fui procurar consolo e força de viver
Ao pé da pobre mãe que me forjara o ser!..
Ela me viu chorando e escutou meus lamentos,
Mas teve medo de meus sofrimentos
Expulsou-me a esconjuros,
Chamou-me monstro, por sinal,
Disse que eu era
Unicamente o espírito do mal;
Intimou-me a terrível retrocesso,
Mandando que apressasse o meu regresso
Para a zona infernal, de onde, por certo, eu vinha...
Ah! Detesto lembrar a horrível mãe que eu tinha...
Não me faleis de mães, não me faleis de amor...
Sou apenas um monstro sofredor...
- Inda assim - disse a dama docemente -
Por mais que me recuses, não me altero;
Amo-te, filho meu, amo-te e quero
Ver-te de novo, a vida
Maravilhosamente revestida
De paz e luz, de fé e elevação...
Virás comigo à Terra,
Perderás, pouco a pouco, o ânimo violento,
Terás o coração
Nas águas de bendito esquecimento.
Numa nova existência de esperança,
Levar-te-ei comigo
A remansoso abrigo,
Dar-te-ei outra mãe! Pensa e descansa!..
E Judas, nesse instante,
Como quem olvidasse a própria dor gigante
Ou como quem se desagarra
De pesadelo atroz,
Perguntou: - Quem sois vós?
Que me falais assim, sabendo-me traidor?
Sois a divina Mulher, irradiando amor.
Ou anjo celestial de quem pressinto a luz?!
No entanto, ela a fitá-lo, frente a frente,
Respondeu simplesmente:
- Meu filho, eu sou Maria, sou a mãe de Jesus.
(Espírito Maria Dolores em "Momentos de Ouro", Espíritos diversos pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, São Bernardo do Campo-SP, GEEM, 1ª ed. 1977)
Segundo o Espírito Humberto de Campos, pelo médium Chico Xavier, a última reencarnação de Judas Iscariotes na Terra foi da conhecida heroína francesa Joana d'Arc, queimada nas fogueiras inquisitoriais do século XV, conforme mensagem apresentada no livro "Crônicas de Além Túmulo". Visto isso, lamentamos que no Sábado de Aleluia bonecos lembrando Judas ainda são queimados nas ruas.
(Gerson S. Monteiro, op. cit., com modificações)
Para se aprofundar mais no assunto sobre Joana d'Arc: http://jensoares.blogspot.com.br/p/de-judas-joana-redencao-do-traidor.html
(Gerson S. Monteiro, op. cit., com modificações)
Para se aprofundar mais no assunto sobre Joana d'Arc: http://jensoares.blogspot.com.br/p/de-judas-joana-redencao-do-traidor.html
Como nos enternece saber o poder do perdao.Jesus vai ate "os vales infernais",socorre Judas e ste adormeceapos Jesus dizer que ele teria os seculos para se redimir.Maria,mae deJesus , resgata Judas "no vale dos ssuicida.O amor eo perdao sao os recursos que esta ao alcance de todos nos.Jesus,noso modelo e guia.
ResponderExcluirQue heresia linda. Hahaha
ResponderExcluir