Lar, Doce Lar (c.1860), de George Dunlop Leslie.
[...] a educação, com o cultivo da inteligência e com o aperfeiçoamento do campo íntimo, em exaltação de conhecimento e bondade, saber e virtude, não será conseguida tão-só à força de instrução, que se imponha de fora para dentro, mas sim com a consciente adesão da vontade [...].
(Do livro Pensamento e Vida, do Espírito Emmanuel, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier)
***
Educar é formar homens de Bem, e não apenas instruí-los.
(Trecho da mensagem do Espírito Fénelon, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, organização de Allan Kardec)
***
Educar é formar homens de Bem, e não apenas instruí-los.
(Trecho da mensagem do Espírito Fénelon, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, organização de Allan Kardec)
Educar NÃO é o mesmo que instruir.
A Instrução está vinculada diretamente ao saber e, sobretudo em nossos dias, ao conhecimento tecno-científico.
Já a Educação é um conjunto de normas pedagógicas ao desenvolvimento do corpo e do espírito, ou seja, algo além da Instrução, que está vinculado ao cultivar da (boa) conduta moral e da ética.
A Estória de Cachinhos Dourados (c.1870), de Seymour Joseph Guy.
As gerações futuras não aceitarão ou não se intimidarão facilmente a qualquer preceito, sobretudo mal-fundamentado, dado por seus precedentes.
Testemunhamos que, em modo geral, a violência e o tráfico e uso de tóxicos progrediu apesar das melhorias sócio-econômicas presenciadas recentemente em nosso país. Portanto, as causas desse problema, como de muitos outros, não são materiais, porém morais e éticos. A Educação é condição sine qua non à solução (de médio a longo prazo) à maior parte dos problemas de qualquer sociedade.
Analisando a Educação na Cultura Ocidental
A Educação Clássica ou greco-romana formou o cidadão, o homem vinculado à cidade e suas leis, servidor do Estado ou Império;
Horácio e Lídia (1924), de John Maler Collier.
a Educação Medieval formou o cristão, o homem submisso a Cristo e sujeito à Igreja, à autoridade desta e aos regulamentos eclesiásticos;
a Educação Renascentista formou o gentil-homem, sujeito às etiquetas e normas sociais, apegado à cultura mundana;
Fausto e Margarida (1857), de Lawrence Alma-Tadema.
a Educação Renascentista formou o gentil-homem, sujeito às etiquetas e normas sociais, apegado à cultura mundana;
Uma Fábula do Decamerão (1916), de John William Waterhouse.
a Educação Moderna formou o homem esclarecido, amante das Ciências e Artes, céptico ao campo religioso, vagamente deísta em fase de transição para o materialismo;
Visitantes em Londres (c.1874), de James Tissot.
A evolução histórica da família ocidental mostra que até o século XVII as crianças eram consideradas pequenos adultos, muitas não eram criadas pelos pais, casavam e produziam filhos já na adolescência, visto que a maior parte das pessoas vivia bem menos do que hoje.
No século XVIII, isso mudou. A família burguesa fechou-se em si mesma, dentro de casa. O lar virou um santuário e a criança o centro dos cuidados e das atenções. Foi o nascimento do sentimento infanto-juvenil, do universo pueril, da inocência, dentro de um grupo que agora tinha como laços o afeto e o prazer da convivência. A criança é o eixo do sentimento moderno de família, por isso não são vistas como pessoas más.
(Texto adaptado do artigo de Martha Mendonça para a revista Época, 01/04/2010)
A evolução histórica da família ocidental mostra que até o século XVII as crianças eram consideradas pequenos adultos, muitas não eram criadas pelos pais, casavam e produziam filhos já na adolescência, visto que a maior parte das pessoas vivia bem menos do que hoje.
No século XVIII, isso mudou. A família burguesa fechou-se em si mesma, dentro de casa. O lar virou um santuário e a criança o centro dos cuidados e das atenções. Foi o nascimento do sentimento infanto-juvenil, do universo pueril, da inocência, dentro de um grupo que agora tinha como laços o afeto e o prazer da convivência. A criança é o eixo do sentimento moderno de família, por isso não são vistas como pessoas más.
(Texto adaptado do artigo de Martha Mendonça para a revista Época, 01/04/2010)
a Educação Contemporânea formou o homem psicológico do nosso tempo, ansioso por se libertar das angústias e traumas psíquicos do passado, substituindo o confessionário pelo consultório psiquiátrico e psicoanalítico, reduzindo a religião a mera convenção pragmática (Deus está morto!).
A Confissão (1902), de John Collier.
EDUCAÇÃO-INSTRUÇÃO NÃO É O MESMO DO QUE EDUCAÇÃO-ÉTICA
Após o término da segunda guerra mundial, esta carta foi encontrada num campo de concentração nazista, contendo a seguinte mensagem dirigida aos professores:
“Prezado Professor, sou sobrevivente de um campo de concentração. Meus olhos viram o que nenhum homem deveria ver. Câmaras de gás construídas por engenheiros formados. Crianças envenenadas por médicos diplomados. Recém-nascidos mortos por enfermeiras treinadas. Mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados de colégios e universidades. Assim, tenho minhas suspeitas sobre a Educação. Meu pedido é: ajude seus alunos a tornarem-se humanos. Seus esforços nunca deverão produzir monstros treinados ou psicopatas hábeis. Ler, escrever e saber aritmética, só serão importantes se fizerem nossas crianças mais humanas.”
Autor Anônimo
DICAS:
Na linha de produção de más notícias em que o Brasil se embrenhou nos últimos tempos, uma em particular comove. Não trata diretamente da tragédia nossa de cada dia, mas de uma melancolia permanente que põe em risco o futuro. Na semana passada, a Rede Nossa São Paulo e o Ibope tornaram pública uma consulta sobre a percepção de bem-estar da população infanto-juvenil da capital paulista. Os pesquisadores conversaram com 805 crianças e adolescentes, com idade entre 10 e 17 anos, na segunda quinzena de junho passado. O resultado deu medo. Literalmente. Os miúdos temem assalto, tráfico de drogas, polícia, racismo, bullying, sair à noite, atropelamento, trânsito, andar de ônibus, trem e metrô, alagamento, multidão, torcidas de futebol.
A franqueza dos meninos deveria fazer disparar sensores de tristeza e vergonha dos adultos brasileiros. Fomos nós que fracassamos na missão de construir cidades acolhedoras para os que chegariam. Em década e meia, pavimentamos cenários de terror e parimos uma geração amedrontada. O ambiente urbano é hostil a ponto de 49% das crianças e dos jovens dizerem que, se pudessem, trocariam de município; 49% ficariam; 2% não responderam.
Sim, a pesquisa foi feita em São Paulo. Mas o espelho da autocrítica sugere que o resultado não seria muito diferente em outras grandes regiões metropolitanas, que igualmente padecem com violência, intolerância e má qualidade dos serviços. O rol de temores une brasileirinhos de Norte a Sul, numa nefasta irmandade.
No Rio de Janeiro, o Departamento de Psiquiatria Infantil da Santa Casa conseguiu contabilizar casos de depressão e ansiedade causados por violência e bullying. De 2011 a 2014, o setor avaliou 3.400 meninos e meninas. Quatro em cada dez crianças (42%) em tratamento por transtornos ansiosos foram vítimas de agressões, físicas ou verbais, ou souberam de algum episódio envolvendo familiares. Dos depressivos, 27% sofreram violência e 3% tinham história de abuso.
Fabio Barbirato, chefe da Psiquiatria Infantil da Santa Casa, diz que a violência é nociva mesmo quando distante. O assassinato da pequena Isabella Nardoni, pelo pai e a madrasta, em 2008, em São Paulo, assombrou crianças Brasil afora. O massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, que deixou 12 mortos, quatro anos atrás, em Realengo, Zona Oeste do Rio, abalou autoestima e percepção de segurança de meninos e meninas de diferentes áreas da cidade. Efeito semelhante teve a morte do médico Jaime Gold, roubado e esfaqueado quando pedalava na Lagoa, há dois meses.
De um lado, crianças e adolescentes enfrentam a violência sofrida (ou praticada) por parentes e conhecidos. De outro, recebem via noticiário e redes sociais informações sobre crimes, atos de intolerância, tensão urbana. “São fatores que aumentam o medo e favorecem a ocorrência de transtornos psiquiátricos”, diz Barbirato, da Santa Casa. Em casa, o especialista recomenda atenção a sinais de melancolia, isolamento, preocupação exagerada, resistência a sair de casa.
Já a responsabilidade pela construção de uma cidade amistosa é de todos. Deveria unir autoridades e cidadãos. Na pesquisa Nossa Rede/Ibope, os jovens deram nota 5,4 ao modo como as pessoas se relacionam e ao respeito às diferenças de cor, religião, cultura. Falta muito para o dez. O recado está dado.
Coluna de Flavia Oliveira em 29/07/2015: http://blogs.oglobo.globo.com/flavia-oliveira/post/os-adultos-falharam.html
O filósofo e ensaísta franco-americano George Steiner
denunciou que a má educação ameaça o futuro dos jovens
Entrevista completa: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/06/29/cultura/1467214901_163889.html
A geração Y e a nova evangelização
EDUCAÇÃO-INSTRUÇÃO NÃO É O MESMO DO QUE EDUCAÇÃO-ÉTICA
Após o término da segunda guerra mundial, esta carta foi encontrada num campo de concentração nazista, contendo a seguinte mensagem dirigida aos professores:
“Prezado Professor, sou sobrevivente de um campo de concentração. Meus olhos viram o que nenhum homem deveria ver. Câmaras de gás construídas por engenheiros formados. Crianças envenenadas por médicos diplomados. Recém-nascidos mortos por enfermeiras treinadas. Mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados de colégios e universidades. Assim, tenho minhas suspeitas sobre a Educação. Meu pedido é: ajude seus alunos a tornarem-se humanos. Seus esforços nunca deverão produzir monstros treinados ou psicopatas hábeis. Ler, escrever e saber aritmética, só serão importantes se fizerem nossas crianças mais humanas.”
Autor Anônimo
DICAS:
A resposta dada ao bilhete de uma professora do ensino fundamental, que pede para que os pais cumpram sua parte como educadores morais (educação extraclasse), demonstra bem a ideia errada que muitas pessoas têm sobre a educação na escola.
EDUCAR É CONSTRUIR,
NÃO DESTRUIR.
OS ADULTOS FALHARAM
Sensação de medo e transtornos psiquiátricos em crianças e adolescentes constrangem quem não viabilizou cidades melhores
Na linha de produção de más notícias em que o Brasil se embrenhou nos últimos tempos, uma em particular comove. Não trata diretamente da tragédia nossa de cada dia, mas de uma melancolia permanente que põe em risco o futuro. Na semana passada, a Rede Nossa São Paulo e o Ibope tornaram pública uma consulta sobre a percepção de bem-estar da população infanto-juvenil da capital paulista. Os pesquisadores conversaram com 805 crianças e adolescentes, com idade entre 10 e 17 anos, na segunda quinzena de junho passado. O resultado deu medo. Literalmente. Os miúdos temem assalto, tráfico de drogas, polícia, racismo, bullying, sair à noite, atropelamento, trânsito, andar de ônibus, trem e metrô, alagamento, multidão, torcidas de futebol.
A franqueza dos meninos deveria fazer disparar sensores de tristeza e vergonha dos adultos brasileiros. Fomos nós que fracassamos na missão de construir cidades acolhedoras para os que chegariam. Em década e meia, pavimentamos cenários de terror e parimos uma geração amedrontada. O ambiente urbano é hostil a ponto de 49% das crianças e dos jovens dizerem que, se pudessem, trocariam de município; 49% ficariam; 2% não responderam.
Sim, a pesquisa foi feita em São Paulo. Mas o espelho da autocrítica sugere que o resultado não seria muito diferente em outras grandes regiões metropolitanas, que igualmente padecem com violência, intolerância e má qualidade dos serviços. O rol de temores une brasileirinhos de Norte a Sul, numa nefasta irmandade.
No Rio de Janeiro, o Departamento de Psiquiatria Infantil da Santa Casa conseguiu contabilizar casos de depressão e ansiedade causados por violência e bullying. De 2011 a 2014, o setor avaliou 3.400 meninos e meninas. Quatro em cada dez crianças (42%) em tratamento por transtornos ansiosos foram vítimas de agressões, físicas ou verbais, ou souberam de algum episódio envolvendo familiares. Dos depressivos, 27% sofreram violência e 3% tinham história de abuso.
Fabio Barbirato, chefe da Psiquiatria Infantil da Santa Casa, diz que a violência é nociva mesmo quando distante. O assassinato da pequena Isabella Nardoni, pelo pai e a madrasta, em 2008, em São Paulo, assombrou crianças Brasil afora. O massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, que deixou 12 mortos, quatro anos atrás, em Realengo, Zona Oeste do Rio, abalou autoestima e percepção de segurança de meninos e meninas de diferentes áreas da cidade. Efeito semelhante teve a morte do médico Jaime Gold, roubado e esfaqueado quando pedalava na Lagoa, há dois meses.
De um lado, crianças e adolescentes enfrentam a violência sofrida (ou praticada) por parentes e conhecidos. De outro, recebem via noticiário e redes sociais informações sobre crimes, atos de intolerância, tensão urbana. “São fatores que aumentam o medo e favorecem a ocorrência de transtornos psiquiátricos”, diz Barbirato, da Santa Casa. Em casa, o especialista recomenda atenção a sinais de melancolia, isolamento, preocupação exagerada, resistência a sair de casa.
Já a responsabilidade pela construção de uma cidade amistosa é de todos. Deveria unir autoridades e cidadãos. Na pesquisa Nossa Rede/Ibope, os jovens deram nota 5,4 ao modo como as pessoas se relacionam e ao respeito às diferenças de cor, religião, cultura. Falta muito para o dez. O recado está dado.
Coluna de Flavia Oliveira em 29/07/2015: http://blogs.oglobo.globo.com/flavia-oliveira/post/os-adultos-falharam.html
O filósofo e ensaísta franco-americano George Steiner
denunciou que a má educação ameaça o futuro dos jovens
... Estou enojado com a educação escolar de hoje, que é uma fábrica de incultos e que não respeita a memória. E que não faz nada para que as crianças aprendam as coisas com a memorização. O poema que vive em nós, vive conosco, muda conosco e tem a ver com uma função muito mais profunda do que a do cérebro. Representa a sensibilidade, a personalidade.
[...]
Pergunta. ... Não estamos educando nossos filhos com muita pressa?
Resposta. Deixe-me ampliar esta questão e dizer-lhe algo: estamos matando os sonhos de nossos filhos. Quando eu era criança, existia a possibilidade de cometer grandes erros. O ser humano os cometeu: o fascismo, o nazismo, o comunismo... Mas, se você não pode cometer erros quando jovem, nunca se tornará um ser humano completo e puro. Os erros e esperanças desfeitas nos ajudam a completar o estágio adulto. Nós erramos em tudo, no fascismo e no comunismo e, na minha opinião, também no sionismo. Mas é muito mais importante cometer erros do que tentar entender tudo desde o início e de uma vez só. É dramático ter claro aos 18 anos o que você tem que fazer e o que não.
Muitos dizem que as utopias são idiotices. Mas, em qualquer caso, serão idiotices vitais. Um professor que não deixa seus alunos pensar em utopias e errar é um péssimo professor.
[...]
P. Não está claro por que o erro tem uma fama tão ruim, mas o fato é que essas sociedades extremamente utilitaristas e competitivas possuem essa imagem negativa.
R. O erro é o ponto de partida da criação. Se temos medo de cometer erros, nunca podemos assumir os grandes desafios, os riscos. É que o erro retornará? É possível, é possível, existem alguns sinais. Mas ser jovem hoje em dia não é fácil.
O que estamos deixando a eles? Nada. Incluindo a Europa, que já não tem mais nada para lhes oferecer. O dinheiro nunca falou tão alto quanto agora. O cheiro do dinheiro nos sufoca, e isso não tem nada a ver com o capitalismo ou o marxismo. Quando eu estudava, as pessoas queriam ser membros do Parlamento, funcionários públicos, professores... Hoje mesmo a criança cheira o dinheiro, e o único objetivo já parece querer ser rico. E a isso se soma o enorme desprezo dos políticos em relação aos que não têm dinheiro. Para eles, somos apenas uns pobres idiotas. E isso Karl Marx viu com bastante antecedência. No entanto, nem Freud nem a psicanálise, com toda sua capacidade de análise dos traços patológicos, foram capazes de compreender nada disso.
Entrevista completa: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/06/29/cultura/1467214901_163889.html
A geração Y e a nova evangelização
Tornou-se
corriqueira a nomenclatura que define características das últimas gerações. Os
que nasceram no pós-guerra [Segunda Guerra Mundial] até 1960 são os baby boomers [bebês nascidos do
vertiginoso aumento da taxa de natalidade, “boom”, logo após 1945], geração que
se opôs às regras do establishment
[ordem estabelecida, sistema].
Geração dos hippies, dos yuppies [termo
surgido nos anos 1980: dentre outros aspectos, são jovens profissionais,
geralmente executivos, de situação financeira confortável e comportamento
consumista], do paz e amor que deu
início à revolução sexual.
Os
nascidos entre [19]61 a [19]80 formam a geração X. São filhos de mães que
trabalham fora de casa, pais ausentes ou divorciados. São mais influenciados
pelos valores da TV, da escola e dos amigos do que os dois pais e desejam ser
mais bem sucedidos na vida que eles. É a primeira geração a tomar contato com a
mentalidade trazida pela tecnologia, no Brasil ainda restrita a ambiente de
trabalho e estudo, com seus enormes e complicados computadores.
Em
seguida, vem a geração Y, ou millenials
["geração do milênio", início do terceiro milênio]. Nascidos entre 1981 e 2000
[...]. É a geração sob o influxo das indescritivelmente rápidas mudanças
tecnológicas. Geração dos PCs, dos laptops,
dos celulares, dos i-phones, dos games e, sobretudo, das redes sociais, facebook, instagram e congêneres. É a geração cuja adolescência e juventude
estão imersas no frenético, individualista, relativista e amoral mundo
contemporâneo.
Como
são os millenials? De que forma foram
atingidos pelo boom tecnológico que
nos cerca por todos os lados? De que forma a modernidade os atingiu? [...].
[...]
A
geração eu, eu, eu – enquanto os baby
boomers teriam inaugurado a geração do eu, os millenials teriam exponenciado essa centralização em si em, pelo
menos, três vezes, segundo pesquisa.
Personalidade narcisística – seria três vezes mais recorrente que nas gerações
anteriores. Os pais baby boomers
tinham a preocupação de favorecer a autoestima positiva de seus filhos tendo em
vista o que consideravam felicidade e sucesso. O resultado foi a criação
involuntária de gerações cada vez mais narcisistas.
Onipotência – os millenials
têm confiança exagerada em si mesmos, sentem-se onipotentes, o que os faz
necessitarem cada vez menos dos adultos, mudarem de emprego simplesmente porque
“estão a fim” e se arriscarem a viver indiferentes ao senso comum e regras
sociais.
Adolescência tardia – os millenials
tendem a ficar na casa dos pais durante mais tempo, não porque precisem deles,
mas por pura acomodação, comodismo e ausência de planos de longo prazo. Com
relação a autoridades como [a dos] professores, são capazes de negar-se a dar
respostas ou fazer exercícios porque são “muito chatos” e com isso encerram a
discussão [talvez uma espécie de síndrome de peter pan].
Obsessão pela fama – “A geração Y está
se inflando como balões no facebook”, afirma W. Keith Campbell, professor de
psicologia na Universidade de Georgia, autor de vários livros sobre o tema,
inclusive “Quando se ama alguém que só
ama a si mesmo”. Os millenials
têm nos móveis e paredes de seus quartos e mídias sociais avassaladora
quantidade de fotos e informações sobre si mesmos. Falar sobre si mesmos é seu
principal assunto. Apressam-se a postar qualquer coisa que os façam curtidos,
encaminhados, compartilhados, enfim, famosos. O apreço pela fama instantânea
leva-os a expor-se sem ponderações, através de fotos e vídeos bizarros, sexy,
que mostre seu talento ou que, de certa forma, chame atenção [da natureza dos
participantes de reality shows na TV].
Adictos da tecnologia – manter a fama ou alçar-se a ela só é possível porque os
millenials tornam-se viciados em
tecnologia [alguns são chamados de geeks].
Estima-se que um millenial envie em
média 80 mensagens de celular por dia, inclusive das salas de aula.
Como
tendem a não respeitar as autoridades (que veem como pessoas pagas para
servi-los), não obedecem quando lhe pedem para desligar ou não utilizar o
celular, o i-pad, o tablet ou o i-phone.
Pouco comprometidos – tudo o que está acima mais uma forte tendência ao
materialismo, que os faz ignorar a existência de Deus ou acreditar quando lhe
convém ou quando está “a fim”, tem como uma das consequências o pouco
comprometimento com valores ou pessoas que não sejam eles mesmos e a tela com a
qual ‘se comunicam” ou que lhes serve para a fama. Compromisso fixo semanal ou
mensal não é com eles. Compromissos mais sérios como casamento, emprego fixo ou
de longo prazo, compromisso com os pais e sua hierarquia de valores, com a fé e
instituições tendem a desaparecer do mundo artificial e centrado em si dos millenials.
[...]
Há, certamente, muitos que nasceram entre 1980 e 2000 e, por alguma razão, não
têm as características descritas pelos estudiosos. Dentre outros, são aqueles
que tiveram uma [forte] experiência [religiosa ou espiritualista], os que não
têm acesso irrestrito à internet ou aqueles cujos pais conseguiram formar na fé
desde crianças [foram educados sem que os valores materialistas fossem
priorizados].
[...]
[...]
o Evangelho que transforma é o do olho no olho [sem o intermédio da tela do
computador ou celular], da amizade, da relação, do amor. Tudo isso falta aos millenials típicos [...].
Artigo
de Maria Emmir Nogueira, do jornal católico Folha
Paroquial, Rio de Janeiro: nov. 2014, pág. 14, com adições posteriores.
Nesse breve esboço o processo histórico-educacional e suas consequências, a priori apresenta-se como uma visão negativa quanto a Educação ligada ao aspecto moral-espiritualista, mas se refletirmos a respeito veremos o contrário.
O Segredo (1876), de William-Adolphe Bouguereau.
Maior conhecimento envolve maiores responsabilidades. Para que cada geração se torne melhor que a anterior, o saber jamais deve vir desacompanhado dos bons sentimentos e atos. Eis o divino legado à Humanidade futura.
Do homem submisso ao Estado ou a Deus, preso às leis, regras e convenções que o amoldam e desfiguram, avançamos para o homem livre, responsável por si mesmo, que chega a se revoltar contra o próprio Deus no seu profundo anseio de liberdade, mas sempre em busca da sua afirmação como Ser.
A Proposta da Educação Espírita,
(uma faceta da Nova Educação)
(uma faceta da Nova Educação)
Essa afirmação é a que nos traz o Espiritismo com as provas científicas da sobrevivência e a perspectiva da imortalidade, com a desmistificação da morte, com a racionalização do nebuloso conceito de Deus e de suas relações com o homem, com o esclarecimento decisivo do destino das pessoas e da razão de ser da vida e suas vicissitudes.
Tentação (1880), de William-Adolphe Bouguereau.
No lugar da superproteção, propõe-se aos mais velhos esclarecer sinceramente os mais novos sobre os vícios e virtudes da vida, além de dar o bom exemplo na prática.
Cabe formarmos o homem consciente do futuro, que já começa a aparecer na Terra, senhor de si, responsável direto e único dos seus atos, mas ao mesmo tempo reverente a Deus, no qual reconhece a inteligência suprema do Universo, causa primária de todas as coisas (ver KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos, questão 1).
Alice no País das Maravilhas (1879), de George Dunlop Leslie.
A Nova Educação é esclarecedora às gerações futuras sem desrespeitar o tempo de maturação delas, ao mesmo tempo que evita infantilizá-las chamando atenção para o assumir das responsabilidades.
Não é mais possível educar as gerações novas segundo os modelos anteriores de Educação. Daí a rebeldia que vemos nas escolas, a inquietação da juventude, insatisfeita com a ordem social e cultural, ambas obsoletas, em que se encontram. Como afirmou o epistemólogo suíço Jean Piaget (1896-1980):
O verdadeiro professor não é quem ensina, mas quem desperta no aluno a vontade de aprender.
O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram. Pessoas que sejam criativas, inventoras, descobridoras. O segundo objetivo da educação é formar mentes que tenham condições de verificar, criticar e não aceitar tudo que a elas se propõe...
Fonte: PIAGET, A Formação do Símbolo na Criança (1945).
A história da educação no Brasil é um acúmulo de omissões e até mesmo de ações propositais que resultaram numa situação de extrema desigualdade social, com um analfabetismo ou um analfabetismo funcional endêmicos, um vergonhoso estado geral de ignorância e de desprezo pelo conhecimento.
Para quem analisar nossa história, fica claro que a proibição do voto aos analfabetos sempre foi intencional, pois o governante somente tinha de prestar satisfações a uma minoria privilegiada, da qual esse mesmo governante provinha. Como a maioria era analfabeta, e não tinha voz nem voto, o governante só poderia ser alijado do poder pela ínfima minoria para quem governava, e podia desprezar solenemente as necessidades da imensa maioria dos brasileiros, aumentando assim, ano a ano, século a século, o abismo social que nos define.
A exclusão brasileira foi criada propositalmente pela reserva do acesso à educação somente a uma parcela dos brasileiros, porque só há uma riqueza a distribuir, e essa riqueza é o acesso a uma educação de qualidade.
Felizmente, depois de três séculos de domínio e de espoliação colonial, mais quase outros dois séculos de manutenção do mesmo estado de exclusão, primeiro imperial, depois de republiquetas e/ou de ditaduras em que a reserva da educação para poucos continuava a ser usada com fator de "proteção" da elite, o Brasil vem tentando construir um estado democrático há cerca de trinta anos.
Pela primeira vez em nossa história, o voto foi estendido a todos os brasileiros, e o direito à escolarização tornou-se universal, com a oferta de vagas no ensino fundamental a todas as nossas crianças. Agora, em pleno século 21, consolidar essa democracia afinal conquistada é um trabalho hercúleo, uma obrigação de todos os brasileiros. Sabemos que, mais que nunca, o passaporte para um futuro feliz e realizado é o acesso a uma educação de qualidade.
Agora, finalmente, conseguimos oferecer vagas na escola pública para cada criança, mas essa cultura do atraso faz com que os despossuídos encarem a frequência escolar não como um direito libertador, mas como uma obrigação. Tantos séculos de atraso acabaram por fazer com que a maioria de nós, os despossuídos da história, sequer tenhamos ganas de reivindicar nosso direito à educação.
Muitas famílias enviam seus filhos à escola de má vontade, alguns somente para cumprir as exigências das bolsas-família, e as próprias crianças festejam quando algum professor falta à aula e elas podem ficar brincando à vontade no recreio. Séculos de exclusão não criaram um anseio por este direito por parte dos próprios excluídos!
A maioria dos pais dessas crianças está disposta a fazer sacrifícios para comprar um tênis de grife para seu filho, mas protesta quando tem de gastar qualquer quantia para comprar-lhe um livrinho sequer. Isso significa que a família brasileira acha mais importante investir no pé do que na cabeça do seu próprio filho...
Como reverter esse quadro? Como incutir na consciência das famílias que a felicidade e a riqueza só podem ser conquistadas pelo conhecimento, pelo acesso à ciência, à tecnologia? Como poderemos obrigar o brasileiro a ser feliz?
Acredito que obrigar é impossível. Enquanto tentarmos enfiar o conhecimento goela abaixo de nossas crianças como um purgante, utilizando as punições, as suspensões e as reprovações como instrumentos de persuasão, só teremos fracassos pela frente.
Nossa escola tem de ser fascinante, atraente, cheirosa, utilizando como fator de atração a literatura infantil e juvenil hoje produzida por centenas de ótimos autores, para que os sonhos e a alegria desses livros possam fazer com que os alunos anseiem por estar na escola, não comemorem os feriados. Não basta que tenhamos criado vagas para todo mundo. É preciso que a porta da sala de aula seja o pórtico da felicidade.
Os brasileiros têm de compreender que estudar não é chato; chato é ser burro!
http://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2015/09/30/brasileiros-tem-de-entender-que-estudar-nao-e-chato-chato-e-ser-burro.htm
A educação tradicional ou padronizadora que conhecemos - sobretudo a pública, gratuita e obrigatória - foi criada entre os séculos XVIII e XIX na Prússia, num período conhecido como Despotismo Esclarecido. Para evitar que os ideais da Revolução Francesa iniciada em 1789 se difundissem aos outros países, os monarcas adotaram alguns princípios do Iluminismo para satisfazer o povo mas mantendo o regime absolutista. A escola prussiana se baseava em forte divisão de classes e castas (plebe e aristocracia, ricos e pobres... alguma semelhança com as escolas de hoje?). A estrutura era herdeira do antigo ensino espartano, que exigia disciplina, obediência e adotava o autoritarismo. Buscavam formar um povo dócil internamente, obediente e que podiam servir às guerras, a exemplo das que originaram a unificação da Alemanha. Diderot, um dos enciclopedistas, serviu à Catarina, a Grande, no auxílio da criação de um sistema educacional para formar não cidadãos livres e pensantes, mas súditos obedientes.
Educadores da Europa, Américas e demais continentes visitaram a Prússia, a partir de 1760, para aprender e adotar esse sistema prussiano eficiente somente ao Estado. Levantaram a bandeira da igualdade, quando justamente esse era o mesmo sistema do despotismo, que perpetuava os modelos de sociedades elitistas e de divisão de classes. Napoleão, de início inimigo dos absolutistas, buscou formar um corpo docente nacional para "dirigir a opinião dos franceses". A educação estatal e muitas particulares de hoje são pensadas por administradores e não verdadeiros educadores.
O sistema de linha de montagem nasceu com o Taylorismo (conceito de linha de produção industrial, surgido no início do século XX, idealizado pelo engenheiro Frederick Taylor), foi aplicado na indústria, exército e... na educação. Escolas, colégios e até universidades passaram a funcionar como quartéis ou asilos, cercada por muros, com sinetas (som não humano) para chamar operários, soldados, alunos... marcando o início e término às atividades, para formar filas de acordo com a altura do indivíduo, chamadas de nomes por ordem alfabética, separar crianças em gerações e graus escolares (ordem específica), professores especialistas em partes da formação escolar e não na totalidade e profundidade dela, métodos mecânicos de ensino, exames padronizados, horários restritos, excesso de alunos para poucos professores numa sala de aula (pouca atenção ao indivíduo), sistema de prêmios e castigos, a separação do sentido comunitário, perpetuação da estrutura social verticalista etc...
As escola passaram a ser construídas como prisões e fábricas, padronizando pensamentos e comportamentos, cumprimentos de regras, o controle social... formar cidadãos obedientes, conformistas, consumistas e eficazes... pessoas são convertidas em números e estatísticas, há uma nítida desumanização dos alunos, professores, inspetores etc. No ensino padronizado todos tem que saber o mesmo, acompanhar o mesmo ritmo de aprendizado (embora cada ser humano seja diferente e único, cada qual com seu tempo de aprendizado).
As instituições de ensino padrão não atendem às necessidades individuais e quem não acompanha o método, não atende às expectativas, ou seja, não segue o padrão e está fora da sociedade (padronizada). O sistema de ensino básico e médio atual é um sistema de exclusão, que seleciona quem deve entrar no ensino superior, quem fará parte da elite que controlará o sistema político, econômico de uma nação. Quem não obtem um diploma está, teoricamente, destinado à posições sociais consideradas inferiores.
A escola atual nasceu num mundo positivista, regido pela revolução industrial, buscando obter maiores resultados observáveis com menor esforço, tempo e investimento possível, aplicando fórmulas científicas e leis gerais. Não por acaso industriais, como Henry Ford, financiaram a educação obrigatória através de suas fundações. O objetivo é formar trabalhadores úteis para a sociedade industrial consumista e uma cultura que sempre se repete, sempre sufoque e desestimule a criatividade individual (contra as formas diferentes de ver o mundo e a vida, de modificá-los fora dos padrões há muito pré-estabelecidos), ou seja, conservar as bases da estrutura da sociedade: poucos mandam e muitos obedecem, poucos decidem como deve ser o mundo e como se deve viver ou mesmo pensar. Por isso a educação alternativa é tão perseguida e até mesmo proibida.
Vejam mais detalhes no documentário "A educação proibida" (2012), direção de Gérman Doin: https://www.youtube.com/watch?t=1777&v=-t60Gc00Bt8
Outro vídeo (estadunidense) reproduzido pela página do Facebook "Inspirando Jovens de Sucesso" aborda o tema brilhante e sucintamente: Processando a Educação Tradicional: https://www.youtube.com/watch?v=16qSe1T8nUs
Será que só eu me sinto preso pelo capitalismo? Ninguém mais sente o saco que é ter que acordar 6, 7 da manhã, chegar às 8 no trabalho, sair às 18, chegar em casa 19 ou 20h, isso pra quem ainda não tem que ir a faculdade ou fazer algum curso pra ver se consegue um salário um pouco melhor… e aí só irá ver a sua casa, seu esposo ou esposa, filhos, pais… no final da noite? Mesmo pra quem pode chegar já às 19h ou 20h, é tomar um banho, jantar, dar uma arrumada no quarto, assistir um jornal e pronto, 23, 0, 1h da manhã, hora de dormir e começar tudo de novo. De segunda à sexta, ou sábado… apenas o final de semana para repôr as energias e começar mais uma semana chata… isso até o próximo feriadão ou as próximas férias.
Em uma entrevista de Erich Fromm (divulgada também no Blog Um Ser Pensante), ele diz que:
[trabalhar para garantir sua sobrevivência] não é o suficiente para fazer alguém feliz se esse alguém gasta 8 horas por dia em algo que, em si mesmo, não tem nenhum sentido (…) exceto ganhar dinheiro.
Afinal, são poucos os que podem se dar ao luxo de trabalhar com aquilo que gostam. E mesmo assim, eu acho que 40 horas por semana, mais os deslocamentos, é muita coisa.
Quem me conhece e/ou acompanha o “Um Ser Pensante” sabe que eu sou um crítico do uso do álcool como fuga. Mas, por outro lado, restando tão pouco tempo pra se fazer outras coisas, eu compreendo (compreendo mesmo!) porque tanta gente opta por fazer da noite, da bebida e da ressaca no dia seguinte um ritual sagrado. Como diz a música do Chico Buarque, “a gente vai tomando que também sem a cachaça, ninguém segura esse rojão” — troque por cerveja, se preferir.
Por muitos e muitos anos, eu desconfiei que havia algo de muito errado com “o jeito que a vida é”. E, como eu sempre digo, sou um péssimo “aceitador-das-coisas-como-elas-são”. E antes que digam “pow, esse cara é só um vagabundo, não gosta de trabalhar”, reproduzo aqui um pensamento que consegui sintetizar numa pequena conversa sobre a tal teoria revolucionária do ócio criativo:
Na verdade, esse sistema é tão do avesso que quando nós estamos sendo mais humanos, quando estamos nas mais valiosas de todas as nossas atividades, pensando, refletindo, criando, planejando, escrevendo, compondo, nos ouvindo, nos construindo… eles chamam de ócio. E quem se dedica a isso é vagabundo.
Compensação
Eu nunca senti o dinheiro como incentivo. Soa mais como uma compensação. Isso pode ficar mais claro quando se pensa na remuneração da hora extra: por que ela vale mais? Pra mim, os 50 ou 100% a mais é o reconhecimento de que este é um tempo precioso, que dedicamos a nós mesmos (e olhe lá) e que nos está sendo usurpado. Pagar um pouco mais não é bondade do sistema: é o mínimo que se pode fazer por roubarem mais um pouco da nossa vida, que não tem preço.
Um workaholic (pessoa viciada em trabalho, “trabalhólatra”) ou qualquer pessoa que não compartilha da minha visão pode estar se perguntando: mas se você não trabalhar, vai fazer o quê? Vai ficar coçando o saco?
Hmm! Há 5 ou 6 anos atrás eu encararia essa pergunta como algo para refletir e continuar a mesma vidinha de sempre no outro dia. Hoje a resposta está na ponta da língua. Por exemplo, quando eu disse a um amigo que eu não estava trabalhando (em um emprego), ele me perguntou o que eu estava fazendo então (sem maldade, mas a resposta se aplicaria ao workaholic acima). Respondi:
ah.. cuidando da saúde, estudando mitologia antiga, economia, C++, edição de vídeo, computação gráfica, história do oriente médio, Qt (bibliteca C++ da Nokia), lendo livro (e tentando escrever os meus), assistindo filme, escrevendo no blog… lendo sobre política, religião, psicologia…
Isso porque resolvi dar um tempo no violão e não lembrei de falar dos meus projetos pessoais. Ele teve de concordar: “tu tá cheio de coisas heim!!!” Pois é ;-D
Mais uma vez, repito que dinheiro não é O incentivo. Talvez no capitalismo seja o principal, por sermos forçados a tê-lo, mas digo com certeza que, pelo menos eu, não preciso estar ameaçado de morrer de fome para ter vontade de fazer coisas! Na verdade, considero seriamente a hipótese da fome como incentivo ser uma exceção. Considere o texto (*) abaixo:
“O sistema monetário é há muito tempo considerado uma força positiva na nossa sociedade graças à sua alegação de que produz incentivos e progresso. (…) em seu núcleo estão as suposições de que (1) Devemos lutar uns com os outros para sobreviver (2) Seres humanos precisam de um “estímulo” recompensador para fazer coisas significativas. (…) Quanto ao Número 2 (‘Seres humanos precisam de um ‘estímulo’ recompensador para fazer coisas significativas’), essa é uma perspectiva triste e incrivelmente negativa do ser humano. Supor que uma pessoa precise ser ‘motivada estruturalmente’ ou ‘forçada’ a fazer algo é simplesmente absurdo.
Lembre-se de quando você era criança e não tinha a menor ideia do que fosse dinheiro. Você brincava, era curioso e fazia muitas coisas… Por quê? Porque você queria. No entanto, conforme o tempo passa em nosso sistema, a curiosidade e auto-motivação naturais são extirpadas das pessoas, pois elas são forçadas a se ajustar a um sistema de trabalho especializado, fragmentado, quase predefinido para poderem sobreviver. Por sua vez, isso costuma criar uma revolta interior natural nas pessoas devido à obrigação e foi assim que separamos os momentos de ‘lazer’ e de ‘trabalho’. A preguiça que aqueles que defendem o sistema monetário (por alegar que ele cria estímulo) não reconhecem este fato.”
Não é à toa que o capitalismo precise oferecer um pouco de dinheiro em compensação a tudo o que nos tira.
Eu sempre desconfiei que havia algo de errado com o sistema. Este texto e outros materiais semelhantes me fizeram ver que não só há algo errado, como todo o sistema é uma grande porcaria, em termos humanistas.
O erro É o sistema.
Um abraço.
Imediatamente depois do Maternal, a criança de seis anos é "parafusada" numa cadeira dura para estudar palavrório durante horas e horas. Será por acaso que a criança em desenvolvimento, essa força da natureza, essa exploradora aventurosa, é mantida imóvel, petrificada, confinada, reduzida à contemplação das paredes, enquanto o sol brilha lá fora, obrigada a prender a bexiga e os intestinos, seis horas por dia, exceto alguns minutos de recreio, durante sete anos ou mais? (...) Faz um século que vemos as crianças arrastando os pés embaixo das carteiras, entortando o corpo e pulando como rãs quando a sineta bate. Esse tipo de manifestação é atribuído a turbulência infantil - nunca à imobilidade insuportável imposta às crianças - a culpa é sempre da própria vítima. Não, não é um acaso, é um plano. Um plano desconhecido para os que o cumprem. Trata-se de domar. Domesticar fisicamente essa máquina fantástica de desejos e prazeres que é a criança.
(trecho do livro Cuidado, Escola! Autores diversos, apresentação de Paulo Freire, 1980)
Fonte: https://www.facebook.com/EducacaoEspiritualidade
Você lembra quais eram seus sonhos na infância?
Quantos conseguiu realizar?
Quantos foram ouvidos?
Quantos foram silenciados?
Quantos continuam perdidos em seus pensamentos?
Você conhece os sonhos das crianças que estão ao seu redor?
Dá importância a eles?
Como tem mostrado a elas que se importa?
Quantas vezes parou para ouvi-los?
Considera que o sonho é o primeiro passo de um projeto que queremos ver florescer?
“A criança ‘acomodada’ é o sonho da educação contemporânea: passo a passo, com método, ela procura adormecer, sufocar, destruir tudo o que seja a vontade da criança, sua liberdade, a força moral de suas exigências e de suas aspirações.
Bom, obediente, gentil, fácil…Por acaso pensamos alguma vez neste homem fraco, covarde, sem energia que a criança corre o risco de se tornar?” (Korczak, Como amar uma criança).
Leia mais em: http://bloguniversidadelivrepampedia.com/2014/12/30/contribuicoes-da-universidade-livre-para-um-dialogo-com-a-infancia/
O atual modelo de ensino no Brasil não prepara os jovens para a vida. Há excesso de conteúdo, e pouco espaço para desenvolver habilidades que permitam a eles usar o conhecimento em atividades práticas. É desta forma que o jovem vê o ensino básico no Brasil [...]. A visão negativa aparece não apenas no depoimento dos que acabaram de entrar na faculdade. Ela também é compartilhada por especialistas, professores universitários, empregadores e ONGs. Ou seja, todos concordam que o atual modelo não prepara os jovens para a vida. Há excesso de conteúdo e pouco espaço para desenvolver habilidades.
- A sociedade espera que os jovens sejam capazes de aplicar os conhecimentos aprendidos na escola em situações reais. Na universidade, professores esperam que os jovens consigam, por exemplo, articular suas opiniões e se expressar com clareza para defender um argumento em sala.
Esse desenvolvimento de habilidades é visto como fundamental para professores universitários e empregadores. Falta de entendimento de instruções, dificuldades para se expressar e medo de repreensão são três das dificuldades vistas no jovem formado quando vai para a faculdade ou está em seu primeiro trabalho, de acordo com o levantamento.
O colégio tem que ser mais formativo, se pautar em valores. A escola de hoje não oferece isso, mas não é culpa dela. É do modelo. Ele está voltado para um saber acadêmico direcionado a uma escola que era só para as elites. A sociedade mudou, mas o modelo escolar não. O colégio tem que passar a pensar as habilidades que este jovem pode desenvolver.
Texto editado, ver original aqui: http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/pesquisa-revela-insatisfacao-com-excesso-de-teoria-falta-de-pratica-do-atual-modelo-de-ensino-16445918
Um foguete, uma varinha mágica, um trem ou qualquer tipo de animal estão entre as muitas formas que um simples graveto pode tomar pela criatividade e imaginação (principalmente) das crianças. O exercício é importante para o desenvolvimento e para a construção autoral dos pequenos e, ter esta consciência, ajuda os adultos a garantir que haja momentos livres de brinquedos prontos.
“É preciso não planejar tantas atividades e não deixar tantas opções de brinquedos com uma função específica disponível”, afirma Tatiana Weberman, responsável pelo SlowKids, movimento que propõe a desaceleração para a infância. “Deixar menos opções, muitas vezes, é abrir uma porta para a criatividade e uma vastidão de possibilidades.”
Criadora da plataforma de brincadeiras Massacuca, Graziela Iacooca, conta que, ao contrário de muitos adultos, as crianças não precisam de instruções para brincar com objetos do cotidiano. “A nossa proposta é tirar o lúdico de objetos normais, o que a criança sabe fazer. Estamos ensinando os adultos a disponibilizar isso para os pequenos”, comenta.
O caso mais famoso é o tradicional baú de tesouros. Basta uma caixa, balde ou sacola e diferentes objetos da casa, como utensílios de cozinha em tamanhos e materiais variados. “Daí podem sair narrativas de histórias incríveis ou um bolo ou qualquer coisa que a criança queira e ela vai se divertir não apenas com os objetos, mas com a criação”, comenta Graziela.
Os mesmos objetos podem ser também contornados, congelados, ornamentados, mergulhados na água, enterrados e assim por diante. “Não somos exatamente contra brinquedos, mas contra o excesso de brinquedos e contra os que têm uma função específica”, explica.
Um animal bem pequeno, por exemplo, pode ser colocado dentro de uma bexiga com água, congelado e depois se transformar em um ovo a ser quebrado para retirar o bicho de lá de dentro.
O brincar espontâneo é objeto de pesquisa da cineasta Renata Meirelles. Por conta disso, viajou por 9 estados e estabeleceu-se em 14 comunidades diferentes durante 1 a 3 meses para estudar o assunto e produzir o documentário Território do Brincar, lançado este ano. “O foco foi sempre entender o que a criança faz, elas que dizem o que querem nos mostrar”, conta.
Ela e o marido viajaram com os dois filhos, agora com 6 e 8 anos, que também participavam das brincadeiras. Os destinos escolhidos foram locais com pouca estrutura como o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, ou o Recôncavo Baiano.
“A gente viu muitas que não se utilizam de brinquedos comprados, industrializados, elas reúnem o nada e organizam para compor o que elas brincam”, explica, ainda com o encanto da riqueza percebida. “Nesta busca, ela consegue se ver representada por aquelas coisas que ela fez, compôs, arrumou. Cria um diálogo grande com quem ela é.”
Para ela, há um “sufocamento da própria infância” com a quantidade de brinquedos de que algumas são cercadas. “Mesmo os brinquedos mais comuns, como carrinhos e barquinhos, para os meninos, quando são feitos por eles, com latas, tábuas, chinelos, pneus e uma gama de objetos contam uma história e geram um vínculo diferente.”
Ela conta que impressionam os detalhes, por exemplo, em casinhas com panos colocados como toalhas de mesa e flores para decorar. “Foi incrível a diversidade de composições de brinquedos e brincadeiras”, comenta.
Os filhos levaram uma mala de brinquedos que também eram compartilhados e costumavam interessar às demais crianças. “Certamente se você falar que vai dar, eles querem, mas sabem distinguir. Eles dizem, por exemplo, que brinquedo comprado ‘quebra’, ou seja, os deles, em sua percepção, são apenas modificados.”
Para ela, entre tantas lições do projeto Território do Brincar, uma bastante clara é que a infância precisa do ócio e da ausência de brinquedos prontos para que possam acessar os próprios desejos, vontades e interesses. “Elas conseguem concretizar na prática seus sonhos com sua imaginação.”
http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/a-importancia-de-brincar-sem-brinquedo/
[...]
Pois bem, há dois incidentes na vida de Beethoven que demonstram até que ponto ia seu pensamento revolucionário. Não podemos esquecer que isso aconteceu no início do século XIX, quando governo republicano não passava de um sonho de malucos.
Passeando com Goethe pelas ruas de um balneário, em Teplitz, eis que passa a carruagem da imperatriz da Áustria. O escritor, reverentemente, tira o chapéu e, inclinando-se, arrasta-o no chão durante a passagem do séquito. Beethoven, a seu lado, enterra a cabeça no chapéu e continua caminhando sem dobrar a coluna.
Quando Napoleão surge na França para desbancar os membros da dinastia dos Bourbon, Beethoven dedica-lhe sua terceira sinfonia, a Heroica, acreditando tratar-se de um libertador da humanidade. Pouco depois, o mesmo Napoleão autoproclama-se imperador, e Ludwig rasura o cabeçalho da partitura até rasgá-la, eliminando-lhe a dedicatória. Em seu lugar, ele anota “Sinfonia heroica, composta para celebrar a memória de um grande homem".
Virtudes se transmitem e conservam muito mais pelos exemplos do que pelos discursos. Foi um gênio em sua área e um Homem em sua natureza.
Como fazem falta homens desse calibre.
Fonte: crônica de Menalton Braff em http://www.cartacapital.com.br/sociedade/um-libertario-5152.html
O Apóstolo Brasileiro da Nova Educação.
Além de professor, o mineiro Barsanulfo foi médium ostensivo, que auxiliou os mais pobres e diversos enfermos. Baseado no método de ensino do prof. Hippolyte Léon Denizard Rivail, ou Allan Kardec, além de divulgar o Saber entre os alunos, estimulava o amor e a caridade ao próximo. Após seu desencarne, com apenas 38 anos (enquanto auxiliava os doentes na pandemia da gripe espanhola), passou a enviar mensagens pela psicografia de diversos médiuns, sobretudo do também mineiro Francisco Cândido Xavier.
O verdadeiro professor não é quem ensina, mas quem desperta no aluno a vontade de aprender.
Piaget dedicou a vida ao desenvolvimento da inteligência e do "livre pensar" infantil.
Fonte: PIAGET, A Formação do Símbolo na Criança (1945).
Brasileiros têm de entender que estudar não é chato; chato é ser burro Pedro Bandeira: Escritor de livros infanto-juvenis e pesquisador e conferencista sobre literatura, educação e psicologia do desenvolvimento
A história da educação no Brasil é um acúmulo de omissões e até mesmo de ações propositais que resultaram numa situação de extrema desigualdade social, com um analfabetismo ou um analfabetismo funcional endêmicos, um vergonhoso estado geral de ignorância e de desprezo pelo conhecimento.
Para quem analisar nossa história, fica claro que a proibição do voto aos analfabetos sempre foi intencional, pois o governante somente tinha de prestar satisfações a uma minoria privilegiada, da qual esse mesmo governante provinha. Como a maioria era analfabeta, e não tinha voz nem voto, o governante só poderia ser alijado do poder pela ínfima minoria para quem governava, e podia desprezar solenemente as necessidades da imensa maioria dos brasileiros, aumentando assim, ano a ano, século a século, o abismo social que nos define.
A exclusão brasileira foi criada propositalmente pela reserva do acesso à educação somente a uma parcela dos brasileiros, porque só há uma riqueza a distribuir, e essa riqueza é o acesso a uma educação de qualidade.
Felizmente, depois de três séculos de domínio e de espoliação colonial, mais quase outros dois séculos de manutenção do mesmo estado de exclusão, primeiro imperial, depois de republiquetas e/ou de ditaduras em que a reserva da educação para poucos continuava a ser usada com fator de "proteção" da elite, o Brasil vem tentando construir um estado democrático há cerca de trinta anos.
Pela primeira vez em nossa história, o voto foi estendido a todos os brasileiros, e o direito à escolarização tornou-se universal, com a oferta de vagas no ensino fundamental a todas as nossas crianças. Agora, em pleno século 21, consolidar essa democracia afinal conquistada é um trabalho hercúleo, uma obrigação de todos os brasileiros. Sabemos que, mais que nunca, o passaporte para um futuro feliz e realizado é o acesso a uma educação de qualidade.
Agora, finalmente, conseguimos oferecer vagas na escola pública para cada criança, mas essa cultura do atraso faz com que os despossuídos encarem a frequência escolar não como um direito libertador, mas como uma obrigação. Tantos séculos de atraso acabaram por fazer com que a maioria de nós, os despossuídos da história, sequer tenhamos ganas de reivindicar nosso direito à educação.
Muitas famílias enviam seus filhos à escola de má vontade, alguns somente para cumprir as exigências das bolsas-família, e as próprias crianças festejam quando algum professor falta à aula e elas podem ficar brincando à vontade no recreio. Séculos de exclusão não criaram um anseio por este direito por parte dos próprios excluídos!
A maioria dos pais dessas crianças está disposta a fazer sacrifícios para comprar um tênis de grife para seu filho, mas protesta quando tem de gastar qualquer quantia para comprar-lhe um livrinho sequer. Isso significa que a família brasileira acha mais importante investir no pé do que na cabeça do seu próprio filho...
Como reverter esse quadro? Como incutir na consciência das famílias que a felicidade e a riqueza só podem ser conquistadas pelo conhecimento, pelo acesso à ciência, à tecnologia? Como poderemos obrigar o brasileiro a ser feliz?
Acredito que obrigar é impossível. Enquanto tentarmos enfiar o conhecimento goela abaixo de nossas crianças como um purgante, utilizando as punições, as suspensões e as reprovações como instrumentos de persuasão, só teremos fracassos pela frente.
Nossa escola tem de ser fascinante, atraente, cheirosa, utilizando como fator de atração a literatura infantil e juvenil hoje produzida por centenas de ótimos autores, para que os sonhos e a alegria desses livros possam fazer com que os alunos anseiem por estar na escola, não comemorem os feriados. Não basta que tenhamos criado vagas para todo mundo. É preciso que a porta da sala de aula seja o pórtico da felicidade.
Os brasileiros têm de compreender que estudar não é chato; chato é ser burro!
http://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2015/09/30/brasileiros-tem-de-entender-que-estudar-nao-e-chato-chato-e-ser-burro.htm
A EDUCAÇÃO QUE PADRONIZOU O MUNDO
A educação tradicional ou padronizadora que conhecemos - sobretudo a pública, gratuita e obrigatória - foi criada entre os séculos XVIII e XIX na Prússia, num período conhecido como Despotismo Esclarecido. Para evitar que os ideais da Revolução Francesa iniciada em 1789 se difundissem aos outros países, os monarcas adotaram alguns princípios do Iluminismo para satisfazer o povo mas mantendo o regime absolutista. A escola prussiana se baseava em forte divisão de classes e castas (plebe e aristocracia, ricos e pobres... alguma semelhança com as escolas de hoje?). A estrutura era herdeira do antigo ensino espartano, que exigia disciplina, obediência e adotava o autoritarismo. Buscavam formar um povo dócil internamente, obediente e que podiam servir às guerras, a exemplo das que originaram a unificação da Alemanha. Diderot, um dos enciclopedistas, serviu à Catarina, a Grande, no auxílio da criação de um sistema educacional para formar não cidadãos livres e pensantes, mas súditos obedientes.
Educadores da Europa, Américas e demais continentes visitaram a Prússia, a partir de 1760, para aprender e adotar esse sistema prussiano eficiente somente ao Estado. Levantaram a bandeira da igualdade, quando justamente esse era o mesmo sistema do despotismo, que perpetuava os modelos de sociedades elitistas e de divisão de classes. Napoleão, de início inimigo dos absolutistas, buscou formar um corpo docente nacional para "dirigir a opinião dos franceses". A educação estatal e muitas particulares de hoje são pensadas por administradores e não verdadeiros educadores.
We don't need no education
We dont need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey! Teachers! Leave these kids alone!
All in all it's just another brick in the wall.
All in all it's just another brick in the wall.
[Nós não precisamos de educação!
Nós não precisamos de controle mental!
Nada de sarcasmo na sala de aula!
Então, professores deixem as crianças em paz!
Hey, professores, deixem as crianças em paz!
Somos todos só mais um tijolo no muro...
Somos todos só mais um tijolo no muro...]
Refrão de Another brick in the wall (part. II): música da banda de rock britânica Pink Floyd lançada no álbum (ópera-rock) The Wall (1979). Um filme-musical homônimo estreou em 1982 dirigido por Alan Parker.
O sistema de linha de montagem nasceu com o Taylorismo (conceito de linha de produção industrial, surgido no início do século XX, idealizado pelo engenheiro Frederick Taylor), foi aplicado na indústria, exército e... na educação. Escolas, colégios e até universidades passaram a funcionar como quartéis ou asilos, cercada por muros, com sinetas (som não humano) para chamar operários, soldados, alunos... marcando o início e término às atividades, para formar filas de acordo com a altura do indivíduo, chamadas de nomes por ordem alfabética, separar crianças em gerações e graus escolares (ordem específica), professores especialistas em partes da formação escolar e não na totalidade e profundidade dela, métodos mecânicos de ensino, exames padronizados, horários restritos, excesso de alunos para poucos professores numa sala de aula (pouca atenção ao indivíduo), sistema de prêmios e castigos, a separação do sentido comunitário, perpetuação da estrutura social verticalista etc...
As escola passaram a ser construídas como prisões e fábricas, padronizando pensamentos e comportamentos, cumprimentos de regras, o controle social... formar cidadãos obedientes, conformistas, consumistas e eficazes... pessoas são convertidas em números e estatísticas, há uma nítida desumanização dos alunos, professores, inspetores etc. No ensino padronizado todos tem que saber o mesmo, acompanhar o mesmo ritmo de aprendizado (embora cada ser humano seja diferente e único, cada qual com seu tempo de aprendizado).
As instituições de ensino padrão não atendem às necessidades individuais e quem não acompanha o método, não atende às expectativas, ou seja, não segue o padrão e está fora da sociedade (padronizada). O sistema de ensino básico e médio atual é um sistema de exclusão, que seleciona quem deve entrar no ensino superior, quem fará parte da elite que controlará o sistema político, econômico de uma nação. Quem não obtem um diploma está, teoricamente, destinado à posições sociais consideradas inferiores.
A escola atual nasceu num mundo positivista, regido pela revolução industrial, buscando obter maiores resultados observáveis com menor esforço, tempo e investimento possível, aplicando fórmulas científicas e leis gerais. Não por acaso industriais, como Henry Ford, financiaram a educação obrigatória através de suas fundações. O objetivo é formar trabalhadores úteis para a sociedade industrial consumista e uma cultura que sempre se repete, sempre sufoque e desestimule a criatividade individual (contra as formas diferentes de ver o mundo e a vida, de modificá-los fora dos padrões há muito pré-estabelecidos), ou seja, conservar as bases da estrutura da sociedade: poucos mandam e muitos obedecem, poucos decidem como deve ser o mundo e como se deve viver ou mesmo pensar. Por isso a educação alternativa é tão perseguida e até mesmo proibida.
Vejam mais detalhes no documentário "A educação proibida" (2012), direção de Gérman Doin: https://www.youtube.com/watch?t=1777&v=-t60Gc00Bt8
Outro vídeo (estadunidense) reproduzido pela página do Facebook "Inspirando Jovens de Sucesso" aborda o tema brilhante e sucintamente: Processando a Educação Tradicional: https://www.youtube.com/watch?v=16qSe1T8nUs
Excelente crítica do cartunista argentino Quino
sobre a influência dos valores exteriores
superando os intrínsecos.
ALÉM DO Q.I.: INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Fonte da imagem: http://www.psiconlinews.com/wp-content/uploads/2015/05/19.jpg
Durante muito tempo nos fizeram acreditar que só aqueles com boas notas eram inteligentes. Mas segundo o cientista estadunidense Howard Gardner, as pessoas possuem nove inteligências diferentes. A Teoria das Inteligências Múltiplas afirma que cada pessoa desenvolve inteligências distintas. Isso mudará nosso modo de educar, avaliar e qualificar as pessoas.
Fonte: http://novaescola.org.br/formacao/cientista-inteligencias-multiplas-423312.shtml
Escola alemã elimina séries e alunos escolhem suas tarefas
A Escola Evangélica de Berlim , na Alemanha, está demonstrando na prática que é possível renovar o sistema educacional de uma escola, sem prejudicar a qualidade do que é ensinado para os alunos. Inaugurada em 2007, a instituição não tem divisão por idade escolar e até os 15 anos os alunos não são avaliados por notas.
Segunda a reitora Margret Rasfeld, a filosofia por trás da inovação é preparar os jovens para lidar com as mudanças da sociedade e do mercado de trabalho. “As crianças de 3 e 4 anos estão cheias de confiança e quando iniciam a vida escolar, de alguma forma, os colégios conseguem acabar com essa força interior. A habilidade mais importante que uma escola pode passar para seus alunos é a capacidade de se motivar”, disse em entrevista ao jornal britânico The Guardian.
A principal razão para o sucesso da escola é que o seu método está conseguindo ótimos resultados acadêmicos. A ESBZ costuma estar muito bem qualificada entre as chamadas ‘gesamtschulen (institutos de educação integrada) de Berlim. No ano passado, os alunos que se formaram na escola tiveram uma nota média de 2.0 (equivalente à nota 8 nos exames da União Europeia).
A escola – As grades de matérias têm disciplinas mais abstratas, como o curso “desafio”. Essa aula exige que os estudantes, entre 12 e 14 anos, planejem viagens com 150 euros (aproximadamente 545 reais). O intuito é preparar os alunos para resolver situações que o mundo pode reservar a eles no futuro, fazendo-os desafiar os próprios limites. O aluno Anton Oberländer, de 14 anos, que nunca tinha ficado longe de casa por mais três semanas, viajou para Cornualha, na Inglaterra, no ano passado. Ele afirma que aprendeu mais inglês em sua viagem do que em todos os anos que estudou a disciplina na escola.
https://br.noticias.yahoo.com/escola-alem%C3%A3-elimina-s%C3%A9ries-e-alunos-escolhem-suas-151039282.html
Como dizia Darcy Ribeiro há 30 anos: “Ou construímos escolas ou no futuro teremos um exército de trombadinhas assaltando nas ruas”. Não deu outra Desde 1984, nos 510 CIEPs teriam estudados cerca de 20 milhões de crianças em turno integral, que era o objetivo. Mas foram destruídos (...).
Trecho de texto do jornalista Sergio Caldieri no blog do repórter Marcelo Auler: http://www.marceloauler.com.br/criancas-abandonadas-e-30-anos-sem-cieps/
ALÉM DO Q.I.: INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Fonte da imagem: http://www.psiconlinews.com/wp-content/uploads/2015/05/19.jpg
Durante muito tempo nos fizeram acreditar que só aqueles com boas notas eram inteligentes. Mas segundo o cientista estadunidense Howard Gardner, as pessoas possuem nove inteligências diferentes. A Teoria das Inteligências Múltiplas afirma que cada pessoa desenvolve inteligências distintas. Isso mudará nosso modo de educar, avaliar e qualificar as pessoas.
Formado no campo da psicologia e da neurologia, Gardner causou forte impacto na área educacional com sua teoria das inteligências múltiplas, divulgada no início da década de 1980. Seu interesse pelos processos de aprendizado já estava presente nos primeiros estudos de pós-graduação, quando pesquisou as descobertas do suíço Jean Piaget (1896-1980). Por outro lado, a dedicação à música e às artes, que começou na infância, o levou a supor que as noções consagradas a respeito das aptidões intelectuais humanas eram parciais e insuficientes.
Até ali, o padrão mais aceito para a avaliação de inteligência eram os testes de QI, criados nos primeiros anos do século 20 pelo psicólogo francês Alfred Binet (1857-1911) a pedido do ministro da Educação de seu país. O QI (quociente de inteligência) media, basicamente, a capacidade de dominar o raciocínio que hoje se conhece como lógico-matemático, mas durante muito tempo foi tomado como padrão para aferir se as crianças correspondiam ao desempenho escolar esperado para a idade delas. "Como o aprendizado dos símbolos e raciocínios matemáticos envolve maior dificuldade do que o de palavras, Binet acreditou que seria um bom parâmetro para destacar alunos mais e menos inteligentes", diz Celso Antunes, coordenador-geral de ensino do Centro Universitário Sant Anna, em São Paulo. "Mais tarde, Piaget também destacou essa dificuldade e, dessa forma, cresceu exponencialmente a valorização da inteligência lógico-matemática."
Trabalho dos gênios
Sob a influência do norte-americano Robert Sternberg, que estudou as variações dos conceitos de inteligência em diferentes culturas, Gardner foi levado a conceituá-la como o potencial para resolver problemas e para criar aquilo que é valorizado em determinado contexto social e histórico. Na elaboração de sua teoria, ele partiu da observação do trabalho dos gênios. "Ficou claro que a manifestação da genialidade humana é bem mais específica que generalista, uma vez que bem poucos gênios o são em todas as áreas", afirma Antunes. Gardner foi buscar evidências também no estudo de pessoas com lesões e disfunções cerebrais, que o ajudou a formular hipóteses sobre a relação entre as habilidades individuais e determinadas regiões do órgão. Finalmente, o psicólogo se valeu do mapeamento encefálico mediante técnicas surgidas nas décadas recentes. Suas conclusões, como a maioria das que se referem ao funcionamento do cérebro, são eminentemente empíricas. Ele concluiu, a princípio, que há sete tipos de inteligência:
1. Lógico-matemática é a capacidade de realizar operações numéricas e de fazer deduções.
2. Lingüística é a habilidade de aprender idiomas e de usar a fala e a escrita para atingir objetivos.
3. Espacial é a disposição para reconhecer e manipular situações que envolvam apreensões visuais.
4. Físico-cinestésica é o potencial para usar o corpo com o fim de resolver problemas ou fabricar produtos.
5. Interpessoal é a capacidade de entender as intenções e os desejos dos outros e conseqüentemente de se relacionar bem em sociedade.
6. Intrapessoal é a inclinação para se conhecer e usar o entendimento de si mesmo para alcançar certos fins.
7. Musical é a aptidão para tocar, apreciar e compor padrões musicais.
Mais tarde, Gardner acrescentou à lista as inteligências natural (reconhecer e classificar espécies da natureza) e existencial (refletir sobre questões fundamentais da vida humana) e sugeriu o agrupamento da interpessoal e da intrapessoal numa só.
A primeira implicação da teoria das múltiplas inteligências é que existem talentos diferenciados para atividades específicas. O físico Albert Einstein tinha excepcional aptidão lógico-matemática, mas provavelmente não dispunha do mesmo pendor para outros tipos de habilidade. O mesmo pode ser dito da veia musical de Wolfgang Amadeus Mozart ou da inteligência físico-cinestésica de Pelé. Por outro lado, embora essas capacidades sejam independentes, raramente funcionam de forma isolada.
O que leva as pessoas a desenvolver capacidades inatas são a educação que recebem e as oportunidades que encontram. Para Gardner, cada indivíduo nasce com um vasto potencial de talentos ainda não moldado pela cultura, o que só começa a ocorrer por volta dos 5 anos. Segundo ele, a educação costuma errar ao não levar em conta os vários potenciais de cada um. Além disso, é comum que essas aptidões sejam sufocadas pelo hábito nivelador de grande parte das escolas. Preservá-las já seria um grande serviço ao aluno. "O escritor imita a criança que brinca: cria um mundo de fantasia que leva a sério, embora o separe da realidade", diz Gardner.
Enfoques variados para habilidades diversas
Muitas escolas, inclusive no Brasil, se esforçaram para mudar seus procedimentos em função das descobertas de Howard Gardner. A maneira mais difundida de aplicar a teoria das inteligências múltiplas é tentar estimular todas as habilidades potenciais dos alunos quando se está ensinando um mesmo conteúdo. As melhores estratégias partem da resolução de problemas. Segundo Gardner, não é possível compensar totalmente a desvantagem genética com um ambiente estimulador da habilidade correspondente, mas condições adequadas de aprendizado sempre suscitam alguma resposta positiva do aluno - desde que elas despertem o prazer do aprendizado. O psicólogo norteamericano atribui à escola duas funções essenciais: modelar papéis sociais e transmitir valores. "A missão da educação deve continuar a ser uma confrontação com a verdade, a beleza e a bondade, sem negar as facetas problemáticas dessas categorias ou as discordâncias entre diferentes culturas", escreveu. Pela própria natureza de suas descobertas, o trabalho de Gardner favorece uma visão integral de cada indivíduo e a valorização da multiplicidade e da diversidade na sala de aula.
Desvendando a mente humana
Os anos 1990 ficaram conhecidos como a década do cérebro graças aos novos procedimentos de visualização do interior do corpo humano e, principalmente, ao grande número de estudos desafiadores sobre o assunto. "A teoria das inteligências múltiplas não poderia ter ganho as mesmas diversidade e dimensão sem as admiráveis conquistas das ciências da cognição nesse período", diz Celso Antunes. Alguns dos cientistas que mais contribuições trouxeram à área foram António Damasio, Oliver Sacks, Joseph LeDoux e Steven Pinker. Entre as descobertas recentes que contrariam crenças antigas estão a de que o cérebro mantém o potencial de evolução durante toda a vida e que funções de regiões lesionadas podem ser assumidas por outras, se estimuladas. Apesar dos avanços, a mente humana continua a ser um vasto território a explorar. A intensificação das pesquisas faz prever muitas novidades para os próximos anos.
Fonte: http://novaescola.org.br/formacao/cientista-inteligencias-multiplas-423312.shtml
Escola alemã elimina séries e alunos escolhem suas tarefas
A Escola Evangélica de Berlim , na Alemanha, está demonstrando na prática que é possível renovar o sistema educacional de uma escola, sem prejudicar a qualidade do que é ensinado para os alunos. Inaugurada em 2007, a instituição não tem divisão por idade escolar e até os 15 anos os alunos não são avaliados por notas.
Segunda a reitora Margret Rasfeld, a filosofia por trás da inovação é preparar os jovens para lidar com as mudanças da sociedade e do mercado de trabalho. “As crianças de 3 e 4 anos estão cheias de confiança e quando iniciam a vida escolar, de alguma forma, os colégios conseguem acabar com essa força interior. A habilidade mais importante que uma escola pode passar para seus alunos é a capacidade de se motivar”, disse em entrevista ao jornal britânico The Guardian.
A principal razão para o sucesso da escola é que o seu método está conseguindo ótimos resultados acadêmicos. A ESBZ costuma estar muito bem qualificada entre as chamadas ‘gesamtschulen (institutos de educação integrada) de Berlim. No ano passado, os alunos que se formaram na escola tiveram uma nota média de 2.0 (equivalente à nota 8 nos exames da União Europeia).
A escola – As grades de matérias têm disciplinas mais abstratas, como o curso “desafio”. Essa aula exige que os estudantes, entre 12 e 14 anos, planejem viagens com 150 euros (aproximadamente 545 reais). O intuito é preparar os alunos para resolver situações que o mundo pode reservar a eles no futuro, fazendo-os desafiar os próprios limites. O aluno Anton Oberländer, de 14 anos, que nunca tinha ficado longe de casa por mais três semanas, viajou para Cornualha, na Inglaterra, no ano passado. Ele afirma que aprendeu mais inglês em sua viagem do que em todos os anos que estudou a disciplina na escola.
https://br.noticias.yahoo.com/escola-alem%C3%A3-elimina-s%C3%A9ries-e-alunos-escolhem-suas-151039282.html
RESUMO HISTÓRICO E O PROBLEMA DA INSTRUÇÃO SUPERIOR NO BRASIL
Parece que, entre nós [brasileiros], a ignorância não é um desserviço público, um pecado social
Cinco séculos antes de Cristo viveu Sócrates. Que tinha um amigo. Que resolveu ir ao templo de Apolo em Delfos e perguntar quem era o mais sábio dos gregos. Apolo não pensou duas vezes: era Sócrates. E isso criou um problema descomunal. Pois Sócrates, oleiro de ofício, sabia uma coisa só: que não sabia nada. Era um ignorante. E um ignorante não pode ser sábio, muito menos o mais sábio. O deus tinha se enganado. Mas o deus não se engana. Por isso é deus. E Sócrates, o ignorante, levou o resto da vida procurando a sabedoria que não tinha, para não o desmentir.
Dessa tensão entre ignorância e sabedoria forjou-se para nós, até hoje, a necessidade da educação como gênero de primeira necessidade. Como o pão. O grande discípulo de Sócrates, Platão, fundou a Academia. E Aristóteles, aluno de Platão, criou o Liceu. E de então em diante estar na escola tem sido a condição para gestar o conhecimento e pô-lo em comum, a mais elevada missão dos descendentes dos antigos gregos. Na luminosa Idade Média criaram-se as universidades, onde os cristãos reuniram o saber vindo dos gregos e a sabedoria migrada da Judeia, em cujas escolas os jovens, aos pares para estimular a divergência e o equilíbrio, aprendiam a Lei. Das universidades nós somos os descendentes diretos. Elas, onde o estudo conduz à superação da ignorância, são a mais nobre atividade emancipatória que criamos no Ocidente greco-judaico-cristão. Até hoje. As grandes universidades do mundo dão testemunho dessa continuidade histórica.
Aqui, não. Durante o período colonial as universidades foram proibidas no Brasil. No Império houve faculdades no Recife, em São Paulo, no Rio. Mas a primeira universidade foi criada apenas em 1920, a Universidade do Brasil, atual UFRJ. Temos, como país incorporado à cultura ocidental, 515 anos. Nossa mais antiga universidade não chega a 100. Diz alguma coisa? Infelizmente diz. Fala do desapreço dos governos pela escola, de baixo ao alto, do fundamental ao doutorado. Estudar, no Brasil, é heroico. Os pais humildes que querem para seus filhos vida melhor do que a que vão levando sempre acertam no remédio: “Meus filhos vão ter estudo”. Os pais “de posses” encaminham naturalmente seus filhos na mesma direção. E aí começa a tragédia. Porque os filhos dos pobres estudam nas escolas públicas, que já foram ótimas e se tornaram ruins. Professoras e professores equilibram-se nelas com estímulo perto de zero. E os filhos dos não pobres frequentam as escolas particulares, algumas muito caras, que são em geral boas. Isso não seria mais do que a expressão da estrutura social perversa em que vivemos não fosse o fato de que depois de 12 anos de estudos os filhos dos pobres vão para as universidades particulares, que não são boas — exceção para as PUCs e poucas mais —, e os filhos dos não pobres entram nas universidades públicas, que são melhores. Os filhos dos pobres não ficam, ou se endividam para estudar. Porque, justamente, são pobres, e as universidades particulares são caras. Xeque-mate. Há programas paliativos, mas de fato vamos criando um abismo entre os que sabem e os que não. Parece que, entre nós, a ignorância não é um desserviço público, um pecado social. Convivemos bem com ela.
Trecho do texto "Conversa sem educação" de Marcio Tavares D'amaral: http://oglobo.globo.com/cultura/conversa-sem-educacao-16306601
Centro Integrado de Educação Pública (CIEP), um triste exemplo do descaso maquiavélico na educação-instrução fundamental no Estado do Rio de Janeiro.
Como dizia Darcy Ribeiro há 30 anos: “Ou construímos escolas ou no futuro teremos um exército de trombadinhas assaltando nas ruas”. Não deu outra Desde 1984, nos 510 CIEPs teriam estudados cerca de 20 milhões de crianças em turno integral, que era o objetivo. Mas foram destruídos (...).
(...)
Lembro que em 24 de abril de 2002, o jornalão O Globo publicou que sete mil crianças estavam trabalhando de olheiros do tráfico nas 337 favelas na região metropolitana do Rio de Janeiro. Ganhavam 600 reais por semana.
(...)
Todos os professores que tentaram educar o povo brasileiro foram perseguidos, presos, cassados, banidos, torturados e exilados: Graciliano Ramos, Anísio Teixeira, Josué de Castro, Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Celso Furtado, Florestan Fernandes, Décio Freitas, Manoel Maurício de Albuquerque, Sergio Buarque de Hollanda, Maria Yeda Linhares, Joel Rufino dos Santos, Milton Santos e tantos outros. Sem esquecer os cientistas cassados da Fundação Oswaldo Cruz, no golpe militar de 1964, no Rio de Janeiro.
Trecho de texto do jornalista Sergio Caldieri no blog do repórter Marcelo Auler: http://www.marceloauler.com.br/criancas-abandonadas-e-30-anos-sem-cieps/
VISÃO SOBRE O ENSINO MÉDIO BRASILEIRO,
com o auxílio do pensamento de Bauman
http://colunastortas.com.br/2016/04/11/zygmunt-bauman-e-a-logica-escolar-no-ensino-medio/#_ftn1
A EDUCAÇÃO ALTERNATIVA ABRE MENTES E ALTERNATIVAS À MECANIZAÇÃO DA VIDA
com o auxílio do pensamento de Bauman
O fracasso da escola pública brasileira, para além de ser resultado de má administração, é fruto de seu próprio projeto. Adriano Machado Oliveira [professor Assistente, na área de Psicologia da Educação, da Universidade Federal do Tocantins] (com ajuda de Bauman) [OLIVEIRA, Adriano Machado. Entre impuros e estranho: o pensamento de Zygmunt Bauman e a lógica escolar do ensino médio. Revista Espaço Acadêmico, Nº125. 2011] concebe a produção do fracasso da escola universal brasileira a partir de uma perspectiva histórica e sociológica.
Foi com o advento da república que um cenário otimista para as classes médias burguesas (com o pensamento liberal em voga) surgiu. Neste momento histórico, a escravidão teve seu fim, o trabalho assalariado se expandiu e a lei passou a tratar de maneira igualitária qualquer cidadão, independentemente de cor ou classe social.
Ao mesmo tempo, a demanda de trabalhadores na indústria abriu espaço para o êxodo do campo para as cidades que se formavam,
A crescente complexificação da indústria, por sua vez, trazia a necessidade de que uma instrução mínima fosse fornecida a um enorme contingente de homens e mulheres do campo que chegavam às cidades urbanizadas. É nesse contexto, pois, que a ideologia liberal começa a fazer parte, progressivamente, do pensamento educacional brasileiro.
A entrada do pensamento liberal na formação do sistema educacional trouxe, consigo, a noção de mérito como causa de qualquer sucesso. Se, diferente de épocas passadas, agora qualquer pessoa pode entrar em uma escola e ter aprendizado comum para operar máquinas, fazer contas, ler e escrever, então o sucesso passa a depender somente do indivíduo. Uma grande contribuição para a crença na liberdade individual e no progresso técnico e científico como fruto da racionalidade humana.
Neste ponto, a teoria de Bauman passa a ser importante para Oliveira, já que é a escola nascido no seio do pensamento liberal que começa a produzir subjetividades. Estas, por sua vez, estão enquadradas no modus operandi da modernidade: é projeto desta época retirar as curvas e manter as linhas retas, retirar aquilo que é anormal, que é estranho, que é impuro e manter o mundo nos eixos de um progresso infinito.
As ciências humanas, logo após conseguirem o status científico, ficaram a cabo de nomear o anormal, de classificar a desordem e, desta forma, conseguir explicar a pobreza, as diferenças de aprendizagem entre crianças escolarizadas e das doenças mentais, por exemplo.
O objetivo da modernidade era manter-se limpa, pura,
Não há nenhum meio de pensar sobre a pureza sem ter uma imagem da “ordem”, sem atribuir às coisas seus lugares “justos” e “convenientes” – que ocorre serem aqueles lugares que elas não preencheriam “naturalmente”, por sua livre vontade. O oposto da “pureza” – o sujo, o imundo, os “agentes poluidores” – são coisas “fora do lugar”. Não são as características intrínsecas das coisas que as transformam em “sujas”, mas tão-somente sua localização e, mais precisamente, sua localização na ordem de coisas idealizada pelos que procuram a pureza.
Os puros, por sua vez, não são os dominantes. Não se trata de um esquema de dominação, unicamente. Os puros são aqueles que estão dentro da ordem, seja como dominante ou como dominado. A pureza é relacionada com a ordem e a presença dos indivíduos dentro da ordem, dentro da previsibilidade já programada, os coloca como indivíduo “limpos”. O impuro, por sua vez, é aquele que não faz sentido, que não foi previsto.
Os impuros na escola pública de ensino médio, passaram a existir devido às tentativas da psicologia em justificar as desigualdades entre alunos:
A psicologia científica nascente neste mesmo período não poderia ser diferente; gerada nos laboratórios de fisiologia experimental, fortemente influenciada pela teoria da evolução natural e pelo exaltado cientificismo da época, tornou-se especialmente apta a desempenhar seu primeiro e principal papel: descobrir os mais e os menos aptos a trilhar “a carreira aberta ao talento” supostamente presente na nova organização social e assim colaborar, de modo importantíssimo, com a crença na chegada de uma vida social fundada na justiça.
A busca pelo aptos e inaptos, os puros e impuros, tem teste final na escolha pelo ensino superior. Inúmeros professores e atores escolares, afirma Oliveira, verbalizam a meta final do estudo na entrada ao ensino superior. É desta maneira que o aluno acaba sendo homogeneizado, coberto por uma meta universal.
No entanto, não são todos os alunos que desejam entrar em uma faculdade. Esta sobra que não guarda esperança ou vontade para a universidade é a parcela estranha do sistema educacional. Para eles, a escola aparece como um ambiente hostil, já que não são enquadrados como legítimos estudantes.
A disciplina escolar, inflexibilidade curricular e o silêncio imposto aos estudantes como parte da metodologia pedagógica não dão conta de todos os alunos que, ao serem colocados diante de um sentido único para seus estudos – o ensino superior – não aderem a qualquer forma padrão de conduta no ambiente escolar.
Eles são “estigmatizados como os desinteressados, bagunceiros, filhos de famílias desfavorecidas e empobrecidas culturalmente, cuja soma de conflitos sociais e familiares hipoteticamente os impediria de aprender”.
Os estranhos são, portanto, “sujeitos cuja forma de ser e agir na escola não consegue ser enquadrada e codificada de modo claro e inequívoco pelos agentes da pureza escolar idealizada”.
O nascimento do estranho, por sua vez, se dá através da positividade de uma narrativa dominante. Ele só aparece após a definição de um projeto normativo feito por um grupo dominante. É este grupo que controla a classificação e designação, tornando sua narrativa, uma forma de dominação.
Para oliveira, o viés psicologizante se mantém como narrativa de dominação no ambiente escolar. Ainda é por ele que as diferenças de aprendizagem são justificadas a partir da classificação de indivíduo em “hiperativos” ou “com déficit de atenção” e, ao mesmo tempo, a saúde emocional está com o estudante quieto, bem comportado, aplicado e compenetrado.
De outro lado, por sua vez, incrementa-se o vocabulário professoral com outras designações não científicas que possuem um poder ordenador/estigmatizador igualmente contundente, como se apresentam os jovens nominados como delinquentes, imorais, maconheiros, bandidos, perdidos, repetentes, fracos e que não têm futuro.
Para além destes, ainda existem aqueles que veem no ensino médio uma utilidade temporária, mas nada relevante a longo prazo. São alunos que não podem ser enquadrados de nenhum jeito acima explícito: não são compenetrados, por que bagunçam, mas tiram notas boas, conseguem lidar com o estilo memorístico do ensino público.
Na impossibilidade de classifica-los e aplicar a disciplina corretamente, eles acabam sendo os estranhos no sistema educacional.
É o estranho, por sua vez, que torna tênue a linha divisória entre o normal e o anormal, porque ele é justamente gerado pela sociedade que não deseja o ter por perto. É seu oposto, seu subproduto. A modernidade, que surge com uma receita para a organização, se perde com a presença dos estranhos, que obscurecem as fronteiras entre o bom e o mau, o aluno compenetrado e o bagunceiro. Estas, por sua vez, deveriam ser vistas claramente por todos os indivíduos.
O estranho causa angústia e incerteza na ação, ou seja, naqueles que dominam o poder da narrativa classificatória. Desse modo, a seu turno, a escola de ensino médio tem produzido muitos estranhos. As antigas oposições agora se confundem, de forma que o mesmo aluno compenetrado, em um dado momento, apresenta-se como o baderneiro em outro. Assim como o aluno passivo e cuja audição parece aceitar os sentidos impostos pelo docente para o ensino médio, ao mesmo tempo em que obtém notas muito boas, locupleta tantos outros momentos da mesma disciplina manuseando seu celular ou zoando com os demais colegas, apesar dos reiterados pedidos de silêncio do professor.
O estranho, para concluir, é o elemento que mostra o enfraquecimento do poder disciplinar do sistema educacional. É o indivíduo que faz parte do teatro escolar para obter uma diplomação mínima e depois dar sentido a sua vida de outras maneiras. Se trata, portanto, de uma estratégia de resistência, ainda em elaboração, da juventude perante o sistema educacional.
Em sociedades regidas pela ordem, a presença do estranho é garantida. Agora, deve-se entender como a escola irá lidar com estes elementos.
http://colunastortas.com.br/2016/04/11/zygmunt-bauman-e-a-logica-escolar-no-ensino-medio/#_ftn1
A EDUCAÇÃO ALTERNATIVA ABRE MENTES E ALTERNATIVAS À MECANIZAÇÃO DA VIDA
Será que só eu me sinto preso pelo capitalismo? Ninguém mais sente o saco que é ter que acordar 6, 7 da manhã, chegar às 8 no trabalho, sair às 18, chegar em casa 19 ou 20h, isso pra quem ainda não tem que ir a faculdade ou fazer algum curso pra ver se consegue um salário um pouco melhor… e aí só irá ver a sua casa, seu esposo ou esposa, filhos, pais… no final da noite? Mesmo pra quem pode chegar já às 19h ou 20h, é tomar um banho, jantar, dar uma arrumada no quarto, assistir um jornal e pronto, 23, 0, 1h da manhã, hora de dormir e começar tudo de novo. De segunda à sexta, ou sábado… apenas o final de semana para repôr as energias e começar mais uma semana chata… isso até o próximo feriadão ou as próximas férias.
Em uma entrevista de Erich Fromm (divulgada também no Blog Um Ser Pensante), ele diz que:
[trabalhar para garantir sua sobrevivência] não é o suficiente para fazer alguém feliz se esse alguém gasta 8 horas por dia em algo que, em si mesmo, não tem nenhum sentido (…) exceto ganhar dinheiro.
Afinal, são poucos os que podem se dar ao luxo de trabalhar com aquilo que gostam. E mesmo assim, eu acho que 40 horas por semana, mais os deslocamentos, é muita coisa.
Quem me conhece e/ou acompanha o “Um Ser Pensante” sabe que eu sou um crítico do uso do álcool como fuga. Mas, por outro lado, restando tão pouco tempo pra se fazer outras coisas, eu compreendo (compreendo mesmo!) porque tanta gente opta por fazer da noite, da bebida e da ressaca no dia seguinte um ritual sagrado. Como diz a música do Chico Buarque, “a gente vai tomando que também sem a cachaça, ninguém segura esse rojão” — troque por cerveja, se preferir.
Por muitos e muitos anos, eu desconfiei que havia algo de muito errado com “o jeito que a vida é”. E, como eu sempre digo, sou um péssimo “aceitador-das-coisas-como-elas-são”. E antes que digam “pow, esse cara é só um vagabundo, não gosta de trabalhar”, reproduzo aqui um pensamento que consegui sintetizar numa pequena conversa sobre a tal teoria revolucionária do ócio criativo:
Na verdade, esse sistema é tão do avesso que quando nós estamos sendo mais humanos, quando estamos nas mais valiosas de todas as nossas atividades, pensando, refletindo, criando, planejando, escrevendo, compondo, nos ouvindo, nos construindo… eles chamam de ócio. E quem se dedica a isso é vagabundo.
Cena clássica do filme Tempos Modernos (Modern Times), 1936, de Charlie Chaplin: a sétima arte como instrumento de crítica à vida mecanizada no capitalismo do século XX.
Compensação
Eu nunca senti o dinheiro como incentivo. Soa mais como uma compensação. Isso pode ficar mais claro quando se pensa na remuneração da hora extra: por que ela vale mais? Pra mim, os 50 ou 100% a mais é o reconhecimento de que este é um tempo precioso, que dedicamos a nós mesmos (e olhe lá) e que nos está sendo usurpado. Pagar um pouco mais não é bondade do sistema: é o mínimo que se pode fazer por roubarem mais um pouco da nossa vida, que não tem preço.
Um workaholic (pessoa viciada em trabalho, “trabalhólatra”) ou qualquer pessoa que não compartilha da minha visão pode estar se perguntando: mas se você não trabalhar, vai fazer o quê? Vai ficar coçando o saco?
Hmm! Há 5 ou 6 anos atrás eu encararia essa pergunta como algo para refletir e continuar a mesma vidinha de sempre no outro dia. Hoje a resposta está na ponta da língua. Por exemplo, quando eu disse a um amigo que eu não estava trabalhando (em um emprego), ele me perguntou o que eu estava fazendo então (sem maldade, mas a resposta se aplicaria ao workaholic acima). Respondi:
ah.. cuidando da saúde, estudando mitologia antiga, economia, C++, edição de vídeo, computação gráfica, história do oriente médio, Qt (bibliteca C++ da Nokia), lendo livro (e tentando escrever os meus), assistindo filme, escrevendo no blog… lendo sobre política, religião, psicologia…
Isso porque resolvi dar um tempo no violão e não lembrei de falar dos meus projetos pessoais. Ele teve de concordar: “tu tá cheio de coisas heim!!!” Pois é ;-D
Mais uma vez, repito que dinheiro não é O incentivo. Talvez no capitalismo seja o principal, por sermos forçados a tê-lo, mas digo com certeza que, pelo menos eu, não preciso estar ameaçado de morrer de fome para ter vontade de fazer coisas! Na verdade, considero seriamente a hipótese da fome como incentivo ser uma exceção. Considere o texto (*) abaixo:
“O sistema monetário é há muito tempo considerado uma força positiva na nossa sociedade graças à sua alegação de que produz incentivos e progresso. (…) em seu núcleo estão as suposições de que (1) Devemos lutar uns com os outros para sobreviver (2) Seres humanos precisam de um “estímulo” recompensador para fazer coisas significativas. (…) Quanto ao Número 2 (‘Seres humanos precisam de um ‘estímulo’ recompensador para fazer coisas significativas’), essa é uma perspectiva triste e incrivelmente negativa do ser humano. Supor que uma pessoa precise ser ‘motivada estruturalmente’ ou ‘forçada’ a fazer algo é simplesmente absurdo.
Lembre-se de quando você era criança e não tinha a menor ideia do que fosse dinheiro. Você brincava, era curioso e fazia muitas coisas… Por quê? Porque você queria. No entanto, conforme o tempo passa em nosso sistema, a curiosidade e auto-motivação naturais são extirpadas das pessoas, pois elas são forçadas a se ajustar a um sistema de trabalho especializado, fragmentado, quase predefinido para poderem sobreviver. Por sua vez, isso costuma criar uma revolta interior natural nas pessoas devido à obrigação e foi assim que separamos os momentos de ‘lazer’ e de ‘trabalho’. A preguiça que aqueles que defendem o sistema monetário (por alegar que ele cria estímulo) não reconhecem este fato.”
Não é à toa que o capitalismo precise oferecer um pouco de dinheiro em compensação a tudo o que nos tira.
Eu sempre desconfiei que havia algo de errado com o sistema. Este texto e outros materiais semelhantes me fizeram ver que não só há algo errado, como todo o sistema é uma grande porcaria, em termos humanistas.
O erro É o sistema.
Um abraço.
Texto: "Capitalismo, um incentivo para a escravidão" em http://blog.movimentozeitgeist.com.br/capitalismo-um-incentivo-para-a-escravidao/
Entrevista completa em http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2015/05/claudio-naranjo-educacao-atual-produz-zumbis.html
Outra fonte: http://www.laparola.com.br/a-educacao-nao-pode-se-ocupar-so-do-intelecto-mas-deve-formar-pessoas-mais-solidarias
Claudio Naranjo: “A educação atual produz zumbis”
O psiquiatra chileno diz que investir numa didática afetiva é a saída para estimular o autoconhecimento dos alunos e formar seres autônomos e saudáveis
"Quando há amor na forma de ensinar, o aluno aprende mais facilmente qualquer conteúdo"
ÉPOCA – Quais os problemas do modelo educacional atual na opinião do senhor?
Naranjo – Temos um sistema que instrui e usa de forma fraudulenta a palavra educação para designar o que é apenas a transmissão de informações. É um programa que rouba a infância e a juventude das pessoas, ocupando-as com um conteúdo pesado, transmitido de maneira catedrática e inadequada. O aluno passa horas ouvindo, inerte, como funciona o intestino de um animal, como é a flora num local distante e os nomes dos afluentes de um grande rio. É uma aberração ocupar todo o tempo da criança com informações tão distantes dela, enquanto há tanto conteúdo dentro dela que pode ser usado para que ela se desenvolva. Como esse monte de informações pode ser mais importante que o autoconhecimento de cada um? O nome educação é usado para designar algo que se aproxima de uma lavagem cerebral. É um sistema que quer um rebanho para robotizar. A criança é preparada, por anos, para funcionar num sistema alienante, e não para desenvolver suas potencialidades intelectuais, amorosas, naturais e espontâneas.
ÉPOCA – Como é possível mudar esse modelo?
Naranjo – Podemos conceber uma educação para a consciência, para o desenvolvimento da mente. Na fundação, criamos um método para a formação de educadores baseado em mais de 40 anos de pesquisas. O objetivo é preparar os professores para que eles se aproximem dos alunos de forma mais afetiva e amorosa, para que sejam capazes de conduzir as crianças ao desenvolvimento do autoconhecimento, respeitando suas características pessoais. Comprovamos por meio de pesquisas que esse é o caminho para formar pessoas mais benévolas, solidárias e compassivas. Hoje a educação é despótica e repressiva. É como se educar fosse dizer faça isso e faça aquilo. O treinamento que criamos está entre os programas reconhecidos pelo Fórum Mundial da Educação, do qual faço parte. Já estive com ministros da Educação de dezenas de países para divulgar a importância dessa abordagem.
ÉPOCA – O senhor diz que o sistema de educação atual desperdiça talentos, rotulando-os com transtornos e distúrbios. Pode explicar melhor esse ponto?
Naranjo – Humberto Maturana, cientista chileno, me contou que a membrana celular não deixa entrar aquilo que ela não precisa. A célula tem um modelo em seus genes e sabe o que necessita para construir-se. Um eletrólito que não lhe servirá não será absorvido. Podemos usar essa metáfora para a educação. As perturbações da educação são uma resposta sã a uma educação insana. As crianças são tachadas como doentes com distúrbios de atenção e de aprendizado, mas em muitos casos trata-se de uma negação sã da mente da criança de não querer aprender o irrelevante. Nossos estudantes não querem que lhe metam coisas na cabeça. O papel do educador é levá-lo a descobrir, refletir, debater e constatar. Para isso, é essencial estimular o autoconhecimento, respeitando as características de cada um. Tudo é mais efetivo quando a criança entende o que faz mais sentido para ela.
ÉPOCA – Por que a educação caminhou para esse modelo?
Naranjo – Isso surgiu no começo da era industrial, como parte da necessidade de formar uma força de trabalho obediente. Foi uma traição ao ideal do pai do capitalismo, Adam Smith, que escreveu A riqueza das nações. Ele era professor de filosofia moral e se interessava muito pelo ser humano. Previu que o sistema criaria uma classe de pessoas dedicadas todos os dias a fazer só um movimento de trabalho, a classe de trabalhadores. Previu que essa repetição produziria a deterioração de suas mentes e advertiu que seria vital dar a eles uma educação que lhes permitisse se desenvolver, como uma forma de evitar a maquinização completa dessas pessoas. Sua mensagem foi ignorada. Desde então, a educação funciona como um grande sistema de seleção empresarial. É usada para que o estudante passe em exames, consiga boas notas, títulos e bons empregos. É uma distorção do papel essencial que a educação deveria ter.
ÉPOCA – Há algo que os pais possam fazer?
Naranjo – Muitos pais só querem que seus filhos sigam bem na escola e ganhem dinheiro. Acho que os pais podem começar a refletir sobre o fato de que a educação não pode se ocupar só do intelecto, mas deve formar pessoas mais solidárias, sensíveis ao outro, com o lado materno da natureza menos eclipsado pelo aspecto paterno violento e exigente. A Unesco define educar como ensinar a criança a ser. As Constituições dos países, em geral, asseguram a liberdade de expressão aos adultos, mas não falam das crianças. São elas que mais necessitam dessa liberdade para se desenvolver como pessoas sãs, capazes de saber o que sentem e de se expressar. Se os pais se derem conta disso, teremos uma grande ajuda. Eles têm muito poder de mudança.
Entrevista completa em http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2015/05/claudio-naranjo-educacao-atual-produz-zumbis.html
Outra fonte: http://www.laparola.com.br/a-educacao-nao-pode-se-ocupar-so-do-intelecto-mas-deve-formar-pessoas-mais-solidarias
UMA ESCOLA SEM DIVISÃO EM CLASSES
ARGENTINA DÁ UM PASSO À EDUCAÇÃO EXPERIMENTAL-ALTERNATIVA
A Educação tradicional formata as pessoas desde a tenra idade.
A Educação tradicional formata as pessoas desde a tenra idade.
A história das Escolas Experimentais, na Argentina, remonta a 1958, quando duas professoras universitárias decidiram abrir uma pequena escola baseada na avaliação de que era necessário estudar e implementar experiências alternativas de educação. Passados 58 anos de muita luta, existem ao menos 30 escolas experimentais espalhadas por toda a Argentina.
Os docentes implementaram um método de ensino inspirado pela pedagogia da tolerância, do educador brasileiro Paulo Freire. Cada escola experimental comporta entre 100 e 200 alunos de ensino infantil, fundamental e médio e a arte é usada como fio condutor para abordar as disciplinas obrigatórias do currículo.
Desde o primeiro dia de aula os estudantes mais novos são colocados em contato com ferramentas artísticas, como pincéis, tintas e instrumentos musicais. Enquanto pintam ou aprendem a tocar algum instrumento musical, os professores conduzem a aula, ensinando história, contando qual foi o contexto social e histórico de algum artista.
A divisão por sala ou por idade inexiste e os estudantes são divididos em rodas de discussão compostas por no máximo 25 alunos. O objetivo de trabalhar em pequenos grupos é permitir aos docentes que estabeleçam uma relação muito próxima com os estudantes.
Nas escolas experimentais não existem funcionários responsáveis pela limpeza. Toda a manutenção dos espaços fica a cargo dos professores e, em alguns casos, dos estudantes, quando isso é interpretado como política pedagógica relevante.
Dentro das escolas também é utilizada a gestão democrática e não existe hierarquia entre os professores que tomam decisões coletivas durante as assembleias periódicas.
Nessas instâncias se decide de tudo, até mesmo quais professores podem ou não fazer parte do quadro docente. Dessa forma, o sistema tradicional de concurso não é adotado nas escolas experimentais.
A "DITADURA DO PENSAR" NA EDUCAÇÃO TRADICIONAL
Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará.
(João, 8:32)
(trecho do livro Cuidado, Escola! Autores diversos, apresentação de Paulo Freire, 1980)
A ditadura militar do Brasil (1964-85) também ajudou a limitar o processo criativo de alunos e professores. Assim esclarece esse artigo de Carta na Escola: http://www.cartanaescola.com.br/single/show/316
Você lembra quais eram seus sonhos na infância?
Quantos conseguiu realizar?
Quantos foram ouvidos?
Quantos foram silenciados?
Quantos continuam perdidos em seus pensamentos?
Você conhece os sonhos das crianças que estão ao seu redor?
Dá importância a eles?
Como tem mostrado a elas que se importa?
Quantas vezes parou para ouvi-los?
Considera que o sonho é o primeiro passo de um projeto que queremos ver florescer?
“A criança ‘acomodada’ é o sonho da educação contemporânea: passo a passo, com método, ela procura adormecer, sufocar, destruir tudo o que seja a vontade da criança, sua liberdade, a força moral de suas exigências e de suas aspirações.
Bom, obediente, gentil, fácil…Por acaso pensamos alguma vez neste homem fraco, covarde, sem energia que a criança corre o risco de se tornar?” (Korczak, Como amar uma criança).
Leia mais em: http://bloguniversidadelivrepampedia.com/2014/12/30/contribuicoes-da-universidade-livre-para-um-dialogo-com-a-infancia/
O MODELO ARCAICO DE ENSINO NO BRASIL PRECISA SER REVISTO
Pesquisa revela insatisfação com excesso de teoria e falta de prática do atual modelo de ensino
Estudo da Fundação Lemann mostra como jovens e professores enxergam a educação no Brasil
Por Raphael Kapa
O atual modelo de ensino no Brasil não prepara os jovens para a vida. Há excesso de conteúdo, e pouco espaço para desenvolver habilidades que permitam a eles usar o conhecimento em atividades práticas. É desta forma que o jovem vê o ensino básico no Brasil [...]. A visão negativa aparece não apenas no depoimento dos que acabaram de entrar na faculdade. Ela também é compartilhada por especialistas, professores universitários, empregadores e ONGs. Ou seja, todos concordam que o atual modelo não prepara os jovens para a vida. Há excesso de conteúdo e pouco espaço para desenvolver habilidades.
- A sociedade espera que os jovens sejam capazes de aplicar os conhecimentos aprendidos na escola em situações reais. Na universidade, professores esperam que os jovens consigam, por exemplo, articular suas opiniões e se expressar com clareza para defender um argumento em sala.
Esse desenvolvimento de habilidades é visto como fundamental para professores universitários e empregadores. Falta de entendimento de instruções, dificuldades para se expressar e medo de repreensão são três das dificuldades vistas no jovem formado quando vai para a faculdade ou está em seu primeiro trabalho, de acordo com o levantamento.
O colégio tem que ser mais formativo, se pautar em valores. A escola de hoje não oferece isso, mas não é culpa dela. É do modelo. Ele está voltado para um saber acadêmico direcionado a uma escola que era só para as elites. A sociedade mudou, mas o modelo escolar não. O colégio tem que passar a pensar as habilidades que este jovem pode desenvolver.
Texto editado, ver original aqui: http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/pesquisa-revela-insatisfacao-com-excesso-de-teoria-falta-de-pratica-do-atual-modelo-de-ensino-16445918
Para o pensador austríaco Ivan Ilich (1926-2002), a obrigatoriedade do ensino escolar interrompe o direito à educação. No livro Sociedade sem Escolas (1971), ele aponta a grande distância que existe entre a burocracia da instituição escolar e a aprendizagem. Para ele, esse sistema deveria deixar de existir e em seu lugar teríamos uma rede de participação, cuidado e troca de experiências. Esse seria o novo paradigma educacional.
Saibam mais sobre Ivan Ilich (do século XX) nestes vídeos do professor André Azevedo da Fonseca:
Saibam mais sobre Ivan Ilich (do século XX) nestes vídeos do professor André Azevedo da Fonseca:
http://bloguniversidadelivrepampedia.com/2015/01/29/porque-existem-as-escolas-que-tipo-de-vida-queremos-ter/
Antes de mais nada eu gostaria de dizer que esse vídeo colocou muitas ideias na minha cabeça sobre o atual sistema de ensino. Em especial, o sistema de ensino brasileiro. Eu já tinha visto essa palestra de Logan LaPlante há algum tempo, mas só agora encontrei o vídeo com legendas em português para publicar no Awebic. Esse garoto tem apenas 13 anos e não frequenta a escola tradicional desde os 9. Hoje ele busca novos conhecimentos através do que ele denominou ser Hackschooling. Esse termo e tudo que faz Logan merecer ser visto é explicado com calma, simplicidade e espontaneidade por ele mesmo no vídeo a seguir. http://awebic.com/pessoas/isso-e-o-que-acontece-quando-uma-crianca-deixa-o-sistema-tradicional-de-ensino/
A missão de ser um professor
UMA NOVA VISÃO ECONÔMICA DE MUNDO SURGE ATRAVÉS DE UMA NOVA EDUCAÇÃO
O economista e banqueiro bengali Muhammad Yunus é conhecido no mundo todo como “o banqueiro dos pobres”. Yunus não pode ser considerado um assistencialista ou paternalista no sentido pejorativo. Por meio do Grameen Bank, que ele fundou em 1983 em Bangladesh, Yunus espalhou em escala internacional o conceito do microcrédito: empréstimos feitos, sem garantias ou papéis, a gente pobre que nunca antes teve acesso ao sistema bancário. Tal fomento ao empreendedorismo, sobretudo entre mulheres, e seus resultados efetivos lhe renderam, entre outros prêmios, o Nobel da Paz em 2006.
EMPREGO: ESQUEÇA ESSA IDEIA
“Uma questão essencial está na ideia de emprego. Quem disse que nascemos para procurar emprego? A escola? Os professores? Os livros? Sua religião? Seus pais? Alguém colocou isso na cabeça das pessoas. O sistema educacional repete: ‘você tem que trabalhar duro’. Seres humanos não nasceram pra isso. O ser humano é cheio de poder criativo, mas o sistema o reduz a mero trabalhador, capaz de fazer trabalhos repetitivos. Isso é vergonhoso, está errado. As pessoas precisam crescer sabendo que é uma opção se tornar empregado, mas que existe a possibilidade de ser empreendedor, seguir o próprio caminho. É arriscado, incerto, há frustrações, mas é bem mais estimulante. Arrumar emprego é o que é seguro, garantido. Mas sua vida será limitada ao que decidirem por você.
TEORIA VERSUS REALIDADE
“Meu pai era um pequeno comerciante. Admirava a educação, mas não pôde ir além do oitavo ano na escola. Minha mãe foi até o quarto ano. Somos sete irmãos e duas irmãs, e todos decidimos por conta própria o que fazer. Oportunidades surgiram, empregos me foram oferecidos, e eu não aceitei. O único emprego que tive foi o de professor – porque eu queria ensinar. Não me empolgou a possibilidade de carreira, salário, mas o espaço para pensar, criar. E, quando chegou a hora, comecei o negócio do microcrédito. O isolamento da universidade sempre me irritou. Qual a utilidade do conhecimento se ele não chega às pessoas? Em Bangladesh, tínhamos pessoas morrendo de fome. Faz sentido ensinar teorias tão bonitas, das quais somos tão orgulhosos, e elas não terem o menor significado na vida de quem não pode comer? Há muitas maneiras de morrer, mas a fome é uma das mais dolorosas. Lidar com teorias econômicas diante de pessoas morrendo assim era uma piada.”
NOVAS GERAÇÕES
“Tenho falado muito, em diferentes países, a convite de empresários, banqueiros. Então creio que estejam prestando atenção ao que eu digo. Se me odiassem, me manteriam longe. Não odeio os banqueiros, as pessoas, apenas digo: ‘Não é possível continuar agindo assim’. E estão entendendo. Talvez ainda haja uma diferença entre a imagem pública e o que pensam. Muitos chegam em casa e são criticados pelos filhos. Porque as novas gerações estão espalhando essas mensagens. Viajo muito, é uma rotina corrida, mas a energia das pessoas, particularmente as mais jovens, me renova. Quando vejo essa gente respondendo ao que digo, se inspirando, querendo fazer alguma coisa, tudo faz sentido. Quando estou longe de casa, no Brasil, na Colômbia, no Chile ou na China, e vejo que as pessoas conhecem o que eu disse, o que eu fiz, esqueço as horas de sono perdidas, o jetlag. São sementes sendo espalhadas, que um dia vão germinar. Algumas podem se tornar árvores gigantes. Quem sabe?”
Fonte: http://revistatrip.uol.com.br/revista/245/reportagens/o-banqueiro-dos-pobres-muhammad-yunus-propoe-uma-nova-logica.html
POR QUE AS CRIANÇAS ESTÃO CADA VEZ MAIS INFELIZES?
Especialistas em saúde infantil chamam a atenção para uma epidemia silenciosa que afeta a saúde mental das crianças que, ainda pequenas, precisam lidar com as pressões da sociedade moderna.
Uma em cada onze crianças com mais de oito anos de idade está infeliz, segundo um estudo divulgado em janeiro deste ano pela Children’s Society, organização centenária de proteção infantil. Apesar de a pesquisa trazer à tona uma realidade das crianças entre 8 e 16 anos do Reino Unido, especialistas brasileiros em saúde infantil afirmam que esse não é um problema exclusivo das crianças britânicas. No Brasil, a realidade é parecida. Ana Maria Escobar, pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, em São Paulo, conduziu uma pesquisa com os pais de cerca de 900 crianças de 5 a 9 anos que estudavam em escolas particulares e estaduais.
De acordo com os resultados do estudo, os pais disseram que 22,7% das crianças apresentavam ansiedade; 25,9% tinham problemas de atenção e 21,7% problemas de comportamento. "No início do estudo, esperava encontrar queixas como asma, mas não ansiedade", diz Ana. Apenas 8% tinham problemas respiratórios e 6,9% eram portadoras de asma. O estudo foi concluído em 2005, mas Ana Maria acredita que se a pesquisa fosse feita hoje, "os níveis de ansiedade e de problemas de comportamento certamente seriam ainda mais altos."
Mais do que infelizes, as crianças brasileiras também estão ansiosas, estressadas, deprimidas e sobrecarregadas. "Elas estão desconfortáveis com a infância. Esse desconforto aparece de várias formas: como irritabilidade, desatenção, tristeza e falta de ânimo. Muitas vezes, é um comportamento incomum em relação à idade delas", diz Ivete Gattás, coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
[...]
Terapia — Estudos já mostraram que a ansiedade durante a infância, se não contornada, pode se transformar em depressão durante a vida adulta. Por isso é necessário prevenir qualquer sintoma, mesmo que ele não seja o suficiente para o diagnóstico da depressão. (Veja como evitar o stress infantil.)
[...]
Para Gattá, o pediatra deve ser treinado na área de saúde mental para diagnosticar problemas da infância e adolescência. “Ele acompanha a criança durante o crescimento e tem uma importância fundamental na orientação dos pais”, diz. “Se não houver uma mudança na forma como os pais lidam com seus filhos, vamos ver um aumento da frequência dos quadros psiquiátricos, mas transtornos de ansiedade e falta de perspectivas para as novas gerações”, diz [Francisco] Assumpção [psiquiatra da Sociedade Brasileira de Psiquiatria].
Ver mais detalhes em http://www.pediatriaemfoco.com.br/posts.php?cod=280&cat=4
Veja bem que eu não disse ceder às vontades. Eu disse conversar. Por exemplo, se ele se joga no chão e berra porque queria uma tesoura, abaixamos na mesma altura que ele e conversamos com muito carinho que a tesoura pode machucá-lo e por isso papai e mamãe não vão deixar ele brincar com ela. Abraçamos e acolhemos o nosso pequeno e tudo fica bem.
ler mais em http://www.mamaetagarela.com/terapia-do-abraco-para-birras-eu-testei/
Embora não seja regra absoluta, não podemos negar que nossa infância e primeiras experiências afetivas podem influenciar na maneira como lidamos com os relacionamos posteriores e na leitura que temos das coisas que acontecem ao nosso redor.
As boas e más experiências infantis afetam sim nossa qualidade de vida quando adultos. Influenciam também, depois, em como trataremos nossos filhos tanto do ponto de vista do afeto quanto do enfrentamento de adversidades.
Abaixo, estão descritas cinco feridas emocionais segundo a canadense especialista em comportamento Lisa Bourbeau.
1- O medo do abandono
Um dos medos frequentes nas crianças é o medo da ausência de seus pais, o medo do abandono. A criança, nos primórdios de sua vida, ainda não consegue separar fantasia de realidade, e, por também não conseguir quantificar o tempo, entente que as ausências podem ser sinônimos do abandono absoluto.
Se a aprendizagem dessa separação necessária já é complexa em ambientes onde os pais lidam com o fato com tranquilidade, no caso de pessoas que tiveram experiências de negligência na infância, as marcas deixadas podem acarretar um medo de solidão e rejeição contínuos todas as vezes em que a pessoa não tiver perto de si (fisicamente) a pessoa amada.
A ferida causada pelo abandono não é fácil de curar. A pessoa saberá que está curada quando os momentos de solidão não forem vistos como desamor e rejeição, e, dentro de si, existirem diálogos positivos e esperançosos.
2- O medo da rejeição
É uma ferida profunda que é formada quando, durante o desenvolvimento, a criança não se sentiu suficientemente amada e acolhida pelas figuras de referência que estavam ao seu redor assim como, posteriormente, pode ser afetada também por rejeições em ambiente escolar.
Como a pessoa, no começo, forma sua identidade a partir da maneira como é tratada, se ela for desvalorizada e depreciada constantemente, pode internalizar em si uma autoimagem de que não é merecedora de afeto e de que não possui atributos suficientes para ser aceita em sociedade.
O rejeitado passa, então, a rejeita-se, e, na idade adulta, muitas vezes, mesmo frente ao sucesso e obtento bons resultados, essa pessoa pode apresentar grande fragilidade frente a qualquer crítica que exponha seus medos internos de insucesso.
3- A humilhação
Esta ferida é gerada no momento em que sentimos que os outros nos desaprovam e criticam. Podemos criar esses problemas em nossos filhos dizendo-lhes que eles são estúpidos, maus ou mesmo exagerando em comparações; isso destrói a criança e sua autoestima.
Uma pessoa criada em um ambiente assim pode desenvolver uma personalidade exageradamente dependente. Outra possibilidade é o desenvolvimento da “tirania” também em si, um mecanismo de defesa em que a pessoa passa a humilhar aos outros para se sentir mais valorizada.
4- Traição ou medo de confiar
Uma criança que se sentiu repetidamente traída por um de seus pais, principalmente quando o mesmo não cumpria as suas promessas, pode nutrir uma desconfiança que, mais tarde, pode ser transformada em inveja e outros sentimentos negativos. Quem não recebe o que foi prometido pode não se sentir digno de ter os que os outros têm.
Pessoas que passaram por isso desenvolvem uma tendência maior a tentar controlar tudo e todos ao redor em uma tentativa de trazer para si o comando de variáveis que, antigamente, faziam com que se sentissem preteridas e injustiçadas. Quando perdem o controle ficam nervosas e sentem-se perdidas.
5- Injustiça
A ferida da injustiça surge a partir de um ambiente no qual os cuidadores primários são frios e autoritários. Na infância, quando existe uma demanda além da capacidade real da criança, ela pode ter sentimentos de impotência e inutilidade que depois pode carregar ao longo dos anos.
Em ambientes assim, a criança pode desenvolver um fanatismo pela ordem e pelo perfeccionismo como tentativa de minimizar os erros e as cobranças. Soma-se a isso a incapacidade de tomar decisões com confiança.
Fonte: http://www.contioutra.com/5-feridas-emocionais-da-infancia-que-podem-persistir-na-idade-adulta/
Antes de mais nada eu gostaria de dizer que esse vídeo colocou muitas ideias na minha cabeça sobre o atual sistema de ensino. Em especial, o sistema de ensino brasileiro. Eu já tinha visto essa palestra de Logan LaPlante há algum tempo, mas só agora encontrei o vídeo com legendas em português para publicar no Awebic. Esse garoto tem apenas 13 anos e não frequenta a escola tradicional desde os 9. Hoje ele busca novos conhecimentos através do que ele denominou ser Hackschooling. Esse termo e tudo que faz Logan merecer ser visto é explicado com calma, simplicidade e espontaneidade por ele mesmo no vídeo a seguir. http://awebic.com/pessoas/isso-e-o-que-acontece-quando-uma-crianca-deixa-o-sistema-tradicional-de-ensino/
Devemos lembrar a educação moral-comportamental dada aos mais jovens é de responsabilidade maior dos pais ou demais responsáveis, ou seja, da família.
QUANDO O MAU USO DA TECNOLOGIA ATRAPALHA A EDUCAÇÃO
‘Estamos criando uma geração de alienados’, afirma psicólogo do HC
'Jamais a gente deveria permitir o contato de uma criança com qualquer tipo de tecnologia antes dos 2 ou 3 anos de idade'
Blog: Como a tecnologia pode causar dependência nos mais jovens?
Dr. Cristiano Nabuco: Alguns estudos já mostram que o celular, da forma que vem sendo utilizado hoje, vem criando o que chamamos de dependência tecnológica. Há pessoas que cada vez mais precisam ficar em contato com o celular, semelhante àquelas pessoas que são viciadas em álcool e drogas. Quando ficam longe apresentam reações de falta e de necessidade. Alguns estudiosos já dizem que a tecnologia é o novo vício do século 21. Assim como existe a dependência química, existe também a dependência comportamental. E no uso patológico da internet e do celular, muito embora não exista a ingestão de uma substância externa, os efeitos e dependência observados são muito semelhantes.
Blog: Por que o acesso à tecnologia tem que ser evitado em crianças pequenas?
Dr. Cristiano Nabuco: Nosso cérebro sofre um processo de amadurecimento que só é finalizado após a maioridade, aos 21 anos. A região do córtex pré-frontal é a última área a ser finalizada, e o córtex é responsável pelo nosso raciocínio lógico e também pelo controle dos impulsos, é nosso freio comportamental. Eu sou adulto e sei, pela minha experiência, que não posso misturar caipirinha e vinho, sei que não dá para misturar bebida fermentada e destilada, eu consigo frear minha ação. No caso dos jovens, embora eles tenham acesso ao conhecimento, não conseguem diminuir o apelo do comportamento. Por isso essas questões ligadas ao impulso são muito importantes, as pessoas têm de ficar atentas para que a vulnerabilidade cognitiva do cérebro não crie problemas de adicção.
Blog: A partir de que idade você pode dar um smartphone para uma criança?
Dr. Cristiano Nabuco: Nós estamos vivendo hoje um grande paradoxo. Se tem a noção de que quanto mais eu puder estar exposto a um determinado tipo de elemento ou circunstância, mais ele me beneficia. Por exemplo, quanto mais exercício físico eu fizer melhor, quanto mais estudo eu tiver, melhor, quanto mais contato com a tecnologia tiver, melhor. E é o contrário. A gente sabe que o nosso cérebro tem uma capacidade de absorção e depois de um certo tempo esse excesso começa a se tornar stress e provocar a reação contrária. O que a gente observa é que muitos pais, de forma inadvertida, acabam dando o celular para as crianças porque isso é um motivo de glamour, ‘olha só, meu filho já sabe mexer no celular!’ O que a gente recomenda é que nunca, nunca, jamais a gente deveria permitir o contato de uma criança com qualquer tipo de tecnologia antes dos 2 ou 3 anos de idade. Porque existem operações mentais que precisam naturalmente serem feitas e o grau de estimulação de um tablet desrespeita essa ‘ecologia’, essa natureza de desencadeamento da lógica. Já se sabe, por exemplo, que quanto mais você utilizar a tecnologia, piores serão suas funções cognitivas como a memória e desenvolvimento da atenção. Não é que sejamos contrários à tecnologia, não é isso, mas o alerta é que se tenha o mínimo de cuidado para que essa exposição seja zelada e observada.
Blog: Quais são as consequências dessa exposição cada vez mais precoce e intensa?
Dr. Cristiano Nabuco: Grande parte das informações que nos chegam pelos smartphones são absolutamente irrelevantes. Essa alternância de operação mental de ler um livro e parar para ver o celular, ouvir o professor e checar o celular, debruçar sobre um trabalho e voltar para o celular, começa a criar um padrão onde progressivamente o cérebro vai perdendo a capacidade de se aprofundar. A ponto de hoje, muitas vezes, quando nós vamos dar aula para os jovens na universidade e na graduação, eles não conseguem mais se debruçar e se aprofundar sobre textos mais densos. Eles perderam a capacidade de concentração. O manuseio contínuo das redes sociais, das buscas, da música e da fotografia, à ‘caça’ ao Pokemon, tudo isso cria uma poluição que compromete profundamente da lógica e a capacidade de raciocínio.
A missão de ser um professor
UMA NOVA VISÃO ECONÔMICA DE MUNDO SURGE ATRAVÉS DE UMA NOVA EDUCAÇÃO
O economista e banqueiro bengali Muhammad Yunus é conhecido no mundo todo como “o banqueiro dos pobres”. Yunus não pode ser considerado um assistencialista ou paternalista no sentido pejorativo. Por meio do Grameen Bank, que ele fundou em 1983 em Bangladesh, Yunus espalhou em escala internacional o conceito do microcrédito: empréstimos feitos, sem garantias ou papéis, a gente pobre que nunca antes teve acesso ao sistema bancário. Tal fomento ao empreendedorismo, sobretudo entre mulheres, e seus resultados efetivos lhe renderam, entre outros prêmios, o Nobel da Paz em 2006.
EMPREGO: ESQUEÇA ESSA IDEIA
“Uma questão essencial está na ideia de emprego. Quem disse que nascemos para procurar emprego? A escola? Os professores? Os livros? Sua religião? Seus pais? Alguém colocou isso na cabeça das pessoas. O sistema educacional repete: ‘você tem que trabalhar duro’. Seres humanos não nasceram pra isso. O ser humano é cheio de poder criativo, mas o sistema o reduz a mero trabalhador, capaz de fazer trabalhos repetitivos. Isso é vergonhoso, está errado. As pessoas precisam crescer sabendo que é uma opção se tornar empregado, mas que existe a possibilidade de ser empreendedor, seguir o próprio caminho. É arriscado, incerto, há frustrações, mas é bem mais estimulante. Arrumar emprego é o que é seguro, garantido. Mas sua vida será limitada ao que decidirem por você.
TEORIA VERSUS REALIDADE
“Meu pai era um pequeno comerciante. Admirava a educação, mas não pôde ir além do oitavo ano na escola. Minha mãe foi até o quarto ano. Somos sete irmãos e duas irmãs, e todos decidimos por conta própria o que fazer. Oportunidades surgiram, empregos me foram oferecidos, e eu não aceitei. O único emprego que tive foi o de professor – porque eu queria ensinar. Não me empolgou a possibilidade de carreira, salário, mas o espaço para pensar, criar. E, quando chegou a hora, comecei o negócio do microcrédito. O isolamento da universidade sempre me irritou. Qual a utilidade do conhecimento se ele não chega às pessoas? Em Bangladesh, tínhamos pessoas morrendo de fome. Faz sentido ensinar teorias tão bonitas, das quais somos tão orgulhosos, e elas não terem o menor significado na vida de quem não pode comer? Há muitas maneiras de morrer, mas a fome é uma das mais dolorosas. Lidar com teorias econômicas diante de pessoas morrendo assim era uma piada.”
NOVAS GERAÇÕES
“Tenho falado muito, em diferentes países, a convite de empresários, banqueiros. Então creio que estejam prestando atenção ao que eu digo. Se me odiassem, me manteriam longe. Não odeio os banqueiros, as pessoas, apenas digo: ‘Não é possível continuar agindo assim’. E estão entendendo. Talvez ainda haja uma diferença entre a imagem pública e o que pensam. Muitos chegam em casa e são criticados pelos filhos. Porque as novas gerações estão espalhando essas mensagens. Viajo muito, é uma rotina corrida, mas a energia das pessoas, particularmente as mais jovens, me renova. Quando vejo essa gente respondendo ao que digo, se inspirando, querendo fazer alguma coisa, tudo faz sentido. Quando estou longe de casa, no Brasil, na Colômbia, no Chile ou na China, e vejo que as pessoas conhecem o que eu disse, o que eu fiz, esqueço as horas de sono perdidas, o jetlag. São sementes sendo espalhadas, que um dia vão germinar. Algumas podem se tornar árvores gigantes. Quem sabe?”
Fonte: http://revistatrip.uol.com.br/revista/245/reportagens/o-banqueiro-dos-pobres-muhammad-yunus-propoe-uma-nova-logica.html
POR QUE AS CRIANÇAS ESTÃO CADA VEZ MAIS INFELIZES?
Quando os adultos esperam que as crianças atendam certas expectativas pressionando-as, elas podem desenvolver problemas emocionais e mentais.
Especialistas em saúde infantil chamam a atenção para uma epidemia silenciosa que afeta a saúde mental das crianças que, ainda pequenas, precisam lidar com as pressões da sociedade moderna.
Uma em cada onze crianças com mais de oito anos de idade está infeliz, segundo um estudo divulgado em janeiro deste ano pela Children’s Society, organização centenária de proteção infantil. Apesar de a pesquisa trazer à tona uma realidade das crianças entre 8 e 16 anos do Reino Unido, especialistas brasileiros em saúde infantil afirmam que esse não é um problema exclusivo das crianças britânicas. No Brasil, a realidade é parecida. Ana Maria Escobar, pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, em São Paulo, conduziu uma pesquisa com os pais de cerca de 900 crianças de 5 a 9 anos que estudavam em escolas particulares e estaduais.
De acordo com os resultados do estudo, os pais disseram que 22,7% das crianças apresentavam ansiedade; 25,9% tinham problemas de atenção e 21,7% problemas de comportamento. "No início do estudo, esperava encontrar queixas como asma, mas não ansiedade", diz Ana. Apenas 8% tinham problemas respiratórios e 6,9% eram portadoras de asma. O estudo foi concluído em 2005, mas Ana Maria acredita que se a pesquisa fosse feita hoje, "os níveis de ansiedade e de problemas de comportamento certamente seriam ainda mais altos."
Mais do que infelizes, as crianças brasileiras também estão ansiosas, estressadas, deprimidas e sobrecarregadas. "Elas estão desconfortáveis com a infância. Esse desconforto aparece de várias formas: como irritabilidade, desatenção, tristeza e falta de ânimo. Muitas vezes, é um comportamento incomum em relação à idade delas", diz Ivete Gattás, coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
[...]
Terapia — Estudos já mostraram que a ansiedade durante a infância, se não contornada, pode se transformar em depressão durante a vida adulta. Por isso é necessário prevenir qualquer sintoma, mesmo que ele não seja o suficiente para o diagnóstico da depressão. (Veja como evitar o stress infantil.)
[...]
Para Gattá, o pediatra deve ser treinado na área de saúde mental para diagnosticar problemas da infância e adolescência. “Ele acompanha a criança durante o crescimento e tem uma importância fundamental na orientação dos pais”, diz. “Se não houver uma mudança na forma como os pais lidam com seus filhos, vamos ver um aumento da frequência dos quadros psiquiátricos, mas transtornos de ansiedade e falta de perspectivas para as novas gerações”, diz [Francisco] Assumpção [psiquiatra da Sociedade Brasileira de Psiquiatria].
Ver mais detalhes em http://www.pediatriaemfoco.com.br/posts.php?cod=280&cat=4
MAIS ABRAÇOS E CONVERSOS, MENOS GRITOS (para filhos pequenos)
Veja bem que eu não disse ceder às vontades. Eu disse conversar. Por exemplo, se ele se joga no chão e berra porque queria uma tesoura, abaixamos na mesma altura que ele e conversamos com muito carinho que a tesoura pode machucá-lo e por isso papai e mamãe não vão deixar ele brincar com ela. Abraçamos e acolhemos o nosso pequeno e tudo fica bem.
ler mais em http://www.mamaetagarela.com/terapia-do-abraco-para-birras-eu-testei/
Cinco feridas emocionais da infância que podem persistir na idade adulta
Embora não seja regra absoluta, não podemos negar que nossa infância e primeiras experiências afetivas podem influenciar na maneira como lidamos com os relacionamos posteriores e na leitura que temos das coisas que acontecem ao nosso redor.
As boas e más experiências infantis afetam sim nossa qualidade de vida quando adultos. Influenciam também, depois, em como trataremos nossos filhos tanto do ponto de vista do afeto quanto do enfrentamento de adversidades.
Abaixo, estão descritas cinco feridas emocionais segundo a canadense especialista em comportamento Lisa Bourbeau.
1- O medo do abandono
Um dos medos frequentes nas crianças é o medo da ausência de seus pais, o medo do abandono. A criança, nos primórdios de sua vida, ainda não consegue separar fantasia de realidade, e, por também não conseguir quantificar o tempo, entente que as ausências podem ser sinônimos do abandono absoluto.
Se a aprendizagem dessa separação necessária já é complexa em ambientes onde os pais lidam com o fato com tranquilidade, no caso de pessoas que tiveram experiências de negligência na infância, as marcas deixadas podem acarretar um medo de solidão e rejeição contínuos todas as vezes em que a pessoa não tiver perto de si (fisicamente) a pessoa amada.
A ferida causada pelo abandono não é fácil de curar. A pessoa saberá que está curada quando os momentos de solidão não forem vistos como desamor e rejeição, e, dentro de si, existirem diálogos positivos e esperançosos.
2- O medo da rejeição
É uma ferida profunda que é formada quando, durante o desenvolvimento, a criança não se sentiu suficientemente amada e acolhida pelas figuras de referência que estavam ao seu redor assim como, posteriormente, pode ser afetada também por rejeições em ambiente escolar.
Como a pessoa, no começo, forma sua identidade a partir da maneira como é tratada, se ela for desvalorizada e depreciada constantemente, pode internalizar em si uma autoimagem de que não é merecedora de afeto e de que não possui atributos suficientes para ser aceita em sociedade.
O rejeitado passa, então, a rejeita-se, e, na idade adulta, muitas vezes, mesmo frente ao sucesso e obtento bons resultados, essa pessoa pode apresentar grande fragilidade frente a qualquer crítica que exponha seus medos internos de insucesso.
3- A humilhação
Esta ferida é gerada no momento em que sentimos que os outros nos desaprovam e criticam. Podemos criar esses problemas em nossos filhos dizendo-lhes que eles são estúpidos, maus ou mesmo exagerando em comparações; isso destrói a criança e sua autoestima.
Uma pessoa criada em um ambiente assim pode desenvolver uma personalidade exageradamente dependente. Outra possibilidade é o desenvolvimento da “tirania” também em si, um mecanismo de defesa em que a pessoa passa a humilhar aos outros para se sentir mais valorizada.
4- Traição ou medo de confiar
Uma criança que se sentiu repetidamente traída por um de seus pais, principalmente quando o mesmo não cumpria as suas promessas, pode nutrir uma desconfiança que, mais tarde, pode ser transformada em inveja e outros sentimentos negativos. Quem não recebe o que foi prometido pode não se sentir digno de ter os que os outros têm.
Pessoas que passaram por isso desenvolvem uma tendência maior a tentar controlar tudo e todos ao redor em uma tentativa de trazer para si o comando de variáveis que, antigamente, faziam com que se sentissem preteridas e injustiçadas. Quando perdem o controle ficam nervosas e sentem-se perdidas.
5- Injustiça
A ferida da injustiça surge a partir de um ambiente no qual os cuidadores primários são frios e autoritários. Na infância, quando existe uma demanda além da capacidade real da criança, ela pode ter sentimentos de impotência e inutilidade que depois pode carregar ao longo dos anos.
Em ambientes assim, a criança pode desenvolver um fanatismo pela ordem e pelo perfeccionismo como tentativa de minimizar os erros e as cobranças. Soma-se a isso a incapacidade de tomar decisões com confiança.
Fonte: http://www.contioutra.com/5-feridas-emocionais-da-infancia-que-podem-persistir-na-idade-adulta/
EDUCAR É INSENTIVAR A IMAGINAÇÃO
A importância de brincar sem brinquedo
Crianças podem e devem transformar qualquer objeto em brincadeira para estimular a criatividade, a imaginação e a capacidade de construir
CINTHIA RODRIGUES
Um foguete, uma varinha mágica, um trem ou qualquer tipo de animal estão entre as muitas formas que um simples graveto pode tomar pela criatividade e imaginação (principalmente) das crianças. O exercício é importante para o desenvolvimento e para a construção autoral dos pequenos e, ter esta consciência, ajuda os adultos a garantir que haja momentos livres de brinquedos prontos.
“É preciso não planejar tantas atividades e não deixar tantas opções de brinquedos com uma função específica disponível”, afirma Tatiana Weberman, responsável pelo SlowKids, movimento que propõe a desaceleração para a infância. “Deixar menos opções, muitas vezes, é abrir uma porta para a criatividade e uma vastidão de possibilidades.”
Criadora da plataforma de brincadeiras Massacuca, Graziela Iacooca, conta que, ao contrário de muitos adultos, as crianças não precisam de instruções para brincar com objetos do cotidiano. “A nossa proposta é tirar o lúdico de objetos normais, o que a criança sabe fazer. Estamos ensinando os adultos a disponibilizar isso para os pequenos”, comenta.
O caso mais famoso é o tradicional baú de tesouros. Basta uma caixa, balde ou sacola e diferentes objetos da casa, como utensílios de cozinha em tamanhos e materiais variados. “Daí podem sair narrativas de histórias incríveis ou um bolo ou qualquer coisa que a criança queira e ela vai se divertir não apenas com os objetos, mas com a criação”, comenta Graziela.
Os mesmos objetos podem ser também contornados, congelados, ornamentados, mergulhados na água, enterrados e assim por diante. “Não somos exatamente contra brinquedos, mas contra o excesso de brinquedos e contra os que têm uma função específica”, explica.
Um animal bem pequeno, por exemplo, pode ser colocado dentro de uma bexiga com água, congelado e depois se transformar em um ovo a ser quebrado para retirar o bicho de lá de dentro.
O brincar espontâneo é objeto de pesquisa da cineasta Renata Meirelles. Por conta disso, viajou por 9 estados e estabeleceu-se em 14 comunidades diferentes durante 1 a 3 meses para estudar o assunto e produzir o documentário Território do Brincar, lançado este ano. “O foco foi sempre entender o que a criança faz, elas que dizem o que querem nos mostrar”, conta.
Ela e o marido viajaram com os dois filhos, agora com 6 e 8 anos, que também participavam das brincadeiras. Os destinos escolhidos foram locais com pouca estrutura como o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, ou o Recôncavo Baiano.
“A gente viu muitas que não se utilizam de brinquedos comprados, industrializados, elas reúnem o nada e organizam para compor o que elas brincam”, explica, ainda com o encanto da riqueza percebida. “Nesta busca, ela consegue se ver representada por aquelas coisas que ela fez, compôs, arrumou. Cria um diálogo grande com quem ela é.”
Para ela, há um “sufocamento da própria infância” com a quantidade de brinquedos de que algumas são cercadas. “Mesmo os brinquedos mais comuns, como carrinhos e barquinhos, para os meninos, quando são feitos por eles, com latas, tábuas, chinelos, pneus e uma gama de objetos contam uma história e geram um vínculo diferente.”
Ela conta que impressionam os detalhes, por exemplo, em casinhas com panos colocados como toalhas de mesa e flores para decorar. “Foi incrível a diversidade de composições de brinquedos e brincadeiras”, comenta.
Os filhos levaram uma mala de brinquedos que também eram compartilhados e costumavam interessar às demais crianças. “Certamente se você falar que vai dar, eles querem, mas sabem distinguir. Eles dizem, por exemplo, que brinquedo comprado ‘quebra’, ou seja, os deles, em sua percepção, são apenas modificados.”
Para ela, entre tantas lições do projeto Território do Brincar, uma bastante clara é que a infância precisa do ócio e da ausência de brinquedos prontos para que possam acessar os próprios desejos, vontades e interesses. “Elas conseguem concretizar na prática seus sonhos com sua imaginação.”
http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/a-importancia-de-brincar-sem-brinquedo/
BEETHOVEN, O HOMEM QUE (graças a Deus) DESOBEDECEU A EDUCAÇÃO DA TRADIÇÃO E ASSIM INOVOU A MÚSICA
A transmissão, a conservação e o reforço de crenças e valores, de que não se conhece a origem, contudo, podem ser localizados. A família, a escola, a igreja, os meios mais gerais de comunicação são os instrumentos visíveis da transmissão, conservação e reforço de nossas crenças e valores. Mas grandes homens da história, muitos deles, também foram e são estrelas-guia, cujo pensamento e/ou comportamento modelam nossa visão de mundo.[...]
Pois bem, há dois incidentes na vida de Beethoven que demonstram até que ponto ia seu pensamento revolucionário. Não podemos esquecer que isso aconteceu no início do século XIX, quando governo republicano não passava de um sonho de malucos.
Passeando com Goethe pelas ruas de um balneário, em Teplitz, eis que passa a carruagem da imperatriz da Áustria. O escritor, reverentemente, tira o chapéu e, inclinando-se, arrasta-o no chão durante a passagem do séquito. Beethoven, a seu lado, enterra a cabeça no chapéu e continua caminhando sem dobrar a coluna.
Quando Napoleão surge na França para desbancar os membros da dinastia dos Bourbon, Beethoven dedica-lhe sua terceira sinfonia, a Heroica, acreditando tratar-se de um libertador da humanidade. Pouco depois, o mesmo Napoleão autoproclama-se imperador, e Ludwig rasura o cabeçalho da partitura até rasgá-la, eliminando-lhe a dedicatória. Em seu lugar, ele anota “Sinfonia heroica, composta para celebrar a memória de um grande homem".
Virtudes se transmitem e conservam muito mais pelos exemplos do que pelos discursos. Foi um gênio em sua área e um Homem em sua natureza.
Como fazem falta homens desse calibre.
Fonte: crônica de Menalton Braff em http://www.cartacapital.com.br/sociedade/um-libertario-5152.html
Formar pessoas do amanhã ausentes de violência e frustração depende da educação familiar:
Não consigo imaginar nada mais brutal do que dizer para um filho: “Tua mãe não te ama”. O mesmo vale para mães que dizem isso aos filhos a respeito dos pais. Quem faz essa covardia com uma criança é quem verdadeiramente não a quer bem. Usar o sentimento de inocentes a fim de atingir um cônjuge que passamos a odiar é de uma agressividade tão letal quanto uma injeção no pescoço, tão dolorido quanto um soco de um brutamontes.
Nem todos que agem assim o fazem por maldade. Muitos o fazem por ignorância. Mas até ignorantes deveriam possuir alguma sensibilidade para entender que uma criança necessita de segurança emocional e não de ser envolvida nas brigas de um casal que um dia resolveu se unir, e que mais adiante resolveu se separar. Casamento não precisa ser para sempre, mas a responsabilidade parental, sim.
Crianças não conseguem processar direito o que vivenciam. Assumem culpas que não possuem, fantasiam abandonos, se responsabilizam pela infelicidade dos pais, e pior do que tudo, se sentem desprotegidas em um lar briguento. Crescem e se tornam homens e mulheres paranoicos, inseguros, acovardados diante da vida.
É uma tecla insistentemente batida, mas pouco escutada: criança precisa ser amada. Não precisa de um iPhone aos nove anos, não precisa ir a Disney antes de ser alfabetizada, não precisa de um guarda-roupa de estrela de cinema. Precisa ser amada. Sai de graça.Só custa caro quando é educada por duas criaturas mais infantis do que ela.
Martha Medeiros, jornalista e escritora brasileira.
Fonte: http://pensador.uol.com.br/frase/MTIyOTc4Nw/
Não deixe um bebê chorar
De todas as teorias do universo materno, as que me assustam são: não dar colo para o bebê, regular a amamentação em horários cronológicos e deixar o bebê chorando. Elas me pegam na alma.
Bebes não sabem falar, nasceram em um ambiente aquático, escuro, cheio de movimento e calor e estão do lado de fora.
Precisam ser alimentados, estranham. Descobrem no peito uma maneira de ter o aconchego pleno.
Basta ver uma cadela: quando o filhote chora a mãe corre e aconchega. Bebês não choram a toa e se choram estão pedindo:
- Por favor me ajude
Ajude a dormir, a enfrentar a solidão, a lidar com a temperatura que oscila.
Quando um bebê pede colo ele está reconhecendo que você é uma segurança.
Quando você nega esse colo ele pode se acostumar com a negligência e resignar-se. Mas ele não está feliz.
Eu adoro o conceito: permita que as crianças sejam dependentes no momento em que podem ser, para que sejam independentes para toda a vida.
O que mais vejo neste mundo são pessoas dependentes e resignadas.
Dependentes de comida, de medicamentos, de sexo, de necessidade de aceitação.
São, algumas vezes, sobreviventes de pequenos ou grandes abandonos.
Algumas vezes vendo esses programas que difundem a idéia da Torturadora de bebês eu sinto algo inexplicável: eu choro com a mãe que chora, com o filho que dorme soluçando.
Não há nada mais fácil e prazeroso para mãe e bebê do que deitar junto com o bebe e dormir agarradinho.
É tão rápido que eles crescem. O que são 3 anos diante de uma vida toda?
Queremos tanto a independência precoce, exaltamos isso como troféu e depois questionamos onde se perdeu esse fio.
Eu vejo idosos abandonados com cuidadores ou em asilos e vejo ali o reflexo de uma sociedade que fecha os olhos para os dependentes trocando o amor por tecnologia, chupeta, mamadeira, berço que balança e no fim, uma cama fria e olhos de uma profissional contratada.
Assim começa a vida, assim ela termina. No meio um grande vazio que tentamos preencher. Um vazio cultivado em nome dessa ilusória independência precoce.
Espiritismo Brasil Chico Xavier.
Créditos: Kalu Brum.
LIÇÃO DOS PAIS FRANCESES PARA SE EVITAR CRIAR PEQUENOS TIRANOS E FUTUROS ADULTOS MIMADOS
ENSINEM OS FILHOS A LIDAR COM AS FALHAS,
LIÇÃO DOS PAIS FRANCESES PARA SE EVITAR CRIAR PEQUENOS TIRANOS E FUTUROS ADULTOS MIMADOS
Não vivem em função deles nem tratam as crianças como pequenos reis. Elas não toleram birras, não negociam nem passam o fim de semana acompanhando os pequenos em parquinhos ou festas infantis. Em resumo, educam, mas conseguem manter a vida adulta sem transformar seu mundo num playground. Para ser um tipo diferente de mãe, você precisa de uma visão diferente sobre o que uma criança realmente é, decreta ela, logo de cara.
A carapuça, em boa parte dos casos, serve para as mães brasileiras, já que a educação por aqui é pautada mais pela americana do que pela europeia, como observa a psicopedagoga Ceres Alves de Araújo, da PUC de São Paulo. "As francesas sabem dizer não e ponto", afirma Ceres, que morou em Paris e viu como lá a criança é tratada como criança. Para a psicopedagoga, a diferença é que na cultura americana os pais se perdem em longas explicações desnecessárias para os filhos pequenos. "Até os 5 anos, a criança nem sequer entende tantos argumentos. Basta dizer não", aconselha. Se houver réplica, Ceres sugere a resposta: "Porque sou sua mãe e sei o que é melhor". É na adolescência, quando caberia esticar a conversa, que muitos pais, exaustos, optam pelo "não e ponto". "São comportamentos invertidos. A criança precisa ser obediente na infância para na adolescência se tornar um ser desobediente."
Mais detalhes aqui: http://m.mdemulher.abril.com.br/familia/modo-frances-educar-filhos-revela-preciso-preservar-direitos-pais-778030
Como poderemos pretender um mundo com mentes criativas e contestadoras dos velhos paradigmas, se enfiamos nas crianças num vício que serve para a obediência?
A vida não é uma reta perfeita. Acostume-se com algum sofrimento e dificuldades.
Problemas normais da vida são designados pelas indústrias farmacêuticas como DOENÇAS MENTAIS, precisando assim de remédios cuja eficácia não podem ser mensurados, mas que causam efeitos secundários notáveis. Dessa forma:
Timidez………….vira…..Desordem de Ansiedade Social……………código 300.23
Perda de um ente…..vira…..Desordem Depressiva Maior………… código 296.2
Saudades de casa….vira..Desordem de ansiedade de separação… código 309.21
Desconfiança…..vira …..Desordem de Personalidade paranoica…código 301.00
Ter altos e baixos…..vira……Transtorno Bipolar………….………….código 296.00
Ser distraído…………vira.….. DHDA………………….…………………... código 314.9
É por isso que é quase impossível hoje em dia ir num psiquiatra hoje e não ser diagnosticado com uma doença mental. Em quase 100% destes diagnósticos são recomendados psicoativos. No geral, eles causam cerca de 700.000 reações adversas e 42.000 mortes durante um ano. Os psiquiatras recebem comissões pela indicação destes remédios e a indústria farmacêutica lucra U$ 330.000.000.000 por ano. Estes remédios não tem um poder de cura comprovados. A única coisa que se comprova é uma extensa lista de efeitos secundários nocivos. Está cada vez mais proibido viver com dores, o sofrimento é proibido, temos que viver dentro de uma propaganda de absorvente. Sem sofrimento, não aprendemos a lidar com o mundo real, não evoluímos e não temos coragem para suportar a vida como ela é.
QUANDO AS DROGAS LEGALIZADAS SUBSTITUEM A EDUCAÇÃO
BRASIL DISPARA NO VÍCIO INDUZIDO PELOS PAIS NA DROGA DA OBEDIÊNCIA – RITALINA
Como poderemos pretender um mundo com mentes criativas e contestadoras dos velhos paradigmas, se enfiamos nas crianças num vício que serve para a obediência?
A vida não é uma reta perfeita. Acostume-se com algum sofrimento e dificuldades.
Problemas normais da vida são designados pelas indústrias farmacêuticas como DOENÇAS MENTAIS, precisando assim de remédios cuja eficácia não podem ser mensurados, mas que causam efeitos secundários notáveis. Dessa forma:
Timidez………….vira…..Desordem de Ansiedade Social……………código 300.23
Perda de um ente…..vira…..Desordem Depressiva Maior………… código 296.2
Saudades de casa….vira..Desordem de ansiedade de separação… código 309.21
Desconfiança…..vira …..Desordem de Personalidade paranoica…código 301.00
Ter altos e baixos…..vira……Transtorno Bipolar………….………….código 296.00
Ser distraído…………vira.….. DHDA………………….…………………... código 314.9
É por isso que é quase impossível hoje em dia ir num psiquiatra hoje e não ser diagnosticado com uma doença mental. Em quase 100% destes diagnósticos são recomendados psicoativos. No geral, eles causam cerca de 700.000 reações adversas e 42.000 mortes durante um ano. Os psiquiatras recebem comissões pela indicação destes remédios e a indústria farmacêutica lucra U$ 330.000.000.000 por ano. Estes remédios não tem um poder de cura comprovados. A única coisa que se comprova é uma extensa lista de efeitos secundários nocivos. Está cada vez mais proibido viver com dores, o sofrimento é proibido, temos que viver dentro de uma propaganda de absorvente. Sem sofrimento, não aprendemos a lidar com o mundo real, não evoluímos e não temos coragem para suportar a vida como ela é.
Os medicamentos da obediência prejudicam o mais valioso dom das crianças: a imaginação
Veja a reportagem da Globo News: https://www.youtube.com/watch?v=MTFOb2bLjLA
ENSINEM OS FILHOS A LIDAR COM AS FALHAS,
lições do psicanalista belga Jean-Pierre Lebrun
isso não significa que eles serão perdedores para sempre, mas pessoas mais confiantes e conhecedoras de seus limites (até mesmo para poder ultrapassá-los na hora certa)
Porque os pais de hoje não conseguem controlar e por limites aos filhos:
Até pouco tempo atrás, a sociedade era hierarquizada, de forma que havia sempre um único lugar de destaque. Ele podia ser ocupado por Deus, ou pelo papa, ou pelo pai, ou pelo chefe. Isso foi se desfazendo progressivamente, e o processo se acentuou nos últimos trinta anos. Hoje, a organização social não está mais constituída como pirâmide, mas como rede. E, na rede, não existe mais esse lugar diferente, que era reconhecido espontaneamente como tal e que conferia autoridade aos pais.
É inescapável errar. Todo mundo, em algum momento, vai passar por isso. Aprender a lidar com o fracasso evita que ele se torne algo destrutivo. Às vezes é preciso lembrar coisas muito simples que as pessoas parecem ter esquecido completamente.
Não nascemos humanos, nós nos tornamos. Isso ocorre quando aprendemos aquilo em que somos singulares entre todos os animais que habitam o planeta. ... O processo de humanização começa pelo entendimento de que jamais haverá a satisfação completa. É esse o curso saudável das coisas. Se os pais boicotam esse processo, podem estar cometendo um erro.
O uso e abuso de drogas, lícitas e ilícitas, comum entre os mais jovens, ocorre quando os indivíduos não conseguem se formar como humanos, criaturas falhas mas que devem confrontar e saber viver no mundo naturalmente hostil:
Há séculos que as drogas têm algo de paraíso artificial, como diz Baudelaire. Ou seja, uma forma de se refugiar da dor humana, da insatisfação. As drogas sempre serviram para evitar o confronto com esse sofrimento. Quanto menos você está preparado a suportar as dificuldades, mais está inclinado a se evadir, a recorrer a substâncias, sejam as drogas ilícitas, sejam as medicamentosas, para limitar o sofrimento que vai se apresentar. Com o desenvolvimento da farmacologia, essas substâncias se tornaram muito acessíveis. Isso pode criar distorções. É muito mais simples tomar uma Ritalina para não ser hiperativo do que fazer todo o trabalho de aprender a suportar a condição humana. Quando criança, a pessoa já precisa ser confrontada com a condição humana da perda de satisfação. Dessa maneira, na idade adulta, sua relação com o fim de uma paixão amorosa, por exemplo, tem maiores chances de ocorrer de maneira mais aceitável e menos traumática.
A estrutura familiar tradicional não garante o bom comportamento dos filhos:
Uma família organizada de forma aparentemente harmônica não necessariamente faz de um jovem uma pessoa capaz de conviver e suportar o sofrimento inerente à condição humana. Essa capacidade pode ser pequena em famílias aparentemente realizadas, com estrutura sólida. Assim como pode ser enorme em uma família conflituosa, dividida, conturbada. Por isso, não se deve levar em conta apenas o aspecto exterior da família. O que vale é a capacidade dos pais de fazer os filhos crescer. De incutir-lhes a verdadeira condição humana. Esse é o bom ambiente familiar, independentemente do desenho que a família tenha.
Para ler e ver a entrevista de Lebrun: http://www.fronteiras.com/entrevistas/ensinem-os-filhos-a-falhar
EDUCAÇÃO POSITIVA:
Tradução do espanhol:
1o caso (errado):
VOZ PATERNA - Você vai cair!
CRIANÇA - Eu não vou conseguir...
VOZ PATERNA - Te disse!
VOZ PATERNA - Te disse!
2o caso (certo):
PAI - Receio que você caia, vou ficar por perto.
O professor e a escola jamais devem substituir a EDUCAÇÃO que é de responsabilidade prioritária da família. A instituição educacional e docentes fazem a ESCOLARIZAÇÃO. É necessário fazer uma parceria ESCOLA + RESPONSÁVEIS. A educação deve ser FIRME por parte dos responsáveis, que podem ser carinhosos e não acovardados diante do filho "mandão". Exercer a AUTORIDADE não sendo autoritário para impor limites e formar cidadãos responsáveis, trabalhadores e fortes psicologicamente. Preparar os jovens para o mundo que pode ser bom ou hostil, a exemplo das boas e más influências.
Ver parte da entrevista do filósofo e professor brasileiro Mário Sérgio Cortella: https://www.youtube.com/watch?v=FNEN3eJ8_BU
***
Colégio Allan Kardec, em Sacramento (MG): modelo pioneiro da Educação Espírita no mundo. Instituição fundada em 1907 pelo pedagogo Eurípedes Barsanulfo (1880-1918).
O Apóstolo Brasileiro da Nova Educação.
Além de professor, o mineiro Barsanulfo foi médium ostensivo, que auxiliou os mais pobres e diversos enfermos. Baseado no método de ensino do prof. Hippolyte Léon Denizard Rivail, ou Allan Kardec, além de divulgar o Saber entre os alunos, estimulava o amor e a caridade ao próximo. Após seu desencarne, com apenas 38 anos (enquanto auxiliava os doentes na pandemia da gripe espanhola), passou a enviar mensagens pela psicografia de diversos médiuns, sobretudo do também mineiro Francisco Cândido Xavier.
A Nova Educação ou a Educação do Terceiro Milênio, a exemplo do que propõe a Doutrina Espírita, se impõe como exigência dos tempos. O Espiritismo é um dos modelos capazes de orientar na formação do homem novo, consciente de sua natureza e de seu destino.
O homem espírita - ou o homem consciente - que essa nova educação nos dará, será ao mesmo tempo o cidadão, o cristão, o gentil-homem, o homem esclarecido e o homem psicológico, mas na conjugação de todos esses elementos numa dimensão espiritualista, que une fé e razão (ciência e religião).
As Pequenas Pedintes (1890), de William-Adolphe Bouguereau.
Enquanto houver grandes quantidades de crianças e adolescentes abandonados, dificilmente as sociedades envolvidas progredirão rapidamente, visto que eles também são o futuro da nação a qual pertencem.
A má nutrição na infância e escolas ineficientes estão criando uma geração de deficientes cognitivos, dano irreparável para o futuro
Diferenças socioeconômicas provocam diferenças cognitivas, o que não se sabe é exatamente como e por que isso acontece. Um estudo publicado na revista Nature Neurosciense de maio confirma essa triste realidade. Coordenado pela doutora Kimberly Noble, o estudo avaliou o cérebro de 1.099 crianças e jovens de 3 a 20 anos e descobriu que essa associação é logarítmica, tornando o abismo entre as proles de famílias ricas e pobres ainda mais profundo.
Entre as crianças pobres, uma pequena diferença na renda familiar provoca uma diferença enorme na estrutura cerebral, enquanto nas famílias ricas diferenças de renda pouco significaram no desenvolvimento cerebral, sugerindo, este estudo, que realmente existe uma renda mínima para um bom desenvolvimento do cérebro, principalmente nos dois primeiros anos de vida.
Ler mais em: http://www.cartacapital.com.br/revista/853/heranca-maldita-3352.html
A Finlândia, umas das melhores qualidades de vida do mundo, quer abolir o ensino tradicional, ou seja, puramente teórico (e de memorização) e dividido por matérias.
De quantas fórmulas das aulas de Matemática no colégio você se lembra?
Aquele decoreba de elementos químicos do ensino médio ainda está na ponta da língua?
A escola que você frequentou lhe tornou um ser humano melhor, mais completo e com capacidade de reflexão e empatia com o próximo?
Ou apenas despejou um sem número de conceitos e números, mirando sua aprovação no vestibular?
O atual sistema educacional, vigente no Brasil e na maioria dos países ocidentais, pode aprender muito com um plano da Finlândia que pode transformar a educação do país europeu.
Os finlandeses querem acabar com o ensino por disciplinas, como Matemática, Química e Geografia, e substituí-las por assuntos.
[...]
Em vez de Matemática, com inúmeros exercícios de geometria e equações, serão oferecidos cursos vocacionais que demandem aprender noções básicas e cálculos complexos.
O aluno pode, por exemplo, optar pela atividade "serviços de cafeteria". Para além das tarefas mecânicas de trabalhar no atendimento de um café, ele vai aprender habilidades de comunicação, escrita, idiomas (uma vez que servirá clientes de todas as nacionalidades), matemática e gestão — essenciais para entender o funcionamento desse tipo de negócio.
Matéria completa: http://www.brasilpost.com.br/2015/03/24/finlandia-ensino_n_6933922.html?ncid=fcbklnkbrhpmg00000004
Em 2015, durante a ocupação de escolas públicas de nível médio, contra o fechamento delas planejado pelo governo do Estado de São Paulo (que justificou para isso o remanejamento dos estudantes), os alunos deram uma prova do anseio por uma reformulação do ensino na raiz dele.
A má nutrição na infância e escolas ineficientes estão criando uma geração de deficientes cognitivos, dano irreparável para o futuro
Diferenças socioeconômicas provocam diferenças cognitivas, o que não se sabe é exatamente como e por que isso acontece. Um estudo publicado na revista Nature Neurosciense de maio confirma essa triste realidade. Coordenado pela doutora Kimberly Noble, o estudo avaliou o cérebro de 1.099 crianças e jovens de 3 a 20 anos e descobriu que essa associação é logarítmica, tornando o abismo entre as proles de famílias ricas e pobres ainda mais profundo.
Entre as crianças pobres, uma pequena diferença na renda familiar provoca uma diferença enorme na estrutura cerebral, enquanto nas famílias ricas diferenças de renda pouco significaram no desenvolvimento cerebral, sugerindo, este estudo, que realmente existe uma renda mínima para um bom desenvolvimento do cérebro, principalmente nos dois primeiros anos de vida.
Ler mais em: http://www.cartacapital.com.br/revista/853/heranca-maldita-3352.html
Quando Psicopedagogia e Pedagogia Espírita dialogam:
Psicopedagogia e Pedagogia Espírita dialogam também quando apresentam bases para a construção de uma escola mais humana. Uma escola que vê e ouve o indivíduo em suas necessidades e potencializa os processos de aprendizagem pelo cuidado na elaboração de propostas mais afinadas com o ritmo e demanda de cada turma (Claudia Mota).
Mais detalhes: http://bloguniversidadelivrepampedia.com/2015/01/27/quando-psicopedagogia-e-pedagogia-espirita-dialogam/
Facebook da Educação, Espiritualidade e Transformação Social da Universidade Livre Pampédia: https://www.facebook.com/EducacaoEspiritualidade
No jardim e maternal Waldorf, o brincar é a aula da criança, momento em que ela estrutura ativamente a vivência que tem do mundo. Todo o ambiente do maternal e jardim é montado em função de permitir brincadeiras criativas e construtivas. As classes assemelham-se a um lar – sala, cozinha, banheiro, uma tendinha para as bonecas de pano, móveis de brinquedo, enfim, um espaço no qual as crianças se sentem seguras. Panos coloridos para montar cabanas e inventar fantasias; brinquedos artesanais que mais sugerem do que definem, estimulando a imaginação; tesouros da natureza, tais como pedras, conchas e sementes; bonecas de pano e marionetes – tudo em material natural, para a educação do tato. Depois de brincar espontaneamente, todos juntos ordenam a sala e os brinquedos. Ao ar livre, as crianças brincam com terra, água, areia, pernas de pau, sobem em árvores, adquirindo domínio do próprio corpo, exercitando a coordenação motora e a autoconfiança. Canto, histórias e contos, rodas de dança, pular corda, jardinagem e atividades artísticas também enriquecem as manhãs.
A capacidade de concentração, a acuidade auditiva (sensibilidade musical, saber ouvir o adulto), o desenvolvimento psicomotor, a maturação da lateralidade (base para a escrita), a linguagem, são portanto amplamente cultivados. Estas são habilidades básicas para que o processo de alfabetização, que se inicia em torno dos 6 anos e meio, aconteça de maneira harmônica para o desenvolvimento da criança como um todo.
Fonte: http://www.antroposofy.com.br/wordpress/brincar-espontaneo-como-preparacao-para-a-alfabetizacao/#sthash.gdVJDVBd.dpuf
Brincar espontâneo como preparação para a alfabetização
No jardim e maternal Waldorf, o brincar é a aula da criança, momento em que ela estrutura ativamente a vivência que tem do mundo. Todo o ambiente do maternal e jardim é montado em função de permitir brincadeiras criativas e construtivas. As classes assemelham-se a um lar – sala, cozinha, banheiro, uma tendinha para as bonecas de pano, móveis de brinquedo, enfim, um espaço no qual as crianças se sentem seguras. Panos coloridos para montar cabanas e inventar fantasias; brinquedos artesanais que mais sugerem do que definem, estimulando a imaginação; tesouros da natureza, tais como pedras, conchas e sementes; bonecas de pano e marionetes – tudo em material natural, para a educação do tato. Depois de brincar espontaneamente, todos juntos ordenam a sala e os brinquedos. Ao ar livre, as crianças brincam com terra, água, areia, pernas de pau, sobem em árvores, adquirindo domínio do próprio corpo, exercitando a coordenação motora e a autoconfiança. Canto, histórias e contos, rodas de dança, pular corda, jardinagem e atividades artísticas também enriquecem as manhãs.
A capacidade de concentração, a acuidade auditiva (sensibilidade musical, saber ouvir o adulto), o desenvolvimento psicomotor, a maturação da lateralidade (base para a escrita), a linguagem, são portanto amplamente cultivados. Estas são habilidades básicas para que o processo de alfabetização, que se inicia em torno dos 6 anos e meio, aconteça de maneira harmônica para o desenvolvimento da criança como um todo.
Fonte: http://www.antroposofy.com.br/wordpress/brincar-espontaneo-como-preparacao-para-a-alfabetizacao/#sthash.gdVJDVBd.dpuf
A Finlândia, umas das melhores qualidades de vida do mundo, quer abolir o ensino tradicional, ou seja, puramente teórico (e de memorização) e dividido por matérias.
De quantas fórmulas das aulas de Matemática no colégio você se lembra?
Aquele decoreba de elementos químicos do ensino médio ainda está na ponta da língua?
A escola que você frequentou lhe tornou um ser humano melhor, mais completo e com capacidade de reflexão e empatia com o próximo?
Ou apenas despejou um sem número de conceitos e números, mirando sua aprovação no vestibular?
O atual sistema educacional, vigente no Brasil e na maioria dos países ocidentais, pode aprender muito com um plano da Finlândia que pode transformar a educação do país europeu.
Os finlandeses querem acabar com o ensino por disciplinas, como Matemática, Química e Geografia, e substituí-las por assuntos.
[...]
Em vez de Matemática, com inúmeros exercícios de geometria e equações, serão oferecidos cursos vocacionais que demandem aprender noções básicas e cálculos complexos.
O aluno pode, por exemplo, optar pela atividade "serviços de cafeteria". Para além das tarefas mecânicas de trabalhar no atendimento de um café, ele vai aprender habilidades de comunicação, escrita, idiomas (uma vez que servirá clientes de todas as nacionalidades), matemática e gestão — essenciais para entender o funcionamento desse tipo de negócio.
Matéria completa: http://www.brasilpost.com.br/2015/03/24/finlandia-ensino_n_6933922.html?ncid=fcbklnkbrhpmg00000004
Em 2015, durante a ocupação de escolas públicas de nível médio, contra o fechamento delas planejado pelo governo do Estado de São Paulo (que justificou para isso o remanejamento dos estudantes), os alunos deram uma prova do anseio por uma reformulação do ensino na raiz dele.
NÃO queremos dizer que toda a Humanidade deve se converter ao Espiritismo, mas tão somente que os princípios fundamentais espíritas serão uma das principais coordenadas para o futuro, marcando o âmbito conceitual e ético da nova formação educacional.
A Irmã mais Velha (1869), de William-Adolphe Bouguereau.
Há esperança nas gerações futuras, basta que cada um faça sua parte agora.
UMA LIÇÃO PODEROSA CONTRA O RACISMO E DEMAIS INJUSTIÇAS
Produção: Radio-Canada 2006
Desde o começo dos tempos, os seres humanos têm tendência a formar grupos, excluindo assim estranhos, inimigos, e qualquer um que seja diferente. Podemos não exatamente incentivá-las, mas tais atitudes tornam-se arraigadas a partir de uma idade muito precoce.
Este documentário acompanha uma experiência em uma escola primária que mostra o quão rapidamente as crianças podem assimilar a discriminação e todas as suas repercussões. Uma professora do ensino primário em Quebec conduziu um experimento no qual ela afirmou que estudos científicos provam que as crianças menores são geralmente mais criativas e inteligentes, e as mais altas são desajeitadas e preguiçosas. Ela dividiu sua turma com base nessas suposições. No dia seguinte, ela virou o jogo e fez com que se invertessem os papéis.
Algumas crianças de nove anos de idade entenderam que era tudo um jogo, mas para o resto acabou por ser uma experiência muito poderosa.
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=3Ub18BkoyvQ
Há esperança nas gerações futuras, basta que cada um faça sua parte agora.
UMA LIÇÃO PODEROSA CONTRA O RACISMO E DEMAIS INJUSTIÇAS
Produção: Radio-Canada 2006
Desde o começo dos tempos, os seres humanos têm tendência a formar grupos, excluindo assim estranhos, inimigos, e qualquer um que seja diferente. Podemos não exatamente incentivá-las, mas tais atitudes tornam-se arraigadas a partir de uma idade muito precoce.
Este documentário acompanha uma experiência em uma escola primária que mostra o quão rapidamente as crianças podem assimilar a discriminação e todas as suas repercussões. Uma professora do ensino primário em Quebec conduziu um experimento no qual ela afirmou que estudos científicos provam que as crianças menores são geralmente mais criativas e inteligentes, e as mais altas são desajeitadas e preguiçosas. Ela dividiu sua turma com base nessas suposições. No dia seguinte, ela virou o jogo e fez com que se invertessem os papéis.
Algumas crianças de nove anos de idade entenderam que era tudo um jogo, mas para o resto acabou por ser uma experiência muito poderosa.
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=3Ub18BkoyvQ
Não foi necessário que toda a Humanidade se convertesse ao Cristianismo para que os princípios deste remodelassem o mundo. O mesmo acontecerá com o Espiritismo.
A função da Educação Espírita é portanto abrir perspectivas novas ao processo educacional, adaptando-o às necessidades novas que surgiram com o desenvolvimento cultural e espiritual do homem.
Caridade (1878), de William-Adolphe Bouguereau.
Fora da caridade não há salvação. Com essa frase, Kardec nos deu aval para o "lecionar" dos sentimentos e práticas mais nobres, juntamente com a razão teórica.
Além disso, correntes avançadas da Pedagogia Contemporânea, como especialmente a do neokantismo, representada por Georg Kerchensteiner, na Alemanha, e René Hubert (ver Traité de Pédagogie Générale), na França, darão sua contribuição para o desenvolvimento dessa profunda revolução educacional em marcha.
O suíço Johann Heinrich Pestalozzi (1746–1827) compartilhava em parte das ideias do conterrâneo e contemporâneo Jean-Jacques Rousseau: qual o objetivo da educação de um jovem? Torná-lo feliz, afirmou o autor iluminista. Criam também que há pureza, bondade e igualdade no homem ao nascer; terra fértil pronta para a semeadura da boa educação.
Pestalozzi comparou o professor ao jardineiro, que dá tempo ao tempo, do plantar ao desabrochar, sempre com carinho e sem exagero nos cuidados intermediários. Uma das principais contribuições do método de ensino pestalozziano foi o incentivo ao senso crítico e raciocínio próprio do aluno, sem impor o que era ensinado, além da maior valorização aos princípios emotivos e éticos. Foi professor de Allan Kardec.
Dentre tantos outros pedagogos precursores da Nova Educação há o português João de Deus de Nogueira Ramos (1830-1896), as brasileiras Anália Franco (1856-1919) e Amélia Rodrigues (1861-1926) e a italiana Maria Montessori (1870-1952).
A professora, escritora e jornalista fluminense Anália Emília Franco Bastos educava crianças negras e brancas, inclusive durante a escravatura, além de acolher as desamparadas. Radicada em São Paulo, publicou numerosos folhetos e opúsculos referentes aos cursos ministrados em suas escolas e tratados especiais sobre a infância, nos quais as professoras encontraram meios de desenvolver as faculdades afetivas e morais das crianças, instruindo-as ao mesmo tempo. Visando auxilar os mais pobres e abandonados, fundou escolas, bibliotecas, centros profissionalizantes, casas de acolhimento e reeducação para órfãos, idosos e mulheres "desviadas", grupos de músicos etc. Por ser espírita, divulgou a Doutrina codificada por Allan Kardec.
Em 1905, a educadora baiana Amélia Augusta do Sacramento Rodrigues, que também foi escritora, auxiliou um aluno adolescente selecionado para lecionar inglês pelo sistema Spencer. Ao terminar os estudos do filósofo darwinista, a professora completou o ensino dizendo que o jovem precisa de educação moral que é o princípio fundamental da disciplina social; sem apelar para o coração, educar é formar no homem as mais duradouras forças da ordem social. Após seu desencarne, o Espírito Amélia Rodrigues passou a psicografar literatura espírita através do médium, e também baiano, Divaldo Pereira Franco.
A pedagogia montessoriana procura harmonizar a interação de forças corporais e espirituais, ou seja, corpo, inteligência e vontade. O método dá liberdade à criança para escolher o material utilizado na aprendizagem. A maior parte dos brinquedos educativos atuais devem sua existência à professora Montessori.
Imaginando a harmoniosa educação doméstica que Maria deu a Jesus podemos buscar inspiração para a família dos dias atuais.
Veja o que não devemos falar às crianças:
http://www.contioutra.com/7-frases-que-destruirao-seus-filhos/
Veja o que não devemos falar às crianças:
http://www.contioutra.com/7-frases-que-destruirao-seus-filhos/
Alguns dos Precursores da Nova Educação
Pestalozzi com os orfãos em Stans (1879), de Konrad Grob.
O suíço Johann Heinrich Pestalozzi (1746–1827) compartilhava em parte das ideias do conterrâneo e contemporâneo Jean-Jacques Rousseau: qual o objetivo da educação de um jovem? Torná-lo feliz, afirmou o autor iluminista. Criam também que há pureza, bondade e igualdade no homem ao nascer; terra fértil pronta para a semeadura da boa educação.
Pestalozzi comparou o professor ao jardineiro, que dá tempo ao tempo, do plantar ao desabrochar, sempre com carinho e sem exagero nos cuidados intermediários. Uma das principais contribuições do método de ensino pestalozziano foi o incentivo ao senso crítico e raciocínio próprio do aluno, sem impor o que era ensinado, além da maior valorização aos princípios emotivos e éticos. Foi professor de Allan Kardec.
Dentre tantos outros pedagogos precursores da Nova Educação há o português João de Deus de Nogueira Ramos (1830-1896), as brasileiras Anália Franco (1856-1919) e Amélia Rodrigues (1861-1926) e a italiana Maria Montessori (1870-1952).
A professora, escritora e jornalista fluminense Anália Emília Franco Bastos educava crianças negras e brancas, inclusive durante a escravatura, além de acolher as desamparadas. Radicada em São Paulo, publicou numerosos folhetos e opúsculos referentes aos cursos ministrados em suas escolas e tratados especiais sobre a infância, nos quais as professoras encontraram meios de desenvolver as faculdades afetivas e morais das crianças, instruindo-as ao mesmo tempo. Visando auxilar os mais pobres e abandonados, fundou escolas, bibliotecas, centros profissionalizantes, casas de acolhimento e reeducação para órfãos, idosos e mulheres "desviadas", grupos de músicos etc. Por ser espírita, divulgou a Doutrina codificada por Allan Kardec.
Em 1905, a educadora baiana Amélia Augusta do Sacramento Rodrigues, que também foi escritora, auxiliou um aluno adolescente selecionado para lecionar inglês pelo sistema Spencer. Ao terminar os estudos do filósofo darwinista, a professora completou o ensino dizendo que o jovem precisa de educação moral que é o princípio fundamental da disciplina social; sem apelar para o coração, educar é formar no homem as mais duradouras forças da ordem social. Após seu desencarne, o Espírito Amélia Rodrigues passou a psicografar literatura espírita através do médium, e também baiano, Divaldo Pereira Franco.
A pedagogia montessoriana procura harmonizar a interação de forças corporais e espirituais, ou seja, corpo, inteligência e vontade. O método dá liberdade à criança para escolher o material utilizado na aprendizagem. A maior parte dos brinquedos educativos atuais devem sua existência à professora Montessori.
Conclusão
ANTES DE TUDO: EDUCAÇÃO-INSTRUÇÃO AO ALCANCE DE TODOS
Jan Amos Comenius (1592 –1670),
educador e escritor tcheco.
ANTES DE TUDO: EDUCAÇÃO-INSTRUÇÃO AO ALCANCE DE TODOS
Nosso primeiro desejo é que todos os homens sejam educados plenamente em sua plena humanidade, não apenas um indivíduo, não alguns poucos, nem mesmo muitos, mas todos os homens, reunidos e individualmente, jovens e velhos, ricos e pobres, de nascimento elevado e humilde — numa palavra, qualquer um cujo destino é ter nascido ser humano: de forma que afinal toda a espécie humana seja educada, homens de todas as idades, todas as condições, de ambos os sexos e de todas as nações.
educador e escritor tcheco.
A maior atenção aos fundamentos da conduta (campo da ética) e da fé racionalizada é imprescindível, dentro e fora do meio docente, ou seja, na escola, na família e na sociedade.
Texto adaptado de Sônia Dias para o V Seminário sobre o comportamento Humano à Luz da Doutrina Espírita. Casa de Emmanuel, Rio de Janeiro, 29 de maio de 2011.
A sexualização cada vez mais precoce das crianças, incentivada pelo meio social, é um dos fenômenos a serem pensados atualmente, pois a exacerbada erotização, desrespeitadora do período lúdico da infância, pode causar danos ao desenvolvimento emocional e intelectual dos indivíduos, problemas que podem acompanhá-los pela vida inteira. Devemos sempre procurar o equilíbrio comportamental: nem a severa repressão sexual, nem a liberação irresponsável.
Vejam um artigo criticando a venda de lingerie e salto alto para meninas e a ideia de "adultização": http://estilo.br.msn.com/demaepramae/blog/ana-kessler/post.aspx?post=5f338b1b-7dbf-40d0-a362-28f9ddd1511e
A Nova Educação ainda não se completou, mas a semeadura já foi iniciada (a exemplo de Pestalozzi e Kardec, no século XIX). Todos devem fazer sua parte - e não apenas os profissionais de pedagogia - no cultivo da seara, as gerações futuras, e prepará-la contra intempéries e pragas: banalização da violência, alcoolismo, tabagismo, toxicomania, vandalismo, corrupção generalizada, sexualização exacerbada, consumo exagerado, culto aos padrões excludentes de beleza física etc.Vejam um artigo criticando a venda de lingerie e salto alto para meninas e a ideia de "adultização": http://estilo.br.msn.com/demaepramae/blog/ana-kessler/post.aspx?post=5f338b1b-7dbf-40d0-a362-28f9ddd1511e
A Pequena Ladra (1900), de William-Adolphe Bouguereau.
A crescente delinquência infanto-juvenil atual só poderá ser sanada com profundas reformas morais e éticas no seio social (família e sociedade) e não apenas com o endurecimento das leis, a exemplo da proposta de diminuição da idade penal.
"Quem abre uma escola, fecha uma prisão" (Victor Hugo).
"Quem fecha uma escola, abre uma cadeia" (Rui Barbosa).
***
Referência:"Quem abre uma escola, fecha uma prisão" (Victor Hugo).
"Quem fecha uma escola, abre uma cadeia" (Rui Barbosa).
***
Quando penso na questão da Educação, um dos assuntos que logo me vem à cabeça é a questão da Escola Inclusiva, da qual já vi muita gente ser contra, uma vez que poderia atrapalhar o aprendizado das outras crianças, atrasando o conteúdo programático escolar.
Ora bolas, se estamos entrando na Era do Conhecimento, esse modelo de escola cartesiana e conteudista está mais do que ultrapassado! É coisa do século passado.
Conhecimento é "colaboracional". Quanto mais você divide, mais colabora, mais o conhecimento se multiplica.
Nossas escolas e modelos educacionais precisam urgentemente mudar e acompanhar essa nova era. Assim como a mentalidade das pessoas. E isso é pra ontem!
Marcela Soares (jornalista e educadora).
Texto adaptado de Sônia Dias para o V Seminário sobre o comportamento Humano à Luz da Doutrina Espírita. Casa de Emmanuel, Rio de Janeiro, 29 de maio de 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário