REFLEXÕES SOBRE A SEMANA SANTA



Estamos comemorando neste mês a Semana Santa. Seguindo uma tradição dita cristã, sobretudo católica, na Sexta-Feira da Paixão evita-se comer carne, e no Domingo de Páscoa distribuí-se ovos de chocolate para as crianças e marmanjos, que o “Coelhinho da Páscoa” teria deixado para eles.



PÁSCOA

Alô, ovinho
alô, coelhinho
que dia lindo
lá vem o vigor 

que a Páscoa seja
de luz e amor
que a sorte esteja ao nosso favor

Tenho um ovinho de Páscoa pra dar a você 
de chocolate ou de açúcar, responde meu bem?
ele é feito de amor e carinho pra você

Também desejamos o mesmo a você
que a Páscoa lhes traga saúde e amor 
tudinho de vez

Letra e música de João Roberto Kelly
para o disco infantil "Os Bonequinhos - Dorinha Durval e Castrinho" (RCA Victor, 1964)

Para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=VhGz1nJurOE


Muitos participam de cerimônias religiosas que relembram a sucessão de acontecimentos que culminaram com a crucificação de Jesus Cristo (via sacra ou auto da paixão) tendo como ponto de referência sua imagem coberta de sangue, coroada de espinhos e pregada na cruz. Não devemos desrespeitar tais costumes, visto serem de suma importância para diversos fiéis cristãos.



Porém, aproveitemos a época em questão para repensar o que essas tradições têm de verdadeira ligação com o Mestre de Nazaré, sua passagem na Terra e a mensagem que nos deixou na oportunidade. Descortinemos os fatos que estão por trás das lendas.

 A comemoração da páscoa cristã que conhecemos, com simbolismos como coelho e ovos, surgiu na Idade Média, ou seja, não foi criado pelos seguidores de Jesus e demais primeiros cristãos.


O hábito da comilância no Natal e Semana Santa não tem nada a ver com Jesus ou o cristianismo de fato.


A infeliz tradição da malhação de Judas foi trazida ao Brasil pelos portugueses. Durante o Sábado de Aleluia, populares confeccionam bonecos de trapos e, antes de vilipendiá-los, anexam a eles identificações de pessoas malfaladas pela comunidade.

Encenação da Paixão de Cristo nos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro-RJ (foto de O Globo).

Conforme alguns estudiosos, tudo começou em Jerusalém durante a Páscoa do ano 33, festa judaica (em hebraico: Pessach ou Passagem) que comemora a saída do povo hebreu do jugo dos egípcios com destino à Terra Prometida, sob o comando de Moisés. O fato ocorreu entre os séculos XVII e XIII a.C.

Oh, Jerusalém, de Greg Olsen


Jerusalém vista no alto do Monte das Oliveiras ao Amanhecer (1859), de Edward Lear


Flevit super illam (Chorou sobre ela, Jerusalém) (1892), de Enrique Simonet.


Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=jskK0evQuCI

Jerusalém vista do Monte das Oliveiras (c.1870), de Frederic Edwin Church.

BREVE HISTÓRIA da TERRA SANTA e dos JUDEUS




Foto de Jerusalém atual (região das edificações mais antigas). Destaca-se a cúpula dourada do Domo da Rocha.


Modelo do Segundo Templo de Jerusalém (construído por Herodes, o Grande), que existiu na época de Jesus e foi destruído pelos romanos durante a grande revolta dos judeus, em 70 d.C., como Cristo previu: Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada (Mateus 24:1 e Marcos 13:1). Hoje resta apenas parte da muralha do Templo, Muro Oeste, chamado de Muro das Lamentações, onde os judeus oram.


No centro ficava o Santo dos Santos: o local mais sagrado do templo.



A história de Jerusalém - Yerushalayim em hebraico, em árabe é al-Quds: (cidade) sagrada - data do IV milênio a.C., quando Melchizedek (seu nome em hebraico significa Rei de Justiça), rei de Salém, deu as boas-vindas a Abraão oferecendo pão e vinho (Gênesis 14:18).

Mil anos mais tarde, Davi capturou a cidade (2 Samuel 6, 12ss), que estava sob o domínio dos jabuseus, e trouxe a Arca da Aliança (com as Tábuas da Lei, ou 10 Mandamentos, escritas em pedra por Deus), que estava no deserto da Palestina com os hebreus (antiga denominação dos judeus), para o monte Moriá.


Salomão, filho de Davi, colocou a Arca num belo templo (o extinto Primeiro Templo ou Templo de Salomão), que fez de Jerusalém centro espiritual eterno para os judeus (e também para os cristãos e muçulmanos) de todo mundo.


Em 598 e 587 a.C., o imperador Nabucodonosor II tomou a cidade dos judeus e deportou grande parte da população para o cativeiro na Babilônia. Por volta de 537 a.C., o Império Persa dominou a Babilônia. Os judeus escravos foram libertados e retornaram a Judá (antigo reino na Palestina) e a Jerusalém. Ao retornarem, encontraram uma mescla de povos que gerou hostilidades na região, como os samaritanos, que praticavam uma religião com alguns pontos comuns com o judaísmo antigo. A divisão entre os descendentes das antigas Judá e Samaria dura até hoje.


De 313 a.C. a 63 d.C., os romanos dominaram a Palestina e os judeus hostis aos novos conquistadores. A antiga Judeia era mais uma província de Roma. Os reis judeus eram escolhidos pelo senado ou pelo imperador romano, a exemplo de Herodes, o Grande (de 37 a.C. a 14 d.C.), que construiu o Segundo Templo de Jerusalém. Em 4 a.C., a Judeia passou à administração direta de Roma. Os governadores, procuradores, juízes civis, prefeitos etc. eram administradores romanos enviados pelo império, como foi o quinto prefeito de Jerusalém: Pôncio Pilatos (de 26 a 36 d.C.).


Na mesma proporção em que crescia a opressão de Roma sobre os judeus, mais multiplicavam as revoltas deles contra o império estrangeiro. Em 63 d.C., os romanos foram vencidos em guerra e expulsos pelos zelotes (uma facção judaica). No ano 66, o general Tito retomou Jerusalém, destruiu a cidade e o magnífico Segundo Templo. Nos anos seguintes, grande parte dos judeus sobreviventes, que escaparam da escravidão, fugiram da Palestina e espalharam-se (fato denominado por eles de "diáspora", ou seja, dispersão) pela Ásia, Europa e África.


Evidentemente que a Terra Santa e outras regiões da Palestina não ficaram vazias de judeus, mesmo após a proibição de Roma à presença dos seguidores do judaísmo na província. Alguns viviam em segredo ou discretamente (e muitos eram escravos).


Trecho da antiga muralha de Jerusalém (Israel).

Após a assinatura do Édito de Milão, em 313, pelo imperador Constantino, que garantiu liberdade de crença a todos os membros do império (sobretudo aos tão perseguidos cristãos), mais judeus retornaram à terra de seus ancestrais, porém, a população judaica não era tão expressiva como antes.

Tempos depois Roma tornou o cristianismo a religião oficial. Foi a vez dos romanos cristãos suspenderem o édito para reprimir os judeus e demais não cristãos. Com as invasões bárbaras, o Império Romano do Ocidente desapareceu no século V. Restou apenas a Roma do Oriente ou o Império Bizantino (este porém era bem menor).

No século VI, surgiu o islamismo, que na mesma época dominou a Palestina através de outro império (um califado). Diferente dos romanos, os muçulmanos eram mais tolerantes e permitiam que judeus, cristãos e demais crentes convivessem em seus domínios. A mesquita do Domo da Rocha foi erguida em por volta de 691, sobre a Rocha Sagrada: suposto altar de antigos patriarcas, como Abraão e Jacó, e atual sítio sagrado islâmico. O Domo se localiza na área do extinto Segundo Templo.

Durante a Primeira e Segunda Cruzadas (séculos XI e XII), Jerusalém e demais regiões da Terra Santa foram tomadas, perdidas e retomadas por cristãos vindos da Europa, que não toleravam a presença de não cristãos, sobretudo islâmicos. O templo da Rocha Sagrada chegou a ser uma igreja, pertencente aos Agostinianos e Templários. Em 1187, Saladino retomou Jerusalém aos islâmicos. A partir de então, a hegemonia de povos do Islã perdurou por muitos séculos na região.

A nação judaica ficou sem território definido até 1948, quando terras dominadas pelo Império Britânico na Palestina foram doadas, através da recém-criada ONU, para a fundação do Estado de Israel. Islâmicos da região e vizinhos opuseram-se a ocupação dos milhares de judeus imigrantes aos territórios já habitados por eles. Eis o início dos conflitos que perduram até hoje.

A cidade antiga abrange uma área de menos de um quilômetro quadrado, mas concentra os principais pontos religiosos, como a Esplanada das Mesquitas, o Muro das Lamentações, o Santo Sepulcro, a Cúpula da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa. Esta parte de Jerusalém é murada e dividida em quatro quarteirões ou bairros: o armênio, o cristão, o judeu e o islâmico.


Ao longo de toda a existência, Jerusalém - a verdadeira "cidade eterna" - foi destruída completamente duas vezes, sitiada 23 vezes, atacada 52 vezes, capturada e recapturada 44 vezes.



Fonte de consulta: Folha Paroquial, Paróquia da Santíssima Trindade, Rio de Janeiro-RJ, agosto de 2013.


Descoberta do Salvador no Templo (1854-60), de William Holman Hunt. 
A pintura retrata a primeira ida de Jesus a Jerusalém, durante a Páscoa Judaica, quando o Menino desgarrou-se da família e só foi encontrado dois dias após entre os doutores da Lei no Templo, os quais admiraram-se diante da enorme sabedoria de Jesus: Por que me procurastes? Não soubestes que devo ocupar-me nas coisas de meu Pai? (Lucas 2:50).


Entrada de Jesus em Jerusalémde Harry Anderson. A cena sinaliza o início da Semana Santa, que no calendário litúrgico católico é o Domingo de Ramos. Segundo a tradição, Cristo teria entrado através da ainda existente Porta Dourada.


A Porta Dourada, hoje emparedada, era a entrada principal da cidade mais próxima ao Segundo Templo. Por onde adentravam a maior parte dos peregrinos durante a Páscoa Judaica em visitação ao templo de Jerusalém.

Naquele ano a festa caía num sábado. Jesus, na noite de quinta-feira, após cear com seus discípulos, foi preso por uma força da Guarda Herodiana no Getsênami.

O Cenáculo (nome latino que significa sala de jantar ou de ceia): local onde, segundo a tradição, ocorreu a Última Ceia; no andar superior da Igreja da Dormição, em Jerusalém (Israel).

A antiga muralha de Jerusalém foi praticamente toda derrubada pelos romanos no ano 70, e reconstruída e destruída outras dez vezes. O Monte Sião está fora do atual muro de Jerusalém, a muralha existente nesse local foi construída a mando de Élia Eudóxia Augusta, esposa do imperador romano do Oriente Teodósio II, em 444 d.C.

No Monte Sião há um conjunto de construções unidas por andares. Elas são sagradas para os judeus e cristãos. Para os primeiros por conter o suposto túmulo do rei Davi (no térreo), para os segundos por causa das Abadia e Basílica da Dormição e do Cenáculo (no 2o andar).

Reza a tradição cristã que o apóstolo João, algum tempo após a Crucificação, residia com Maria, mãe de Jesus, nas proximidades. No local, Maria teria "dormido para a eternidade" (falecido), eis o motivo do nome do santuário: "Dormição" ou "Assunção de Nossa Senhora". O atual conjunto arquitetônico, financiado pelo kaiser Guilherme II, foi erguido em 1910 pelos monges beneditinos alemães. Dizem que os judeus pediram, para que os arquitetos alemães, não deixassem que a sombra do campanário da basílica se projetasse sobre o túmulo de Davi.

O Complexo do Monte Sião: Abadia e Basílica da Dormição vistas da muralha de Jerusalém.

O Novo Testamento refere-se ao Cenáculo como o local mobiliado para a preparação da derradeira Páscoa de Jesus e os Apóstolos (contando os episódios da Lavação dos Pés e a Última Ceia); para as duas aparições do Senhor aos discípulos após a Ressurreição; para a eleição de São Matias como apóstolo substituto de Judas Iscariotes; e para a reunião dos seguidores do Cristo, logo após a ascensão de Jesus ao Céu, a fim de receberem o Espírito Santo (Pentecostes).

Esse recinto remanescente do segundo piso, do complexo do Monte Sião, foi reconstruído em 1342 pelos franciscanos, com a ajuda do papa Clemente VI. Em 1552, a ordem franciscana foi expulsa pelos otomanos e o Cenáculo transformado em mesquita. Em 1948, com a criação do Estado de Israel, a administração do santuário voltou às mãos dos franciscanos após quase 400 anos.

No piso inferior, há um local para a veneração da sepultura do rei Davi e uma sinagoga e escola judaica, para o ensino das sagradas escrituras dos judeus.

[Fonte: Folha Paroquial, Paróquia da Santíssima Trindade, Rio de Janeiro, out. 2014, p.12]

Horto ou Monte das Oliveiras visto da antiga muralha.

O Monte das Oliveiras situa-se na cadeia montanhosa que se inicia a leste de Jerusalém e prossegue por cerca de 3,5 Km, onde se destacam o Monte Scopus (826m), o pico de At-Tur (818m) e o chamado Monte Destruidor (747m).

Do Monte das Oliveiras descortinam-se vistas espetaculares da cidade antiga de Jerusalém, com caminhos, igrejas e cúpulas, tudo envolto pelo verde do Monte do Templo, com a mesquita de Omar e sua cúpula dourada e, em toda extensão do vale, o cemitério judaico, que está em frente à muralha com duas portas, a de Estevão e a Porta Dourada (que está emparedada). Acreditam os judeus ser este o lugar por onde Deus começará a redimir os mortos quando o Messias chegar e, por isso, sempre procuram, e ainda anseiam, ser enterrados nesse local com mais de 150 mil sepulturas.

Seu nome advém das oliveiras que cobriam, antigamente, suas encostas. Ainda hoje estão no jardim do Getsêmani – prensa de azeite, em hebraico -, cuidadas sempre pela Irmandade dos Franciscanos, testemunhas silenciosas dos fatos aí ocorridos.

[Trecho do artigo do paroquiano e peregrino Glauco Giacobbe em Folha Paroquial, Paróquia da Santíssima Trindade, Rio de Janeiro, Ano XXI, jan-fev-mar de 2014, p.12, com modificação]

Jardins do Getsênami (nome assírio que significa prensa de azeite), situa-se ao sopé do Monte das Oliveiras. Na foto, vemos ao fundo a Igreja de Maria Madalena e algumas oliveiras da época de Jesus ou descendentes delas. O arvoredo, Olea europaea, do qual o fruto, oliva ou azeitona, produz o azeite, começou a ser cultivado há cerca de seis mil anos.


Duas fotos da Igreja de Todas as Nações localizada no sopé do Monte das Oliveiras.

 Aos pés do altar-mor, encontra-se a rocha branca na qual, segundo a tradição, Jesus Cristo teria orado e suado sangue no momento da agonia (noite em que foi preso).

O templo cristão atual foi terminado e consagrado em 1924. Durante as escavações para preparar as fundações foram encontrados vestígios de duas igrejas: uma pequena capela do século XII erguida pelos cruzados e abandonada em 1345, e uma basílica bizantina do século IV destruída por um terremoto em 746. O arquiteto e monge franciscano, Antonio Barluzzi (1884-1960), manteve as proporções do templo bizantino. O nome da igreja proveio do fato de ter recebido doações de 16 nações, incluindo o Brasil, para ser construída.

Algumas outras construções sagradas do Monte das Oliveiras são a Igreja (ortodoxa russa) de Maria Madalena (erguida em 1886 pelo czar Alexander III) e os supostos túmulos de Absalão (filho rebelde do rei Davi, c.1000 a.C., erguido no século I), do Profeta Zacarias (filho de Joiada) e de Benei Hezir (família hebreia citada em 1 Crônicas 24:15, erguido na época do Segundo Templo).



A Igreja de São Pedro Gallicantu fica à encosta leste do Monte Sião, no local do antigo palácio de Caifás, onde acredita-se que Cristo teria permanecido preso no calabouço, logo após ser preso no Getsêmani, e o galo cantado após Pedro ter negado Jesus três vezes (gallicantu significa em latim "canto do galo").

No tempo de Jesus, o local ficava dentro dos muros de Jerusalém. Quando Saladino I invadiu a cidade, em fins do século XII, parte da murada foi destruída. 

Desde 1887, escavações arqueológicas foram feitas no local. Há uma série de câmaras, numa das quais Cristo deve ter ficado encarcerado, logo após ter sido preso no Jardim das Oliveiras. Encontraram também degraus, pelos quais Jesus dever subido para ser julgado diante de Caifás, moedas hebraicas antigas e alojamento de empregados.

Além de tudo isso, podemos ver ruínas de outro santuário cristão (bizantino) também dedicado às negações de Pedro e destruído pelos islâmicos. Paredes com cruzes e mosaicos cristãos no piso, talvez do século V, também estão em exposição.

Em 1931, Agostinianos da Assunção erigiram a igreja atual.

Fonte: Folha Paroquial, Paróquia da Santíssima Trindade, Rio de Janeiro-RJ, ano XXI, ago. 2014, No 200, p.10.


O Palácio de Herodes, o Grande, que depois passou a ser do filho sucessor, Herodes Ântipas, tetrarca da época de Cristo, situava-se na muralha noroeste da Cidade Alta de Jerusalém, onde hoje se encontra o Museu da Torre de Davi. Restou apenas porções em ruínas do muro-torre do palácio, no qual Jesus teria sido julgado por Pôncio Pilatos, prefeito da província romana da Judeia, no ano 33.

A Mesquita da Assunção

No Novo Testamento, não há um consenso sobre o exato local onde Jesus Cristo ascendeu ao Céu. Lucas (24:50-51) e Atos (1:9-12) afirmam, respectivamente, que Cristo subiu aos céus próximo à cidade de Betânia (Galileia) ou no Monte das Oliveiras (Jerusalém). Neste último, há uma pequena mesquita de muros altos, cuja estrutura remota à época dos cruzados, que supostamente marca o lugar. A tradição local diz que naquele tempo era uma igreja cristã que não tinha teto em referência à Ascensão ou Assunção do Senhor. A igreja foi tomada por Saladino em 1187, junto com Jerusalém, e transformada em mesquita ganhando uma cúpula como teto. O piso é uma superfície de pedra branca aflorada com a marca de uma suposta pegada humana, que representa o último passo de Jesus na Terra pouco antes de elevar-se ao Reino de Deus. Apenas uma vez ao ano é permitida a entrada de cristãos para celebrar o rito católico. 

Durante o decorrer daquela noite foi julgado pelo Sinédrio judaico e pelo governador romano, Pôncio Pilatos. Na sexta-feira, dia 3 de abril (14 de Nizan, mês do calendário religioso judaico, quando, segundo Atos 2:20, ocorreu um eclipse lunar), foi levado à crucificação, morto (no Gólgota, por volta das 15h) e enterrado no mesmo dia (a religião judaica não permite sepultamentos após o crepúsculo).



Trechos da Via Dolorosa, caminho por onde Jesus teria passado no sentido do Gólgota (Via Sacra). O calçamento e edificações de hoje não são do tempo de Jesus, pois Jerusalém foi completamente destruída e reconstruída mais de uma vez.

O provável verdadeiro Gólgota para muitos fica numa encosta que restou ao noroeste da Igreja (Basílica) do Santo Sepulcro e próximo ao Túmulo do Jardim.

Cena da Crucificação do filme americano The greatest story ever told (A maior história de todos os tempos), 1965, dirigido por George Stevens.

Gólgota: nome de origem aramaico-grega que significa local da caveira ou monte calvo ou calvário (por ser um monte rochoso sem vegetação).

A colina da Tumba do Jardim também foi denominada de Calvário Gordon, pois foi indicada pelo militar, administrador e estudioso britânico Charles George Gordon (1833-1885), entre 1882 e 1883, como sendo o verdadeiro Gólgota.

A Tumba do Jardim, identificada no século XIX, como o sepulcro de Cristo por alguns.


Desenho (em inglês) teórico, arquitetônico e arqueológico sobre as fundações do sítio da Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém. À esquerda, a extinta cripta escavada na rocha que teoricamente serviu de sepultura ao corpo de Cristo (toda a rocha em declive foi demolida no século IV para que fosse erguida a igreja). À direita, em frente a suposta tumba, teoricamente teria ficado a cruz, sobre a rocha do Gólgota.




Cristo na Última Ceia, de Simon Dewey

E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim (Lucas 22:19).

A palavra hóstia é de origem latina e significa "vítima para o sacrifício". O soldado romano tombado na guerra era chamado de hóstia, pois havia se sacrificado pela pátria romana. O cristianismo, ao entrar em contato com a cultura latina, agregou ao significado da palavra a "a maior de todas as vítimas" oferecidas ao sacrifício: Jesus Cristo. Eis o sentido teológico e litúrgico dado à hóstia pela Igreja, o símbolo do corpo do Cordeiro Imolado (hostilizado) pela remição dos pecados dos homens.


O Maior Mestre, de Del Parson


No domingo, dia 5 de abril, seu corpo não foi mais encontrado no túmulo e, segundo os Evangelhos, ele reapareceu para seus discípulos com os quais conversou e instruiu.

Quarenta dias após subiu ao Céu*. A partir daí, os seguidores do Cristo passaram a celebrar e rememorar o episódio nas datas correspondentes à Páscoa judaica, que é comemorada sempre entre os dias 15 de março e 15 de abril de cada ano.


*O Novo Testamento afirma que Jesus Cristo ascendeu aos céus em um monte (este tipo de acidente geográfico foi relatado por Mateus, 28:16) próximo à cidade de Betânia, na Judeia, provavelmente na atual al-Eizariya (a c.3 Km a Leste de Jerusalém, na Cisjordânia. Lá residiram os irmãos Marta, Maria de Betânia e Lázaro): "E levou-os fora, até Betânia; e, levantando as suas mãos, os abençoou. E aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu (Lucas 24:50,51).

Paulo de Tarso confirmou que Cristo também apareceu para quinhentos seguidores na Galileia: "E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze. Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos..." (1 Coríntios 15:5,6)

A psicografia espírita de Francisco Cândido Xavier, pela autoria do Espírito Humberto de Campos, ratifica os Evangelistas e Paulo (cita Cefas, Cafarnaum e o Tiberíades, todos na Galileia) em "Os quinhentos da Galileia", parte do livro "Boa Nova", 1a ed. 1941, publicado pela Federação Espírita Brasileira: 

"Foi então que observaram o Mestre, rodeado de luz, como a elevar-se ao Céu, em demanda de sua gloriosa esfera do Infinito.
...

Os primeiros astros da noite brilhavam no alto, como flores radiosas do Paraíso. No monte galileu, cinco centenas de corações palpitavam, arrebatados por intraduzível júbilo."

Essas datas no Hemisfério Norte coincidem com o término do inverno e o começo (equinócio) da primavera, época da semeadura, quando tudo se renova e o frio e a escuridão cedem lugar ao sol e ao calor.


A última Ceia (1495-97), de Leonardo da Vinci.


A última Ceia (1648), de Philippe de Champaigne.



A última Ceia (1949), de Walter Rane

A Semana Santa é uma festa móvel que se inicia, segundo o calendário litúrgico católico, após a Quaresma (os 40 dias que compreendem da Quarta-Feira de Cinzas ao Domingo de Ramos), na qual os principais dias são a Sexta-Feira da Paixão (dia da crucificação e morte de Jesus), o Sábado de Aleluia (período de vigília dos fiéis, quando também ocorre a lamentável Malhação de Judas pelos populares) e o Domingo de Páscoa (a ressurreição de Cristo).

Getsêmani (detalhe), de Del Parson

A PÁSCOA E O CALENDÁRIO


O nosso calendário, o gregoriano, apresenta uma mobilidade da data da Páscoa, que oscila entre 22 de Março e 25 de Abril. Há o tratamento desigual que foi dado à Lua e ao Sol. Com efeito, os padres do concílio de Niceia [em 325 d.C.] e o Papa Gregório XIII [1502-1585, o criador do calendário ainda vigente, que substituiu o juliano] ligaram o calendário ao Sol verdadeiro [do tempo astronômico], mas tomaram para Lua pascal uma Lua média* que, por vezes, se afasta bastante da Lua astronômica. Por esse motivo, podem dar-se desvios de uma semana ou mesmo de um mês na data da Páscoa.

Durante a vigência do calendário juliano [de 46 a.C. a 1582], os cristãos da Ásia Menor celebravam a Páscoa cristã no dia 14 da primeira Lua que começasse em Março, qualquer que fosse o dia da semana em que ocorresse essa data. Pelo contrário, os cristãos do Ocidente celebravam-na no domingo seguinte a esse dia. Esta discrepância entre os cristãos do Oriente e do Ocidente na comemoração de tão importante acontecimento, deu origem a sérias polêmicas entre os altos dignatários das duas Igrejas. A questão foi resolvida no Concílio de Niceia (ano 325 da nossa era): Jesus Cristo ressuscitou num domingo, 16 Nissan do calendário judeu, coincidente com o plenilúnio do começo da primavera. O Concílio decidiu manter estes três símbolos e acordou que a Páscoa passaria a ser celebrada universalmente, no domingo seguinte ao plenilúnio que tivesse lugar no equinócio da primavera ou imediatamente a seguir.

Fonte: Site de Manuel Nunes Marques, Diretor do Observatório Astronômico de Lisboa - http://www.mat.uc.pt/~helios/Mestre/H01orige.htm

*Lua Pascal cristã, esta não é uma lua astronômica, e sim uma lua média calculada pelos elementos do cômputo eclesiástico — o número áureo e a epacta. O cálculo em si é bastante engenhoso, mas também muito complicado. Basta saber que a Lua Pascal pode diferir em, no máximo, três dias da lua cheia astronômica. Fonte: "A Páscoa" em http://www.planetariodorio.com.br/index.php/component/k2/itemlist/user/65-2013-07-03-00-35-28?start=120

A DATA DA PÁSCOA CRISTÃ, quem diria!, DEPENDE DO CARNAVAL

Em 1582, o Papa Gregório XIII transformou o calendário juliano no gregoriano e estabeleceu as datas carnavalescas. O motivo da mobilidade das datas (Carnaval e Semana Santa, festas móveis) é não coincidir o Carnaval com a Páscoa católica, que, por sua vez, não pode ter data fixa para não coincidir com a Páscoa dos judeus, marcada também a cerca do Equinócio de Primavera do Hemisfério Norte.

O cálculo é um pouco complexo. Determina-se o equinócio da primavera, que ocorre entre os dias 21 e 22 de março no hemisfério norte. Observando a lua nova que antecede o equinócio, o primeiro domingo após o 14º dia de lua nova é o domingo de Páscoa. Como o primeiro dia da lua nova, antes de 21 de março, é entre 08 de março e 05 de abril, a Páscoa só pode ser entre 22 de março e 25 de abril. O domingo de carnaval é sempre no sétimo domingo que antecede ao domingo de Páscoa.

A Quarta-Feira de Cinzas ocorre 46 dias antes da Páscoa e, portanto, a Terça-Feira de carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa.


Calendário Litúrgico da Igreja Católica destacando o período anual da Semana Santa.

Fontes:

http://www.pharol-rh.com.br/artigos/Artigos%20Pessoais/Cultura%20ou%20festa%20profana.htm

http://astro.if.ufrgs.br/pascoa.htm

Jesus orando no Getsêmani, de Harry Anderson


Das antigas tradições judaicas ficou o jejum de alimentos proibidos. Aí percebemos a primeira grande confusão ou sincretismo. Os judeus definem como alimentos indispensáveis para a comemoração a carne de cordeiro, o pão ázimo (de massa não fermentada), o azeite de oliva e as ervas amargas. Os cristãos, talvez por ligar a imagem de Jesus à do cordeiro imolado, proibiram a carne vermelha estipulando o peixe como alimento permitido, talvez pela profissão da maioria dos apóstolos: pescador.

Fato que pode ter contribuido para que o símbolo do cristianismo, no início da Era Cristã, fosse o peixe, que em grego (principal idioma dos Evangelhos) escreve-se ιχθύς ou, na grafia latina, ICTYS. As letras dessa palavra formam um acróstico: Iesous Christos Theou Yios Soter, ou seja, "Jesus Cristo Filho de Deus Salvador".

Pão ázimo e peixes, alimento básico consumido por Jesus, os Apóstolos e demais habitantes da antiga Galileia.


As principais espécies de peixes de águas frias do Hemisfério Norte comercializadas com o nome BACALHAU:

1- Cod ou Bacalhau do Atlântico ou Bacalhau Verdadeiro (Gadus morhua);
2- Cod ou Bacalhau do Pacífico (Gadus macrocephalus);
3- Ling (Molva molva);
4- Saithe (Pollachius virens); 
5- Zarbo ou Cusk (Brosme brosme).

A História do principal Peixe da Semana Santa e do Natal

Registros mostram a existência de fábricas para seu processamento na Islândia e na Noruega desde o século IX. O mercador holandês Yapes Ypess foi o primeiro a fundar uma indústria de transformação na Noruega, por isso, é considerado o pai da comercialização do peixe industrializado.

A partir de então, a demanda pelo peixe passou a crescer na Europa, América e África, o que proporcionou o aumento do número de barcos pesqueiros e de pequenas e médias indústrias pela costa norueguesa, transformando a Noruega no principal polo mundial de pesca e exportação do bacalhau.

Vikings: os pioneiros no consumo do bacalhau

Os grandes pioneiros no consumo do bacalhau são os Vikings que, ao descobrirem o peixe, passaram a secá-lo ao ar livre (na época o sal não existia) até endurecer – perdendo cerca da quinta parte de seu peso – para poder consumi-lo aos pedaços em suas longas viagens marítimas.

Bascos e a comercialização

Antes da industrialização do bacalhau, os bascos – cujo território atualmente está espalhado em províncias da Espanha e da França – já comercializavam o bacalhau. Como já conheciam o sal, eles começaram a salgar o pescado para aumentar sua durabilidade. O bacalhau passou a ser comercializado curado e salgado por volta do ano 1000. Os bascos expandiram o mercado do bacalhau, tornado-o um negócio internacional porque o sal não deixava que o peixe estragasse com facilidade. Quanto mais durável o produto, mais fácil era sua comercialização. Como a geladeira só foi inventada no século XX, os alimentos que estragavam rapidamente tinham comércio limitado.

A “durabilidade” e igreja como impulsionador de vendas

Na idade medieval o bacalhau ganhou o título de alimento durável e com sabor mais agradável que o dos outros pescados salgados. Para a população pobre que raramente podia comprar peixe fresco, o bacalhau era um prato “cheio” porque era barato e tinha alto valor nutritivo. A soberania da Igreja Católica foi outro facilitador para seu comércio: o catolicismo impunha dias de jejum – que compreendiam as sextas-feiras, os quarenta dias da quaresma e muitos outros dias do calendário cristão – nos quais se proibia a ingestão de comidas “quentes” como as carnes; somente as comidas “frias”, como os peixes, eram permitidas. Assim, a carne passou a ser proibida em quase metade dos dias do ano, e os dias de jejum acabaram se tornando dias de bacalhau salgado.


Por isso que na Semana Santa temos o costume de consumir bacalhau, introduzido por nossos ex-colonizadores, os portugueses.


Devido a grande procura e o oportunismo de comerciantes, estimulados pela tradição pascal, o pescado, sobretudo de bacalhau (importado pelo Brasil), costuma ter aumento de preço.


Mercado de peixes flamengo (século XVI), aprendiz de Joachim Beuckelaer.
Nota-se o bacalhau em primeiro plano (central-direito).


Pão da Vida, de Corbert Gauthier

Durante a expansão do Cristianismo pela Europa, a tradição da Páscoa encontrou entre os povos ditos pagãos festividades que ocorriam igualmente no período do fim do inverno e início da primavera no Hemisfério Norte.

Entre os povos teutônicos (germânicos que, inicialmente, habitavam as margens do Báltico) havia uma comemoração à deusa Eoster (daí a palavra anglo-saxônica, Easter, que designa a Páscoa) que representava a primavera e a fertilidade.

Ovo de avestruz decorado. Obra púnica ou cartaginesa,
Norte da África (c.600-300 a.C).
Os ovos decorados, de diversos tipos de aves (galináceos, gansos, patos, avestruzes etc.) surgiram há c.60 mil anos na África. Os primeiros "ovos cristãos" apareceram na Mesopotâmia, cuja a tinta vermelha simbolizava o sangue de Cristo derramado na Cruz. Em 1610, pela primeira vez um papa, Paulo V, exaltou o consumo de ovos durante a festa da Páscoa.


 Tradicionais ovos de páscoa ucranianos com belas pinturas.


 Antigos objetos decorativos russos em forma de ovos. Joalheiros e relojoeiros há séculos produziam-nos sob encomenda dos czares. Feitos de materiais preciosos como ouro, prata e diamantes, muitos funcionavam como caixinhas de música, relógios e guarda-jóias. O maior de todos os joalheiros especializados em ovos de páscoa foi o russo Peter Carl Fabergé (1846-1920), que de 1885 a 1917 (ano da Revolução Russa), confeccionou 54 ovos imperiais para o último czar da Rússia: Nicolau II.


Nessa festa apresentavam como símbolo da fertilidade a lebre ou o coelho, enquanto distribuíam entre si ovos comuns pintados com desenhos de cores fortes e brilhantes representando o colorido do sol na primavera e a renovação da vida.

Gravura de 1909 representando a deusa Eástre, também chamada de Ēostre, Ôstarâ ou Ēostur-monath: divindade de festivais pagãos no Norte da Europa. Os festins foram substituídos pela Semana Santa (Páscoa) com a introdução do cristianismo.


A caça às bruxas e demais "infiéis" promovida pela Igreja medieval foi uma contradição diante dos simbolismos pagãos adotados pelo cristianismo institucionalizado.

Até a Idade Média, acreditava-se que as lebres eram hermafroditas (crença herdada de antigos pensadores, como Plínio e Plutarco). A suposta reprodução assexuada do animal (sem perder a virgindade) levou os cristãos medievais a fazerem um paralelismo com a Virgem Maria. Pelo fato das fêmeas poderem dar crias mais de uma vez por ano, vários povos antigos elegeram a lebre ou o coelho (animal domesticado da mesma família, Leporidea) símbolo de fertilidade: qualidade exaltada no início da primavera no Hemisfério Norte, época da festa móvel da Páscoa (março-abril).


 Oficialmente, o coelho da páscoa foi documentado pela primeira vez na obra De ovis paschalibus (Sobre os ovos pascais), de 1682, do médico e botânico germânico Georg Franck von Frankenau. O estudioso referiu-se sobre esse animal folclórico, que presenteia as crianças com ovos coloridos, como tradição pascal da Alsácia (região entre França e Alemanha). Uma espécie de "papai noel pascal".

Até hoje, em diversos países, há a brincadeira de incentivar as crianças a procurarem ovos (cozidos e decorados de galinha) "deixados pelo coelhinho da páscoa" no jardim.

Com o passar dos séculos, os cristãos absorveram essas tradições. Nessa fusão, procuraram usar o Cristo ressuscitado como símbolo da renovação e mantiveram o Coelho da Páscoa, que distribuía seus ovos no domingo pascal. 

Hoje, as religiões esqueceram as verdadeiras origens da data e o caráter comercial que se abateu sobre todas as manifestações - antes espontâneas do povo - transformou o ovo verdadeiro em ovo de chocolate (produto do cacau descoberto pelos colonizadores europeus nas Américas), fazendo desse antigo símbolo da vida um simples objeto de consumo sem maior significado.


Os ovos de chocolate foram inventados pelos pâtissiers (pasteleiros ou confeiteiros) franceses que recheavam ovos de galinha, depois de retiradas a clara e a gema, com chocolate e os pintavam por fora. Os pais costumavam esconder ovos nos jardins para que as crianças os encontrassem na época da Páscoa. Com o desenvolvimento da indústria alimentícia, a partir do final do século XIX, difundiram-se os ovos totalmente feitos de chocolate vendidos hoje.

A perda do caráter de representação da renovação da vida se torna mais forte quando a imagem que se usa de Jesus é a dele agonizante e ensanguentado na cruz para “resgatar nossos pecados e culpas”.

As igrejas cristãs estabeleceram o arquétipo de Jesus crucificado substituindo a antiga tradição judaica de imolar (sacrificar) cordeiros "sem mácula", oferecidos a Deus, nos tabernáculos dos templos. Dos Evangelhos surgiu o termo latino Agnus Dei: Cordeiro de Deus, ou seja, Jesus Cristo.

O CORDEIRO PASCAL JUDAICO


Originalmente, a Páscoa Judaica era dividida em duas Festas. Uma era a Festa Agrícola chamada «Festa do Pão Sem Fermento» heb Chag há-Matsót; a outra era uma Festa pastoral chamada «Festa do Cordeiro Pascal» heb Chag há-Pesah. Ambos os feriados se desenvolviam independentemente na época da primavera, durante o mês de Nisã (março/abril). 

A Festa do Cordeiro Pascal é a Festa mais antiga das duas. Nos tempos em que a maioria dos judeus ainda era formada de pastores nômades no deserto, as famílias judaicas comemoravam a chegada da primavera oferecendo o sacrifício de um animal. Neste ponto da Bíblia Moisés pede a Faraó que deixe os filhos de Israel irem até o deserto para celebrarem uma Festa a Yahweh (Êx 5.1). Este episódio aconteceu o efetivo Êxodo dos judeus do Egito.

«A Festa do Cordeiro Pascal», tornou-se identificada com os acontecimentos do Egito, quando Jeová «passou por cima» das casas dos Filhos de Israel, poupando-os da décima praga, «a morte do primogênito de cada família egípcia» (Ex 12.25-27).

Relembrando; a Páscoa judaica era celebrada todos os anos em 14 de Nisã (março/abril), na Lua Cheia, sendo que o primeiro dia de cada mês Lunar do calendário Judaico começava com a Lua Nova, conforme determinado por observação visual. Vede  A ordem divina para imolar os cordeiros pascais, era na tarde (entre as duas tardes) do dia «quatorze do primeiro mês», isto é, 14 de Abibe/Nisã (Êx 12.6; Lv 23.5; Nm 9.3-5; Dt 16.6). É necessário não esquecer que os judeus contam o dia de pôr-do-sol a pôr-do-sol, cerca das 18h às 18h. Assim, o dia 14 de Nisã começava ao pôr-do-sol (18h) do dia «treze». Há divergências de interpretação quanto à hora exata em que eram imolados os cordeiros pascais. As dificuldades de interpretação estão na expressão «crepúsculo da tarde», literalmente «entre as duas tardes».

Na verdade, era necessário um bom espaço de tempo, desde o abate do cordeiro até o momento em que estivesse preparado para a refeição. Era preciso muito cuidado na preparação do cordeiro pascal, visto que, depois de abatido o animal, em seguida a sua pela era tirada (esfolado), suas partes internas eram tiradas, após serem limpas, eram recolocadas no lugar, daí era assado inteiro, bem passado, nada podia estar cru (Êx 12.9,46). Portanto, o processo de preparação do cordeiro era consideravelmente longo. Presumimos confiantemente, que o tempo legal para o abate do cordeiro (mais esse processo todo que acabamos de ver) era a partir das «15h», isto é, das «15h às 18h» do dia 14 do mês de Nisã. Tempo suficiente, para que o animal fosse preparado, e estivesse pronto para ser comido (Ceia) a partir das 18h, ou seja, no início do dia 15. Por exemplo; Jesus expirou na cruz na «hora nona» judaica, isto é, aproximadamente às 15h em nosso horário (Mar 15.34), na mesma hora em que eram abatidos os cordeiros pascais [supostamente o tempo exato em que Cristo teria morrido na Cruz].


Durante a Eucaristia (do grego, eukharistía: sacrifício de ação de graças. Era o que os judeus faziam ao sacrificar um cordeiro em comemoração à libertação do seu povo do cativeiro no Egito), os cristãos substituíram o consumo da carne do cordeiro pela hóstia consagrada, e o sangue derramado desse animal pelo vinho. Aliás, a hóstia cristã também está ligada ao pão asmo (não fermentado) judaico.

Podemos ver fortes aspectos em comum, ressaltados pelos cristãos, entre o cordeiro sem mácula da Primeira Páscoa Judaica (descrita no Livro do Êxodo) e Jesus Cristo, o Cordeiro escolhido por Deus:


Cada família devia escolher um cordeiro ou cabrito sem defeito, sem mácula, com a idade de «um ano». Tinha que ser o melhor cordeiro ou cabrito; o animal escolhido não podia ter defeitos [a exemplo de doenças e marcas ou manchas no pelo]. O fato de ter «um ano» de idade era requerido, tendo em vista a sua inocência [por ainda não ser capaz de cruzar, casto como o Cristo], não podia ser um animal de qualquer idade (Êx 12.5). O cordeiro era levado para dentro de casa no dia 10 de Abibe, e mantido ali até o dia 14 do mesmo mês. Período, durante o qual era observado pela família que iria sacrificá-lo, caso não possuísse algum defeito o animal era então sacrificado (Êx 12.3, 6). Além de uma escolha cuidadosa do animalzinho no campo, o tal ainda era tomado da sua mãe e, levado pela família que iria sacrificá-lo, para confirmar a sua escolha; não podia haver erro ou engano na escolha. - O cordeiro (ou cabrito) após ser imolado o seu sangue (não podia ser desperdiçado, tinha grande valor e significado para os israelitas) [assim como o sangue de Cristo para os cristãos] era aspergido com um molho de hissopo nas ombreiras (partes verticais da porta) e na verga da porta (parte horizontal sobre as ombreiras) da casa em que comeriam o cordeiro (Êx 12.7, 22). Observa-se; que o sangue não poderia ser aplicado em mais nenhum outro lugar, nem na soleira da porta, onde poderia ser pisado. O sangue nas ombreiras e na verga da porta era o sinal que identificava a casa dos hebreus dos egípcios.

Nas Páscoas celebrativas, depois da Primeira o Egito, passou a ser obrigatório beber pelo menos quatro cálices de vinho tinto misturado com água morna, símbolo de alegria e representando o sangue do cordeiro que fora sacrificado e cuja carne era comida.

O cordeiro (ou cabrito) era abatido, esfolado (isto é, tirava-se a pele) [os cristãos fazem alusão ao martírio de Jesus antes e durante a crucificação] [...]. O animal tinha que estar bem assado, nada cru, e sem que lhe quebrasse nenhum osso (Êx 12.46; Núm 9.12) [o mesmo ocorreu com Cristo na cruz, cumprindo-se a profecia sobre o Messias em Salmo 34:20]. Após a carne ser assada no fogo, era comida pela família com pães asmos e ervas amargas (alfaces bravas etc.), Êxodo 12.8. - A Ceia Pascal devia ser comida pelos membros de cada família. Se a família fosse pequena demais para comer o cordeiro, chamavam-se os seus vizinhos mais próximos até que houvesse número suficiente para comer o cordeiro todo naquela noite (Êx 12.4, 8) [Na Última Ceia, assim fizeram Jesus e os Apóstolos, porém não há referências quanto ao consumo do cordeiro ou cabrito, somente do pão asmo ou ázimo representando o Corpo do Cristo, assim como o uso do vinho para substituir o sangue Dele. A Comunhão ou Eucaristia exige a reunião da comunidade em um ágape ou banquete cristão].

Fontes (com edição):



Um breve estudo histórico-antropológico:

O arquétipo religioso do sacrifício de um indivíduo para purgar as faltas de uma coletividade existiram há séculos em diversas culturas, como nas civilizações mesopotâmicas, das quais as religiões judaico-cristãs herdaram certos aspectos.

Os antepassados dos judeus permaneceram 50 anos escravos na Babilônia, no século V a.C., e adaptaram algumas histórias babilônicas em sua religião, a exemplo do relato bíblico da Dilúvio. 

No ano novo babilônio, havia um festejo chamado de Zagmug e durava 12 dias. Junto com o ano novo chegava o inverno no Hemisfério Norte e com ele os tais "monstros do caos". Para provar sua fidelidade, o próprio rei deveria oferecer-se em sacrifício a Marduk, visto que era necessário que lutasse ao lado do deus no Além. 

A fim de preservar a vida do soberano, um homem comum - geralmente um criminoso - era escolhido para ser vestido e tratado como o rei, e depois era sacrificado, levando, também, todos os "pecados" do povo consigo (esse tipo de sacrifício humano foi adotado na Roma antiga, porém, durante os festejos ao deus Momus).


Semelhanças entre o sacrifício providencial de um rei mesopotâmico com o Rei dos Reis (Jesus Cristo) são percebíveis.

Porém, essa data deveria ser comemorada e relembrada não como o momento de sofrimento maior do Rabi, nem como o que seria a expiação e remissão de nossos pecados como muitos colocam. Mas a Suprema Lição de Amor, Humildade e Tolerância.

Getsêmani, de Carl Bloch


Cristo Escarnecido (c.1617), de Gerrit Van Honthorst.

Jesus foi simplesmente vítima de uma época, local e sociedade extremamente violentos e intolerantes, e como todo aquele que desafia determinadas forças vigentes, sofreu retaliações. Por trás de sua morte na cruz está a coragem suprema na defesa e sustentação de uma causa nobre, não a retirada de responsabilidades individuais e coletivas das pessoas. O mais importante é ressaltar como Ele viveu, não como morreu.
 
Coroação de Espinhos (1602-05), de Caravaggio


A Flagelação de Cristo (c.1720), de Nicola Grassi

Cristo escarnecido por Soldado (1880), de Carl Bloch

A Flagelação do N. Sr. Jesus Cristo (1880), de William Bouguereau.


Ecce Homo (1896), de Mihály Munkácsy.


Detalhe de Ecce Homo (1880), de Antonio Ciseri.


Paixão, de Corbert Gauthier


Parece lógico pelo grande ser humano que foi (de acordo com o que sabemos de seus atos e palavras), que o maior sofrimento de Jesus não foi o da provação do martírio, mas sim saber quantos remorsos teriam origem nas atitudes daqueles que estavam ao seu redor naquele momento, gritando, insultando e agredindo um homem justo e bom.
A Negação de Pedro (1855), de Ary Scheffer


A Negação de Pedro, de Carl Bloch

Certamente o que lhe mitigou o sofrimento foi a confiança no potencial de amor e melhora que todos trazemos no imo.

Cristo cai a caminho do Calvário (1517), de Rafael Sanzio

Cristo carregando a Cruz (1585), de El Greco

Ascensão da Cruz (1610), de Rubens


A Crucificação de Cristo (1636-37), de Simon Vouet.

Cristo na Cruz formada por Nuvens (1734), de Louis Silvestre.

VIA SACRA

Preso Israel, o povo escravo do Egito.
A Páscoa relembrou o fim de tal mal.
Mas de Nazaré vem Jesus, o Cristo.
Imolado será o Cordeiro Pascal.


A Cristo a cruz não lhe será defeito,
previsto estava a ida ao Calvário.
Jesus trazia o amor no peito
feito gema num relicário.


O Seu crime foi ter praticado o bem,
ter combatido as leis hipócritas,
foi ter trazido o reino do Pai também,
salvando-nos de vidas caóticas.

Sua lei de amor trouxe nova opção
que ameaçou um velho sistema forte.
Para manter injustiça e opressão
os tiranos tramaram Sua morte.


Da verdade tiveram repugnância,
juízes e sacerdotes fariseus.
Mantendo superstição e ignorância
como poderiam ser homens de Deus?!


E no horto Getsêmani, após a ceia,
com tamanha agonia o Mestre cai.
No entanto sua fé nunca escasseia:
- Que seja feita a Tua vontade, ó Pai!


Um dos Seus deu o beijo da traição,
os apóstolos debandaram também,
preso seu fim é a crucificação,
destino triste a quem só fez o bem.


No Sinédrio foi muito injustiçado,
pregaram-lhe de ilícitos atos,
por lobos o Cordeiro foi caçado,
Sua sorte selada por Pilatos.

Ecoava a deprecação paterna:

- Meu filho vos dei, meu filho vos tomo!
Os corações negros feito caverna:
- Ao Gólgota - diziam - “ecce homo”!!!

Iniciou-se então o vilipêndio
assistido pela multidão inteira.
Uma violência feita em compêndio,
seu término no Morro da Caveira.

Esse sofrimento nunca lhe foi jus,
lá no alto parou o séquito da dor,
e pregado naquela sagrada cruz
sangrava a maior encarnação do amor.


- Ó, dolorosa hora - seu coração ardeu -
eis meus irmãos que na barbárie jazem!
Mas dirigindo-se a Ele, nos defendeu:
- Perdoa-os Pai, não sabem o que fazem!


E por fim o Mestre o corpo deixou,
o espírito do Filho o Pai acolheu.
Desencarnou quem mais nos ajudou;
Deus assim Seu belo lírio colheu.


Mas no terceiro dia estava escrito
que um sepulcro escuro se iluminou.
De eterno desterro não há proscrito,
Cristo reviveu, a morte derrotou!


Sabemos que ali não foi o fim de tudo
porém o começo de uma nova era.
Pelos cristãos Jesus não ficou mudo,
eram sementes que lançou à terra.


Muitas vidas animamos na Terra,
saindo pelo portal da morte.
Sabemos que espírito não se enterra,
então renascer é perene sorte.


Ainda não aprendemos nossa lição,
a vida chamamos de indecente.
Mas nosso sofrimento não é danação,
não matamos o maior inocente?


Tomemos como modelo o Cordeiro,
quem nos perdoou do crime bestial.
Desçamos do suplício do madeiro
a fim de alçar ao Reino Celestial.

Jenner Soares,
Rio, maio de 2003

Deposição da Cruz (c.1440), de Rogier van der Weyden

A Piedade (1498-99), de Michelangelo


A Piedade (1876), de Adolphe Bouguereau

STABAT MATER

Estava em pé junto à Cruz sua mãe...
(João, 19:25)


Desprezado, sem companhia alguma,
Morria só (muitos perderam a fé).
Mas junto à cruz parecia haver uma
Fortaleza. Pois a mãe estava de pé.

A mulher permaneceu o dia inteiro,
Pois de lá não havia quem a afastasse.
Para ela sorriu o filho no madeiro:
“Mãe, a senhora nunca me abandonaste!”

Qual mulher que em ombros carregaria
A cruz filial de vários quilos?
Se não fosse uma mãe, quem mais faria?

Nós, que da dor seguimos longos trilhos,
Fomos lembrados. Jesus à Maria
Teria falado: “Eis aí os teus filhos!”


Jenner Soares. 

Anjos chorando sobre o Cristo morto (1618), de Guercino

O Sepultamento de Cristo (1602-03), de Caravaggio


O Sepultamento de Cristo, de Carl Bloch




Para ouvir:  http://www.youtube.com/watch?v=jygOAnPMWOE


Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=DsyPhvrEzPU

Ratificamos que certos costumes religiosos, das igrejas cristãs, ainda são importantes para diversas pessoas e por isso devem ser respeitados. Contudo, a imagem que o cristão deveria ter do Mestre é a vitoriosa, fulgurante, sobre os montes, auxiliando o próximo sem distinção, irradiando amor e paz para todos, demonstrando assim a vitória suprema do Homem sobre a morte. 

Sepultura vazia, de Corbert Gauthier


Ressurreição de Cristo (detalhe do Altar Isenheim) (c.1515), de Matthias Grünewald

Ele vive, de Simon Dewey


Manhã da Ressurreição (1895), de  Herbert Gustave Schmalz


As Mulheres Santas no Sepulcro (c.1890), William Adolphe Bouguereau.


Manhã da Ressurreição (Jesus, Madalena e dois anjos) (1882), de Sir Burne-Jones





Não me toques (c.1525), de Correggio


Aparição de Jesus Cristo à Maria Madalena (1835), de Alexandr Andreevich Ivanov.



A Incredulidade de São Tomé (1601-02), de Caravaggio


A Incredulidade de Tomé (1881), de Carl Heinrich Bloch.


A Ceia em Emaús (1601), de Caravaggio.
A verdadeira Emaús (do original em hebreu, Hammat: "fonte, riacho ou águas quentes"), descrita no Evangelho de Lucas (24:13-35), a c.11 Km a Noroeste de Jerusalém, onde Jesus apareceu a dois discípulos (um deles era Cléofas, natural do lugar), certo tempo após a Ressurreição, é incerta (há quatro locais). Talvez seja a de Nicópolis ou Imwas (seu nome árabe), onde há as ruínas da Capela ou Basílica da Adoração: sítio de antiga igreja (século V ou VII) que foi reconstruída como basílica no tempo dos Cruzados (século XII).

Ceia em Emaús (Séc. XVII), de Philippe de Champaigne


A Ceia em Emaús (1892), de Leon Augustin Hernite


Ceia em Emaús, de Carl Bloch


Maria Madalena e a Ressurreição do Senhor, de Harry Anderson






Ressurreição, de Corbert Gauthier


Cristo Ressuscitado e Madalena, Del Parson.




Enfim, um exemplo a ser seguido por qualquer um.


(...) a característica inevitável de quem nasce é de morrer (biologicamente), um dia.

(...) sobre a morte de Jesus, queremos dizer que o principal de tudo isso não foi a sua morte, mas sua vinda a este mundo, como portador de uma doutrina - o Evangelho, também chamado de Boa-Nova.

(CHAVES, josé Reis. A Reencarnação: Segundo a Bíblia e a Ciência. São Paulo: Martin Claret, 2001, 6ª ed., p. 103 - com adição).

Ora, se Jesus veio ao mundo para que dessem mais valor a sua morte do que a sua vida, para que então Ele veio? Para que então se esforçou tanto em pregar e dar o bom exemplo? Não bastaria que simplesmente fosse morto de maneira injusta?

Eis imagens de Jesus, que devem ser ressaltadas:


Frente à Eternidade (Cristo às margens do Mar da Galiléia), de Del Parson

Cristo e Crianças, de Carl Bloch


Jesus e Crianças, de Corbert Gauthier


Cristo e Criança, de Carl Bloch


A Ressurreição de Lázaro, de Carl Bloch


Cristo com a Mulher pega em Adultério (1621), de Guercino


Cristo e a Adúltera (1873), de Henryk Siemiradzki.


Cristo curando um Paralítico no Tanque de Betesda, de Carl Bloch


Cristo curando um Cego, de Carl Bloch


Cristo curando um Cego, de Harry Anderson


O Sermão da Montanha, de Carl Bloch


O Sermão da Montanha, de Harry Anderson


Vinde a mim as Crianças (1805), de Vogel von Vogelstein


Cristo abençoando as Crianças (1652-53), de Nicolaes Maes


Jesus curando o Enfermo, de Gabriel von Max


Sermão das Bem-aventuranças (1896), de James Tissot


O Senhor em Oração (1896), de James Tissot


Cristo e Crianças, de Del Parson


Olhai os Lírios do Campo, de Simon Dewey


Cristo e Crianças, de Hary Anderson


 Ouça-o, de Simon Dewey


Cristo na Casa de Marta e Maria (1886), de Henryk Siemiradzki.


Em Sua Luz, de Greg Olsen


A Ressurreição da Filha de Jairo (1871), de Ilya Repin.

A ressurreição de Lázaro, 1897, de Henry Ossawa Tanner.


A Cura da Filha de Jairo


Detalhe de Levanta e Anda, de Simon Dewey


Aquieta-te (Marcos, 4:39), de Simon Dewey


Cristo e a Samaritana (c.1890), de Henryk Siemiradzki.


A Samaritana e o Bem Viver, de Simon Dewey


Precioso aos Olhos Dele, de Greg Olsen


 Para todo sempre, de Greg Olsen
A Transfiguração no Monte Tabor (c.1880), de Carl Bloch.


A Transfiguração, de Corbert Gauthier





Cristo Ressuscitado, de Del Parson


Lembremos Mahatma Gandhi: 
"Eu aceito Cristo e o seu Evangelho, não aceito o vosso cristianismo!" 
(a imposição da crença).



Essa cantata sacra de Bach foi composta para a festa litúrgica da Visitação da Virgem Maria à sua prima Santa Isabel (grávida de João Batista). Tal celebração, entre maio e julho, é observada entre católicos e alguns protestantes, a exemplo dos anglicanos e luteranos. Bach pertencia a esse último grupo. O texto do coro dessa última peça (a décima) foi escrito por Jahn. Bach baseou o sexto e esse décimo coro na melodia do coral Werde munter, mein Gemüthe (Fica alerta, minha alma) (1642), de Johann Schop. 

No Séc. XX, a transcrição do coral para piano feito pela britânica Dame Myra Hess (1890-1965) recebeu o nome de Jesu, Joy of Man's Desiring (Jesus, Alegria dos Homens), título pelo qual esse coro ficou mundialmente conhecido.




Pensemos nisso!
Sem priorizar uma crença, fazemos votos de uma Páscoa de amor no sentido de  
renovação interior para todos!




Detalhe de A Transfiguração (c.1520), de Rafael Sanzio




***

Adaptado do artigo de Antonio Kropf em “O Seareiro”: órgão de

8 comentários:

  1. Jenner, maravilhoso texto, maravilhosas imagens! SEu blog foi parar no meus favoritos! Merece ser lido devagar! Obrigada!

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  2. Jen,
    Belíssimo trabalho... quanto carinho! Muito obrigado!

    Rui

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  3. Achei muito rico o documentário que fizeram,parabéééééééééééém.

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  4. Achei muito rico o documentário que fizeram,parabéééééééééééém.

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  5. Lindíssimas imagens e muito importante toda a explicação dada com relação a morte e crucificação de Jesus relacionando com a Páscoa dos nossos dias!!!! Parabéns!!!

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  6. Lindíssimas imagens e muito importante toda a explicação dada com relação a morte e crucificação de Jesus relacionando com a Páscoa dos nossos dias!!!! Parabéns!!!

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  7. Lindíssimas imagens e muito importante toda a explicação dada com relação a morte e crucificação de Jesus relacionando com a Páscoa dos nossos dias!!!! Parabéns!!!

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