Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente.
Universalmente festejado desde tempos antigos - o Ano-Novo - independente da data em que é comemorado, marca a transição de um ciclo de vida para outro, fechando um capítulo e abrindo outro no misterioso livro da existência.
As datas variam em função do país, fatores climáticos, conjunções planetárias, posição de determinada estrela, mudanças de estações, festas religiosas, datas do calendário agrícola ou pastoril, enchentes de rios, chegadas das monções ou das chuvas [...]. Por outro lado, a noção de fim ou início de um ano-calendário tinha importância para os povos antigos cuja sobrevivência dependia do clima e das variações no fornecimento de alimentos.
[Terceiro Tempo, jornal do aposentado e do servidor público. Rio de Janeiro: nº 492, 16 a 31.12.2012, editorial, p. 1].
Tempo, em sua definição científica, é uma parte do sistema de medição utilizado para seqüência de eventos, para comparar as durações dos eventos e os intervalos entre eles, e para quantificar as taxas de variação, como o movimentos dos objetos.
Nos tempos antigos as pessoas contavam o tempo de forma bem menos imprecisa do que hoje, por motivos, sobretudo, agro-pastoris ou religiosos. Os festejos pela passagem de ano são exemplos disso. Assim, o estudo do céu, tempo, espaço, enfim, do universo estava ligado à mitologia e astrologia.
Nas cavernas de Lascaux, no Centro-Sudoeste da França (próximo a Montignac), pinturas rupestres, de c.17 mil anos, marcavam, com pontos, a duração das semanas (através das fases da lua) e das estações do ano com o aparecimento, por exemplo, das constelações Ursa Menor e Plêiades em certo alinhamento, dando início ao ano daqueles homens antigos.
Para uma sociedade de caçadores, pescadores, criadores de animais, coletores e agricultores; pinturas de cervos no cio, éguas prenhas, bisões imigrando e períodos de seca e chuva indicavam importantes fases anuais para a sobrevivência.
Sincronizavam os ritmos biológicos dos animais e do clima das estações do ano com os ritmos astronômicos.
No antigo Egito, o início do ano era determinado pela cheia do rio Nilo, período que antecede a semeadura, sobretudo do trigo, nas terras férteis do kemet ("terra negra" devido à matéria orgânica trazida nas cheias). Isso ocorria entre setembro e fevereiro, época do outono e inverno no Hemisfério Norte.
PARA A CIVILIZAÇÃO MAIA E EGÍPCIA, O ANO NOVO ERA EM JULHO
O fato dessa data ser a do Novo Ano tem base numa data que se relaciona tanto com o Encantamento do Sonho como com uma profecia dos Chilam Balam [espécie de livro sagrado dos maias]; ela corresponde à subida da estrela Cão, de Sírio, em companhia do Sol, o que ocorre anualmente a 26 de Julho. Este auspicioso alinhamento de Sírio com o Sol - que marca também o início do novo ano do calendário de 13 luas do egípcio Thot - assegura a propagação de luz e de informação em abundância sobre a Terra. Sendo a estrela fixa mais brilhante do céu, Sírio é, há muito, vista como ligação a um estado de consciência de uma dimensão mais elevada que auxilia a aceleração da evolução do nosso planeta e que está associada ao Princípio Feminino do Divino.
Post de Lúcia Padilla Gatto em 25/07/2011 via Facebook.
Na Pérsia e Babilônia, a festa chamava-se Sacaea. Os festejos iniciaram a tradição das resoluções ou promessas feitas durante a passagem de ano.
Séculos depois, os gregos e romanos (de quem herdamos a cultura) também passaram a festejar a passagem de ano. A renovação da natureza, a primavera, em março (no Hemisfério Norte), indicava o começo do ano.
Os celtas, diversas tribos europeias da Antiguidade, comemoravam o início do ano em 31 de outubro, durante o sambain, quando a metade clara se encontra com a metade escura do ano (passagem da primavera para o outono).
A maior parte dos povos comemorava (e alguns ainda comemoram) a passagem de ano ou o ano novo no EQUINÓCIO de MARÇO, quando a Terra completa uma volta inteira em torno do Sol (movimento de translação).
Civilizações antigas - como a egípcia, assíria, babilônica, romana, maia... - que detinham o conhecimento da astronomia, sabiam que o ano terminava e começava entre o fim do inverno e início da primavera no Hemisfério Norte, que para nós, geralmente, é por volta de 21 de março. Era importante saber sobre isso em sociedades de base agropastoril, dependentes das épocas de semeadura ou colheita, de clima quente ou frio, dos períodos chuvosos ou secos etc.
Para nós, ocidentais, herdeiros da cultura dos romanos antigos, devemos saber que o primeiro calendário de Roma, segundo a lenda, elaborado pelo próprio fundador, Rômulo, era lunar e tinha dez meses. Porém, o sucessor dele, o rei Numa Pompílio (reinado: 715–673 a.C.), em 713 a.C., adaptou o calendário para ter doze meses, que passou a ser lunissolar. Os dois novos meses seriam os futuros "janeiro" e "fevereiro", mas estes ficavam no final do ano. Notamos que setembro, outubro, novembro e dezembro possuem tais nomes (derivados do original latino) porque são o sétimo, oitavo, nono e décimo meses do ano.
Em 153 a.C., durante a Segunda Guerra Celtibera (entre romanos e celtas ibéricos), para melhor lidarem esse tempo de crise, o Senado da República de Roma requisitou que os senadores tomassem posse em janeiro e não em março. Tal acontecimento marcava tradicionalmente o início do ano. Mesmo assim o ano novo continuou festejado pelo povo em março. Mesmo em 45 a.C., quando o ditador Júlio César criou o calendário juliano.
Somente quando o calendário juliano foi substituído pelo gregoriano, em 1582, o primeiro dia de janeiro passou a ser também o primeiro dia do ano. Visto que se Jesus Cristo nasceu em 25 de dezembro (data próxima ao dia 21, dia dos festejos pagãos do solstício de inverno), acreditava-se que em 1º de janeiro, oito dias após, observando o costume judaico, o Messias foi circuncidado.
Portanto, o cristianismo romano foi o responsável por modificar algumas das datas mais importantes para antigos povos.
Fonte: A ORIGEM DO ANO NOVO: POR QUE É COMEMORADO DIA 1º DE JANEIRO? - EDUARDO BUENO https://www.youtube.com/watch?v=rajAgW4Q_r0
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Para tentar entender os fenômenos astronômicos – que determinam, por exemplo, o calendário solar e os dias, ou seja, a contagem do tempo - os antigos povos greco-romanos, através de suas lendas, personificaram ou animalizaram elementos como as estações e constelações.
... Febo [ou Apolo, o deus-Sol], vestido de púrpura sentava-se em um trono que brilhava tanto quanto diamantes. À sua direita e à sua esquerda estavam o Dia, o Mês, e o Ano, e, a intervalos regulares, as Horas. A primavera tinha a cabeça coroada de flores, o Verão estava quase nu, tendo apenas uma grinalda feita de espigas de cereais maduros, o Outono tinha os pés manchados [com o sumo de uvas pisadas, em um tonel, para produzir o vinho] [...], e o gelado Inverno tinha o cabelo endurecido pela geada branca.
[BULFINCH, Thomas. O livro da mitologia: histórias de deuses e heróis. Trad. Luciano Alves Meira. São Paulo: Martin Claret, 2006, p. 64, com adições].
Outro motivo que levou os gregos antigos a buscarem uma melhor contagem do tempo foram os jogos olímpicos:
Não parece fora de propósito mencionar aqui os outros jogos nacionais que eram realizados na Grécia. Em primeiro lugar, havia os Jogos Olímpicos ou Olimpíadas, estabelecidas, segundo a tradição, pelo próprio Júpiter, e se realizavam em Olímpia, na Elida. Acorriam inúmeros espectadores, de todas as partes da Grécia, bem como da Ásia, África e Sicília. Os jogos realizavam-se no verão, de cinco em cinco anos, e duravam cinco dias. As Olimpíadas serviam, ainda, para marcar o tempo no calendário. A primeira Olimpíada realizou-se, segundo se acredita, no ano 776 a.C.
[p. 190]
Os povos escandinavos, a exemplo dos vikings, em sua mitologia sobre a criação do mundo, afirmavam que Odin [o Zeus escandinavo] estabeleceu [...] os períodos do dia e da noite, e as estações, colocando no céu o Sol e a Lua e lhes determinando os respectivos cursos [p.381, com adição].
Acreditavam que todo o universo era sustentado por um freixo (árvore) imensurável chamado Ygdrasil. Uma de suas raízes se infiltrava pelo Asgard (morada dos deuses, espécie de Olimpo) e era cuidada por certas "personificações do tempo": [as] três Norns, deusas consideradas como donas do destino. Eram Urdur (o passado), Verdande (o presente) e Skuld (o futuro) [ibidem, com adição].
Lembramos que os anglo-saxões (britânicos, estadunidenses, canadenses, australianos etc.) são descendentes de povos escandinavos e germânicos. Os deuses de seus ancestrais nomearam alguns dias da semana: de Odin, que por vezes era chamado de Woden, surgiu o termo Wednesday (quarta-feira, em inglês); do filho mais velho de Odin, Thor, derivou-se Thursday (quinta-feira), e de Freya (quase uma vênus escandinava) surgiu Friday.
A bebida era produzida a partir da fermentação de frutos, grãos ou raízes nativos feita por micro-organismos presentes na saliva humana: as jovens e mais belas mulheres eram escolhidas para mascar os vegetais, que depois eram cuspidos em tigelas de barro, misturados à água e deixados por alguns dias para que a fermentação natural produzisse álcool ao líquido. Diferente do champanhe, o cauim tinha que ser bebido morno, mantido aquecido pelo calor de uma fogueira próxima.
Vejamos a noção de tempo utilizada no Ocidente.
Nas sociedades antigas e medievais, nas quais a divisão entre o dia e a noite importava mais do que nas sociedades contemporâneas acostumadas com o uso da luz artificial, a contagem das horas começava com o nascer do sol. Este marcava o início da primeira hora e o pôr-do-sol ocorria ao final da décima segunda hora (12h, a metade de 1 dia). Com isso a duração das horas variava de acordo com a estação.
Eis uma possibilidade, por causa da religião:
(parece que tal número de discípulos não foi estabelecido por acaso).
Eis um exemplo nas horas dos monges beneditinos do século XIV:
Matinas ou Vigiliae (vigílias) - Entre 2:30h e 3h;
Laudes (antigos matutinos) - Entre 5h às 6h, de modo a terminar ao clarear do dia;
Primeira ou Prima - Cerca de 7:30h, pouco antes da aurora;
Terceira ou Terça - Por volta das 9h;
Sexta - Meio-dia (num mosteiro onde os monges não trabalhavam nos campos, no inverno, era apenas a hora da refeição);
Nona ou Noa - Entre 14h e 15h;
Vésperas - Em torno de 16:30h, ao pôr-do-sol (a regra prescreve que se faça a ceia quando ainda não desceu a escuridão);
Completas - Em torno das 18h (até as 19h os monges se recolhem).
(ECO, Umberto. O Nome da Rosa. Trad. Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983, 31ª ed., p. 17, com adições)
Nossa concepção ocidental de horário surgiu no ritmo dos sinos das igrejas, mosteiros e abadias. O estudo sobre o tempo e o desenvolvimento de mecanismos da contagem dele, no início, eram necessários para melhor orientar as pessoas para o cotidiano religioso.
A RELIGIÃO TAMBÉM INFLUENCIOU O TEMPO
COM A LUA, A SEMANA E O SÁBADO
A lua não dura exatamente uma semana e portanto, por volta do século VI a.C., foi criado o calendário com três semanas de sete dias e uma semana de oito ou nove dias, pois foi sincronizado exatamente os dias da semana com as fases lunares.
Os babilônicos e judeus consideravam sagrado o sétimo dia da semana, e acreditavam que justo este era o “dia de azar”. Por isso os mesmos ficavam em casa para evitar qualquer acontecimento ruim.
A palavra "sabático" foi acrescentada pelos hebreus, pois shabbat significa "repouso" ou "cessar" (as atividades), ou seja, o sábado. Tempos depois, aquela semana que tinha oito ou nove dias começou a ter sete (número cabalístico), e tudo se igualou para que fosse o sétimo dia o de descanso (lembram do sétimo dia da Criação quando Deus resolveu descansar, em Gênesis 2:2?).
Essa mudança foi oficializada pelo imperador Constantino, em 321 d.C, e devido à influência do Império Romano, o padrão foi considerado em diversos cantos do mundo e é mantido até os dias de hoje.
Fonte: http://www.ligadosnanet.com/curiosidades/saiba-por-que-a-semana-e-dividida-em-sete-dias/
Muitos povos agrícolas e nômades determinavam seu ciclo anual em função dos movimentos da lua. Os mais antigos calendários eram os lunares, porém, com o passar do tempo, as autoridades religiosas acrescentaram mais meses [...]. Devido à divergências nos cálculos e critérios adotados, surgiram calendários mistos soli-lunares até que, finalmente, a maior parte dos países adotou o calendário solar
[Terceiro Tempo, Idem].
Abaixo está uma página com iluminura de As mui ricas horas do duque de Berry (século XV), pintada pelos Irmãos Limbourg, retratando a agricultura (atividade econômica) nas terras do duque no fim do inverno do Hemisfério Norte (fevereiro-março): época da semeadura.
Eram necessários mecanismos cronológicos mais precisos, principalmente para controlar melhor a produção e o comércio. Não é por acaso que as melhores fábricas de relógios se encontram no mesmo país onde há os mais tradicionais bancos: a Suíça. Da mesma forma, o termo "pontualidade britânica" nasceu no berço da revolução industrial: a Inglaterra.
Os relógios de sol e ampulhetas deram lugar a mecanismos mais precisos: relógios de pêndulo, de mola, elétricos, de quartzo (cronometragem precisa feita pela pulsação desse cristal) e o atômico (que usa como contador a frequência de oscilação da energia de um elemento radioativo, ou seja, um átomo: o relógio mais preciso que existe).
A LONGA JORNADA PELA PADRONIZAÇÃO TEMPORAL
Agora havia um maior fracionamento do tempo, fato que influenciaria na crescente "aceleração do cotidiano".
Os antigos romanos começaram a contar os dias e meses do ano, através de um calendário, desde o tempo de Rômulo (época da Fundação da Cidade de Roma, por volta de 753 a.C.). Como a cultura da Roma Antiga foi herdada por diversas nações, sobretudo ocidentais, mesmo após o fim do Império (antes República) diversos países continuaram a seguir o antigo calendário romano.
O Calendário de Júlio César (100-44 a.C.) consertou erros repetidos desde as Guerras Púnicas (que ocorreram entre os romanos e cartagineses, chamados pelos primeiros de púnicos, nos anos de 264 a.C a 146 a.C.). Antes da reforma juliana o ano variou de 10 a 12 meses e de 304 a 366 dias, pois um mês extra deveria ser adicionado pelos sacerdotes depois de certo período, a fim de manter as estações alinhadas com o calendário. Porém os sacerdotes em diversas vezes negligenciaram tal adição. Para realinhar a contagem do ano romana com as estações, César, como "Pontifex Maximus" (Pontífice-Mor ou Sumo Sacerdote de Roma), acrescentou dias suficientes para que o ano 46 a.C. tivesse 15 meses e 445 dias de duração, e acrescentou outros dias aos meses do dito ano com o intuito de manter o calendário bastante racional. O ano de 46 a.C. ficou conhecido como o "ano da confusão", após ele os anos foram readequados ao tempo natural que conhecemos.
César é considerado o pai do ano bissexto, ao implementar, com a ajuda do astrônomo Sosígenes, o ano de 365 dias baseado no ciclo solar, em vez do lunar usado até então. Como ficava faltando 1/4 de dia para se completar o ciclo do Sol, criou-se o ano de 366 dias (dito BISSEXTO pelos DOIS SEIS no número 366) a cada quatro anos. Dizem que César desejou que fosse criado um mês e um dia dedicado a si, por isso surgiu "julho" e um dia foi retirado de fevereiro. Tempos depois o Imperador Otaviano ou Otávio Augusto criou para ele o "agosto" retirando mais um dia de fevereiro. Até hoje o mês fevereiro deixou de ter 30 dias para possuir apenas 28, menos nos anos bissextos quando passa a ter 29 dias.
Desde 1º de janeiro de 46 a.C., diversas nações do Velho Mundo, dominadas ou influenciadas pelo Império Romano, seguiram o calendário instituído pelo ditador romano. No entanto, o calendário juliano não era perfeito. Após séculos, percebeu-se que a contagem dos dias estava errada, pois que a cada 134 anos, o ano ganhava um dia.
CURIOSIDADE:
UM ANO não tem exatos 365 dias: na verdade, o valor é 365 dias, 5 horas, 49 minutos e 12 segundos. Então, para compensar a “sobra”, a cada quatro anos um dia a mais é inserido.
Se esse ajuste não fosse feito, depois de 30 anos, um ano teria uma semana a menos e, depois de alguns séculos, essa diferença seria de meses, o que bagunçaria o esquema das estações do ano, por exemplo.
Anos bissextos são ignorados em vários países. Muitas pessoas não podem renovar suas carteiras de motoristas ou abrir contas em bancos no dia 29 de fevereiro, uma vez que alguns sistemas de computadores simplesmente não reconhecem a data como um dia legítimo. Até mesmo o Google se confunde: há muitos bloggers que não conseguem atualizar seus perfis na data.
Fonte: http://www.equilibriovida.com/2015/07/quebre-a-cabeca-com-estes-5-misterios-intrigantes-a-respeito-do-tempo/
Em 1578, o papa Gregório XIII ordenou a construção de uma torre de 73 metros de altura, a segunda mais alta do Vaticano, para estudos de medição astronômica para a formulação de um calendário mais preciso. A Torre Gregoriana ou dos Ventos (por causa dos afrescos de Circignani representando episódios bíblicos envolvendo os ventos) ficou pronta em 1580.
Atualmente o calendário gregoriano pode ser considerado de uso universal. Mesmo aqueles povos que, por motivos religiosos, culturais ou outros, continuam agarrados aos seus calendários tradicionais, utilizam o calendário gregoriano nas suas relações internacionais [atividades civis].
A VIGÊNCIA DO CALENDÁRIO TAMBÉM DEPENDE DA RELIGIÃO E DA POLÍTICA
Os países de maioria protestante, porém, rejeitaram a alteração. As partes protestantes da Alemanha e dos Países Baixos só adotaram o novo calendário em 1700. A Grã-Bretanha demorou mais ainda: até 1752. O astrônomo Johannes Kepler chegou a observar que esses países preferiram “ficar em desacordo com o Sol a ficar de acordo com o papa”.
O pintor inglês William Hogarth ilustrou bem o assunto em An Election Entertainment, de 1755, que retrata a discussão entre partidos durante uma eleição para o Parlamento da Inglaterra. A pintura mostra, sob o pé de uma personagem sentada no chão, uma bandeirola negra com os dizeres "Give us our Eleven days" (Devolvei-nos nossos onze dias), um protesto contra a adoção do calendário gregoriano. Em 1752, dois anos antes desta pintura, a Inglaterra assumiu o novo e atual calendário. Assim, e de um momento para o outro, ao dia 3 de setembro, quarta-feira, sucedeu o dia 14 de setembro, uma quinta-feira. O povo inglês reclamou quando soube que lhe estavam retirando onze dias do ano, pois, derepente, o calendário dos trabalhadores avançou 11 dias, mas o salário não contou com esse avanço. Para o patrão eles trabalharam apenas 19 dias.
Os países ortodoxos adotaram o calendário gregoriano para o ano civil (não para o religioso) somente no início do século XX. A Rússia socialista, por exemplo, implantou o novo calendário só em 1918. É por isso que a chamada “Revolução de Outubro”, de 1917, na verdade aconteceu em novembro, segundo o calendário gregoriano.
Até hoje, as Igrejas ortodoxas do Oriente utilizam o calendário juliano para determinar as festas religiosas, como a Páscoa e o Natal, que, por essa razão, quase nunca corresponde às datas das celebrações católicas.
Apesar do ajuste nos anos bissextos, o ano do calendário gregoriano ainda tem cerca de 26 segundos a mais que o período orbital da Terra. Esta falha, no entanto, só acumula um dia a mais a cada 3.323 anos.
Anos bissextos são ignorados em vários países. Muitas pessoas não podem renovar suas carteiras de motoristas ou abrir contas em bancos no dia 29 de fevereiro, uma vez que alguns sistemas de computadores simplesmente não reconhecem a data como um dia legítimo. Até mesmo o Google se confunde: há muitos bloggers que não conseguem atualizar seus perfis na data.
Para maiores esclarecimentos acesse os links abaixo:
http://www.mat.uc.pt/~helios/Mestre/H01orige.htm
http://pt.aleteia.org/2015/02/22/15-curiosidades-sobre-o-calendario-gregoriano-uma-mudanca-que-literalmente-marcou-epoca/
O fuso horário foi criado devido a necessidade de acertar os horários dos trens no século XIX, até então o transporte mais rápido que existia. Escolheu-se a hora do distrito londrino de Greenwich, porque era onde produziam os calendários náuticos mais precisos do mundo, e por isso era adotado pelas marinhas mercantes de vários países.
No século XX, o surgimento dos relógios industrializados mais baratos e o rádio (que divulgava a hora certa) facilitou a regulagem da hora às pessoas, o que auxiliou muito o comércio internacional. O processo de globalização intensificou-se com a hora universal.
O tempo verdadeiro da rotação da Terra é de 23 horas, 56 minutos, 4 segundos e 9 centésimos (23h 56min). Isso é medido em relação às estrelas*, ou seja, para uma mesma estrela estar em um mesmo ponto do céu, demora 23 horas e 56 minutos. Dessa forma, vemos que a rotação do nosso planeta não dura 24 horas exatas.
*Medição essa atualmente substituída pelo Tempo Atômico Internacional (TAI).
Hoje, o segundo é definido pela pulsação do elemento (átomo) Césio, com uma precisão de um segundo para cada 138 milhões de anos. Para se ter ideia do avanço tecnológico na contagem do tempo, o relógio Big Ben, construído em 1852, varia menos de 1 segundo por ano. O segundo do minuto não é mais baseado no movimento do planeta ou das estrelas, mas na pulsação de um átomo, um movimento imutável, diferente da Terra e do Universo.
O segundo intercalado, conhecido em inglês como leap second, ocorre sempre no último dia de junho (30) ou dezembro (31), dependendo do ano, quando se adiciona um segundo ao UTC, correção necessária para ajustar o horário ao TAI.
O ajuste é necessário por causa da velocidade de rotação do planeta Terra, que registra variações, enquanto os relógios atômicos, que geram e mantêm a Hora Legal, possuem uma precisão que chega a um segundo em milhões de anos.
Em 2015, por exemplo, a correção foi feita no dia 30 de junho, quando o relógio oficial registrou a sequência 23h59min59s - 23h59min60s, para só então passar a 1º de julho (0h00min00s). Como essa correção é feita no horário de Greenwich, no Brasil ela ocorreu três horas antes – 21h, no horário de Brasília. O acréscimo pode parecer pequeno, mas afeta diretamente alguns sistemas de computadores e pode deixá-los lentos ou provocar erros.
Essas correções começaram em 1972, quando adicionou-se um segundo na virada de 30 de junho para 1º de julho e de 31 de dezembro para 1º de janeiro de 1973.
Fonte: http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2015/02/pesquisador-explica-o-201csegundo-a-mais201d-de-2015
A Terra tem "girado" estranhamente depressa ultimamente. Por isso, pode ser que a gente precise adiantar nossos relógios, mas você nem vai perceber.
No ano passado, foi registrado o dia mais curto da história, desde que foram iniciadas as medições, há 50 anos. Em 19 de julho de 2020, o planeta completou sua rotação 1,4602 milésimo de segundo mais rápido que os costumeiros 86.400 segundos (24 horas).
O dia mais curto que até então se tinha registro aconteceu em 2005, e foi superado 28 vezes em 2020. Mas em 2021 isso ficará mais acentuado, já que os dias deste ano deverão ser, em média, 0,5 milissegundo mais curtos que o normal.
Essas pequenas mudanças na duração dos dias só foram descobertas após o desenvolvimento de relógios atômicos superprecisos, na década de 1960. Inicialmente, percebeu-se que a velocidade de rotação da Terra, quando gira em torno de seu próprio eixo resultando nos dias e noites, estava diminuindo ano após ano.
Desde a década de 1970, foi necessário "adicionar" 27 segundos no tempo atômico internacional, para manter nossa contagem de tempo sincronizada com o planeta mais lento. É o chamado "leap second" ou "inserção de segundo intercalado".
Como seria inviável ajustar nossos relógios milissegundos diariamente, essas correções acontecem quando se acumula ao menos um segundo de atraso.
É um processo parecido ao que acontece com os anos bissextos, a cada quatro anos, para sincronizar a maneira como contamos o ano em relação à translação, o movimento da Terra ao redor do Sol —uma volta completa leva aproximadamente 365 dias e seis horas, somando um dia a cada quatro anos.
Já os ajustes da duração do dia acontecem sempre ao final de um semestre, em 31 de dezembro ou 30 de junho. A última vez que ocorreu foi no Ano Novo de 2016, quando relógios no mundo todo pausaram por um segundo para "esperar" a Terra.
Mas recentemente, está acontecendo o oposto: a rotação está acelerando. E pode ser que a gente precise "saltar" o tempo para "alcançar" o movimento do planeta. Seria a primeira vez na história que um segundo seria deletado dos relógios internacionais.
Há um debate internacional sobre a necessidade deste ajuste e o futuro do cálculo do tempo. Cientistas acreditam que, ao longo de 2021, os relógios atômicos acumularão um atraso de 19 milésimos de segundos.
Se os ajustes não forem feitos, levaria centenas de anos para uma pessoa comum notar a diferença. Mas sistemas de navegação e de comunicação por satélite —que usam a posição da Terra, do Sol e das estrelas para funcionar— podem ser impactados mais brevemente.
Nossos "guardiões do tempo" são os oficiais do Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (Iers), em Paris, França. São eles que monitoram a rotação da Terra e os 260 relógios atômicos espalhados pelo mundo e avisam quando é necessário adicionar —ou eventualmente deletar— algum segundo.
Manipular o tempo pode ter consequências. Quando foi adicionado um "leap second" em 2012, gigantes tecnológicos da época, como Linux, Mozilla, Java, Reddit, Foursquare, Yelp e LinkedIn reportaram falhas.
A velocidade de rotação da Terra varia constantemente, dependendo de diversos fatores, como o complexo movimento de seu núcleo derretido, dos oceanos e da atmosfera, além das interações gravitacionais com outros corpos celestes, como a Lua. O aquecimento global, e consequente derretimento das calotas polares e gelo das montanhas também tem acelerado a movimentação.
Se os ajustes não forem feitos, levaria centenas de anos para uma pessoa comum notar a diferença. Mas sistemas de navegação e de comunicação por satélite —que usam a posição da Terra, do Sol e das estrelas para funcionar— podem ser impactados mais brevemente.
Nossos "guardiões do tempo" são os oficiais do Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (Iers), em Paris, França. São eles que monitoram a rotação da Terra e os 260 relógios atômicos espalhados pelo mundo e avisam quando é necessário adicionar —ou eventualmente deletar— algum segundo.
Manipular o tempo pode ter consequências. Quando foi adicionado um "leap second" em 2012, gigantes tecnológicos da época, como Linux, Mozilla, Java, Reddit, Foursquare, Yelp e LinkedIn reportaram falhas.
A velocidade de rotação da Terra varia constantemente, dependendo de diversos fatores, como o complexo movimento de seu núcleo derretido, dos oceanos e da atmosfera, além das interações gravitacionais com outros corpos celestes, como a Lua. O aquecimento global, e consequente derretimento das calotas polares e gelo das montanhas também tem acelerado a movimentação.
Por isso, os dias nunca têm duração exatamente igual. O último domingo (3) teve "apenas" 23 horas, 59 minutos e 59,9998927 segundos. Já a segunda-feira (4) foi mais preguiçosa, com pouco mais de 24 horas.
Vale lembrar que estamos falando apenas da rotação, que regula os dias. O movimento de translação da Terra, que define um ano, não sofreu alterações significativas.
Em 1784, quando ainda não existia luz elétrica, o jornalista, escritor, político e inventor americano Benjamin Franklin viu que gastava muitas velas quando trabalhava de noite. Acordar mais cedo passou a ser a sua solução de economia, e ele chegou a sugerir que as praças tivessem canhões para acordarem as pessoas mais cedo no verão. Mas a ideia não foi implementada.
Em 1905, o construtor britânico William Willett lutou anos para conseguir introduzir o horário de verão na Inglaterra, mas morreu sem ver sua ideia funcionar. O primeiro país a adotar tal medida foi a Alemanha na época da Primeira Guerra (1914-18).
No Brasil, adiantam-se os relógios em uma hora geralmente de outubro a fevereiro em apenas alguns Estados, afastados da Linha do Equador (a exemplo de RJ, SP e RS). Os horários de verão brasileiros não surgiram em todos os anos, pois variam de acordo com os decretos presidenciais. O primeiro foi estabelecido por Getúlio Vargas em 1932.
Por três séculos os cientistas seguiram a visão de Isaac Newton (1643-1727) quanto ao tempo: independente e separado do espaço. O tempo newtoniano era linear e absoluto como Deus. Contudo, esse gênio inglês chegou a filosofar: O tempo é uma ilusão produzida pelos nossos estados de consciência à medida em que caminhamos através da duração eterna.
Coube a Albert Einstein (1879-1955) dar-nos uma melhor visão sobre o tempo segundo a física. O tempo (e diversas outras coisas) é relativo. O alemão derrubou o tempo newtoniano ao afirmar que nem sempre ele é igual. O tempo pode ser lento em certas condições. Duas pessoas podem sincronizar seus relógios, separarem-se e ao se reunirem mais tarde eles podem marcar horários diferentes. Se uma delas foi e voltou da lua em velocidade próxima à da luz, seu relógio (e vida) funcionou bem mais devagar do que o da outra pessoa que ficou na Terra. E se a viagem fosse feita exatamente à velocidade da luz, o tempo pararia. Ou seja, o tempo é elástico.
Einstein também provou que tempo e espaço são partes de uma mesma estrutura, porém, nota-se isso apenas se estivermos nos movendo na velocidade da luz.
Vivemos num mundo tridimensional (com altura, comprimento e largura, ou seja, profundidade), onde definimos o espaço e os volumes. Porém, existe uma "quarta dimensão", que é o próprio tempo. Tais informações foram fundamentais para a evolução da física quântica, o mundo das partículas atômicas e subatômicas.
A cosmologia (estudo da evolução e das propriedades físicas do universo) tenta dar um entendimento científico ao cosmo, papel antes exercido pelas religiões e filosofias. Se analisarmos as teorias sobre o nascimento do universo, veremos que o nosso tempo cotidiano é insignificante.
E O TEMPO NASCEU (junto com o Universo):
O universo teria origem em um ponto inicial, um "ovo" chamado de "singularidade" (sem "nenhuma" dimensão e com "infinita" densidade). Coincidentemente ou não, os antigos finlandeses, gregos, samoanos e diversos outros povos acreditavam que o começo de tudo surgiu de um ovo (da ruptura dele surgiu a matéria e o tempo).
A teoria do Big Bang diz que tudo começou com a explosão dessa singularidade. Uma dispersão de energia TÃO enorme, rápida (quiçá mais veloz que a luz, só podendo ser cronometrada talvez em bilionésimos, trilhonésimos etc. de segundos) e quente (setilhões de graus celsus acima de c.740 ºC ou de 1014 graus Kelvin, pois abaixo disso começou a ser formada a matèria)* que ao se esfriar, e se converter em matéria, teria originado estrelas, planetas e tudo mais (a energia pode se converter em matéria e vice-versa, como provou Einstein: E = m.c²).
*O alemão Max Planck (1858-1947) é considerado o pai da teoria quântica, o que lhe valeu o Prêmio Nobel de Física em 1918. Planck descobriu que cada átomo só pode trocar pacotes ou quantidades discretas de energia (em latim a palavra quantum significa "quantidade").
Graças as suas teorias foi determinada, dentre outras, a mais alta temperatura e a menor distância fisicamente possíveis.
Se um corpo atingisse a temperatura de 141 x 10³⁰ °C (a chamada Temperatura de Planck), a radiação emitida teria o menor comprimento de onda possível (161 x 10⁻²⁶ nanômetros), a Distância de Planck. De acordo com a física quântica, essa é a menor distância possível em nosso universo. É possível que tenham sido a temperatura e o tamanho do espaço momentos (muitas e muitas frações de segundo) após o Big Bang.
Em temperaturas de milhões de graus, a exemplo das que existem no núcleo do nosso sol, a matéria atinge seu quarto estado físico: o plasma, em que os elétrons começam a circular dispersos de seus núcleos.
Fonte: http://hypescience.com/qual-a-mais-alta-temperatura-possivel/
Tal explosão gigantesca seria a responsável pela ainda presente expansão do universo. Porém, o que havia antes da singularidade? É nesse ponto que a discussão sobre o tempo chega a um impasse, pois se não há espaço, não há tempo.
Os cosmologistas também levantam a hipótese de que pode ocorrer mais tarde o contrário da expansão contínua - quase como o conceito de ação e reação newtoniana -, o movimento de contração, ou seja, a volta de tudo para a mesma singularidade (condensando, esmagando, destruindo tudo).
Repete-se assim a ideia de criação e destruição, que há séculos diversas culturas pregam. Xiva, divindade hindu, dançando cria e destrói ciclicamente o mundo. A dança do deus representa a natureza rítmica do tempo, assim como a vida de todos os seres vivos (do nascimento à morte).
Diversas culturas possuem mitos que afirmam que o universo teve um início temporal ou sempre foi eterno ou é rítmico (cíclico: criação e destruição constantes).
SERÁ QUE O BIG BANG REALMENTE EXISTIU?
Novos cálculos complexos preveem que o Universo não teve começo - e não terá fim
Seria a confirmação científica do UNIVERSO ETERNO?
Fontes:
http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2015/02/o-big-bang-nao-existiu.html
http://www.jornalciencia.com/universo/diversos/4659-o-big-bang-nunca-existiu-e-o-universo-nunca-teve-comeco-e-nunca-tera-fim-diz-novos-calculos-complexos
Matéria original em inglês: http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-2947967/Did-Big-Bang-happen-Quantum-model-predicts-universe-NO-beginning-explain-dark-energy.html
Experimento inovador mostra que podemos estar vivendo no passado e em um universo paralelo
Seria uma espécie de UNIVERSO CÍCLICO?
Explicar a existência do tempo e do Universo não é tarefa fácil. Seja através de gravitação de Newton, da eletrodinâmica de Maxwell, da relatividade ou da mecânica quântica de Einstein, todas as equações que descrevem o tempo funcionam melhor se ele flui para a frente ou para trás. Contudo, um novo estudo, mostra uma perspectiva diferente para este assunto que desafia pesquisadores ao longo dos séculos.
O trabalho conduzido por Julian Barbour, da Universidade de Oxford, Tim Koslowski, da Universidade de New Brunswick, e Flavio Mercati, do Instituto Perimeter de Física Teórica, sugere que talvez a chamada “flecha do tempo” (termo cunhado pelo astrofísico Arthur Eddington, em 1927, com base em uma teoria da termodinâmica) é um produto inevitável das leis fundamentais da física.
Barbour e seus colegas argumentam que é a gravidade, em vez da termodinâmica, que libera a “corda” do “arco” que deixa a flecha do tempo voar. As conclusões do estudo foram publicadas em outubro na revista Physical Review Letters.
A equipe de pesquisadores chegou a esta conclusão após a análise de uma simulação de computador de 1.000 partículas, parecidas com pontos, interagindo sob a influência da gravidade newtoniana. A análise mostrou que o sistema de partículas se expandiu para fora, em duas direções temporais, criando duas flechas distintas, simétricas e opostas de tempo. Ao longo de cada um dos dois caminhos temporais, a gravidade puxa as partículas para um modelo maior e mais ordenado, equivalente a estruturas de aglomerados de galáxias, estrelas e sistemas planetários. A partir daí, a explicação padrão da termodinâmica para a passagem do tempo poderia se manifestar e se desenrolar em cada um dos dois caminhos divergentes. Em outras palavras, o modelo tem um passado, mas dois futuros. Contudo, o observador em um destes “futuros” poderá ver e experimentar apenas um deles.
Embora o modelo ainda seja inicial e não incorpore a mecânica quântica ou a relatividade geral, as suas potenciais implicações são vastas. Se isso vale para o nosso universo real, neste caso, o Big Bang não poderia mais ser considerado um início cósmico, mas apenas uma fase em um universo efetivamente atemporal e eterno.
"Esta situação de dois futuros exibiria um único passado, caótico em ambos os sentidos, o que significa que haveria essencialmente dois universos, um de cada lado deste estado central", diz Barbour. "Se eles foram suficientemente complexos, ambos os lados poderiam sustentar observadores que percebem o tempo indo em direções opostas. Qualquer ser inteligente não definiria sua flecha do tempo como se afastando desse estado central. Eles pensariam que agora vivemos em seu passado mais profundo", finaliza Barbour.
Business Insider
Fonte: http://seuhistory.com/noticias/experimento-inovador-mostra-que-podemos-estar-vivendo-no-passado-e-em-um-universo-paralelo
"Obviamente não estamos a dizer que a nossa galáxia é de certeza um wormhole, mas simplesmente que, de acordo com os modelos teóricos, a hipótese é uma possibilidade", contou um dos responsáveis pelo estudo, Paolo Salucci, num comunicado da SISSA (Escola Internacional para Estudos Avançados), em Trieste, Itália.
O estudo, publicado na revista científica Annals of Physics, confirma que é possível que existam túneis deste género, chamados wormholes, "na maioria das galáxias espirais", como é o caso da nossa, a Via Láctea. Wormhole é a palavra inglesa usada para descrever uma espécie de túnel do espaço e do tempo, através do qual seria possível viajar para surgir noutro lugar e noutra altura no Universo. Trata-se de um conceito hipotético que existe na física há muito tempo, mas que recentemente tem tido mais destaque graças ao filme Interstellar.
Fonte: http://jornalggn.com.br/noticia/astrofisicos-avancam-no-entendimento-da-materia-escura
Estamos acostumados à ideia de tempo linear. Assim sendo, nossa cultura é monocrônica: o tempo se estende como um longo caminho, no qual o passado é um presente que já aconteceu e o futuro é um presente que acontecerá. Porém, para outras culturas o tempo é policrônico: passado, presente e futuro são partes de um mesmo ciclo (eis o tempo e espaço unidos de Einstein!), que é trilhado infinitamente. O presente é apenas uma referência no tempo cíclico, pois o futuro já foi passado um dia.
O texto atribuído ao religioso jainista indiano Jinasena (século VIII) fala de um universo sem começo, que sempre existiu e existirá:
Saiba que o mundo, assim como o tempo, não foi criado, não tendo princípio nem fim, e é baseado nos Princípios, vida e natureza. Eterno e indestrutível, o Universo sobrevive sob a compulsão de sua própria natureza [...].
Não podemos esquecer que o tempo da história da humanidade, de alguns milhares de anos, é insignificante frente aos tempos evolutivos de bilhões de anos do planeta e do universo. Entretanto, Einstein nos lembra que "tudo é relativo". Para a maioria das pessoas, décimos, centésimos e milésimos de segundo são irrelevantes. Mas a um atleta, por exemplo, podem ser fundamentais para se estabelecer um novo recorde.
Uma coisa é certa, o tempo como conhecemos no dia-a-dia (a contagem do mesmo) é uma criação humana. Um produto de nossa mente com objetivos sobretudo práticos para as sociedades, assim como diversas outras coisas. A água já existia antes do homem criar sua fórmula química (H2O). Da mesma forma devemos encarar aquilo que chamamos "tempo".
Observação:
O Universo, diferente do que se pensava, está acelerando ao invés de desacelerar, ou seja, expandindo-se desde o Big Bang.
Partículas subatômicas podem estar conectadas mesmo a milhões de anos luz uma da outra:
Não importa que uma das partículas esteja na Via Láctea e a outra na vizinha Andrômeda – se houver entre elas o chamado entrelaçamento quântico, uma é parte indissociável da outra. Elas se influenciam instantaneamente, superando até mesmo a velocidade da luz. Isto é possível pois o princípio sugere que a matéria universal esteja interligada por uma rede de “forças” [provavelmente algo relacionado à matéria escura, possível acelerador da expansão do universo], sobre a qual pouco conhecemos, que transcende até mesmo nossa concepção de tempo e espaço.
Fonte: http://www.misteriosdoespaco.com/2014/07/7-coisas-que-comprovam-que-voce-e-o.html , com adição.
ALGORITMO: O NOSTRADAMUS DA CIÊNCIA
Quando aguardamos a chegada de uma pessoa amada, que estava ausente há um longo período, 20 minutos (marcados no relógio) de expectativa parecem durar 1 hora ou mais. Quando ela chega e parte novamente, os mesmos 20 minutos parecem terem sido apenas 5.
Nesse contexto, declama o deus escandinavo Frey, aguardando a chegada da belíssima Gerda, através da pena do poeta Henry W. Longfellow:
Uma noite é bem longa
Quando fazemos uma atividade que não nos agrada, os ponteiros do relógio parecem que quase não se movem. Quando realizamos algo que nos dá prazer, os mesmos ponteiros do mesmo relógio parecem girar rapidamente.
Já se sabe que quando a música provoca uma experiência de grande intensidade, o cérebro humano tem reações diferentes em seu córtex sensorial, causando um sentimento de atemporalidade.
Se você ouvir música clássica, seu cérebro não vai conseguir interpretar os batimentos por minuto, até porque eles são propositalmente vagos e se alteram a todo momento. Essa irregularidade promove uma sensação de que o tempo não está passando. O começo da música é lento, depois passa a ser mais rápido e, finalmente, se torna animado e cheio de energia. Se você se concentrar nela, talvez nem repare que quase 30 minutos vão se passar até o final da composição.
Essa capacidade de distorcer nossa noção de tempo faz da música uma manipuladora comportamental. É por isso, por exemplo, que academias de ginástica escolhem músicas eletrônicas, e restaurantes, músicas mais calmas e relaxantes. O mesmo acontece com algumas lojas, que apostam na música para tornar o ambiente mais atrativo e agradável.
Alguns estudos recentes comprovaram que músicas calmas fazem com que os consumidores fiquem mais tempo dentro de algumas lojas, o que nos leva à conclusão de que canções relaxantes nos fazem perder a noção de tempo muitas vezes.
Quando crianças também tínhamos uma noção de tempo diferente das pessoas mais velhas. 1 ano, por exemplo, parecia durar bem mais tempo. Hoje, com o nosso cotidiano sempre apressado, um ano, em geral, parece passar mais veloz.
Aliás, como na 1ª quadra da vida (de 0 a 20 anos) o desenvolvimento biológico das pessoas - crescimento e envelhecimento - é mais intenso e evidente, observadores mais velhos, que não convivem diariamente com os observados mais novos (sobretudo, crianças e adolescentes), acham que os anos passaram mais rápidos ao percebê-los maiores a cada reencontro, e geralmente se espantam:
- Puxa, como esse garoto(a) cresceu! Estou ficando velho!
Pintura de Hans Baldung Grien.
Uma vida em pouco mais de quatro minutos:
https://www.youtube.com/watch?v=AWGrUEyu-L0
Muitos orientais creem na reencarnação, vejam os desenhos de um artista oriental, feitos no Photoshop, de uma mulher ao longo da vida até o início de uma nova vida
QUANTO TEMPO GASTAMOS VIVENDO
Ratificamos que o "tempo" ou a precisa noção dele é uma criação humana. Para os cães, por exemplo, existe apenas o presente: a vivência prática do momento. Isso acontece porque seu raciocínio funciona a base de flashes, ou seja, de maneira descontínua e superficial.
O passado para os animais (varia entre as espécies) é apenas acontecimentos relativamente recentes e que se repetem ou que aconteceram e são relembrados pelos seus sentidos, quando entram em contato com algo ligado aos acontecimentos passados.
Um cão pode reconhecer uma pessoa ou o caminho de casa ou a hora de comer, porque seus sentidos como visão, audição e olfato já entraram em contato com tais experiências anteriormente, e um novo contato faz que o cérebro as relembre. No entanto, sem esse processo, diferente dos humanos, o animal não pode, apenas pelo pensamento, fazer recordações.
O cão só sente falta dos donos ausentes (ou de outros ligados a eles), porque tais pessoas conviveram com o cão por um período relativamente longo e criaram vínculos afetivos.
Nós também relembramos certos acontecimentos de forma quase parecida, quem já não sentiu saudades de uma época da vida ao ouvir determinada música ou fotografias antigas?
Os cães também não possuem a noção do futuro, a não ser quando aguardam alguma atividade rotineira que ainda não ocorreu e costuma ocorrer em determinado momento do dia, a exemplo da hora do passeio noturno diário, quando o dono retorna do trabalho.
Enfim, somente nós humanos possuímos uma noção mais aprofundada e longínqua do tempo. Contudo, temos muito o que aprender com os cães: se concentrar mais no presente e não permitir que o excesso de preocupações quanto ao passado e futuro atrapalhe nossa vida cotidiana.
E no nível do subconsciente (ou não desperto) a noção de tempo também muda. Já percebeu que nos sonhos uma vida inteira pode se passar em poucas horas de sono? Vide o filme "A Origem" (Inception, de Christopher Nolan, protagonizado por Leonardo Di Caprio).
Nosso corpo também tem o seu próprio tempo. Você já deve ter ouvido o termo "relógio biológico". Sono, ciclo menstrual, respiração, pressão sanguínea, divisão celular e várias respostas corporais parecem não obedecer convenções sociais ou opções pessoais. São inerentes à estrutura do nosso organismo.
Nossa temperatura corporal, por exemplo, sempre varia em um grau celsius durante o dia. São os ciclos cicardianos (cerca de um dia). Existem ciclos biológicos de períodos de sete dias, que podem ter dado origem à semana, além das quatro fases da lua, cada uma com sete dias, que determinam cada mês.
Elementos externos como isolamento social, temperatura do ambiente e luminosidade também podem alterar a noção de tempo. Experiências realizadas com pessoas isoladas em cavernas e estações polares (sem relógios) comprovou que elas dormiam ou faziam atividades em mais ou menos tempo do que se estivessem em condições normais. Se estivermos num ambiente de luz e temperatura constantes, nosso ciclo cicardiano será de 25 horas. Os mais jovens e extrovertidos podem alterar seus ciclos com mais facilidade.
Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio… você começará a perder a noção do tempo. Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.
Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol. Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:
Nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho. Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade.
Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo.
É quando você se sente mais vivo.
Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e ‘apagando’ as experiências duplicadas. Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.
[...]
Além do efeito do cotidiano há
(Ferreira Gullar).
Imprestável antes das 10 da manhã? Você pode ser uma “pessoa B”
"Sociedade B" quer que escolas e escritórios ofereçam horários alternativos para pessoas que tem um relógio biológico diferenciado.
Bom dia pra que? Você gosta de manhãs calmas e de noites agitadas? Acha que a vida é curta demais para perder tempo em congestionamentos? É mais produtivo depois das 10 da manhã? Se você respondeu sim a essas questões, muito provavelmente você é uma “pessoa B”. E o que isso quer dizer?
Cada um tem um relógio biológico diferente e, enquanto que alguns gostam de acordar cedo e conseguem trabalhar direito às 7:30 da manhã, outros se sentem melhores e mais produtivos à noite. No entanto, a sociedade é injusta e o mercado só fica aberto até as 22h, os chefes não oferecem turnos diferenciados e a escola começa às 7:15 da manhã.
Tentando consertar essa injustiça, foi criada a chamada “Sociedade B”, um mundo em que é possível trabalhar, estudar, ir ao cinema e pagar contas em um horário alternativo. Se o organismo de algumas pessoas é feito para a noite, por que obrigá-las a acordar cedo e estar na cama antes das 23h, tornando suas vidas um verdadeiro inferno?
A vida começa depois das 10h
Na Suécia, a primeira instituição a reconhecer a legitimidade da “Sociedade B” foi uma escola de segundo grau, que passou a oferecer a opção de turnos entre as 20h e as 8h. Afinal, um aluno que chega atrasado todos os dias nem sempre é preguiçoso, ele pode ser apenas uma “pessoa B”.
O manifesto da “Sociedade B” garante que trocas de horário na escola ou no trabalho podem aumentar a produtividade da pessoa e deixá-la mais feliz. Se você é imprestável no escritório até as 10 da manhã, por que seu chefe não permite que você faça um horário diferenciado, começando às 10:30 ou 11 horas?
Adotar horários diferenciados também acabaria com o que hoje conhecemos como “hora de pico”. Haveria menos congestionamento, menos filas e mais alegria.
A “Sociedade B” começou na Dinamarca, onde escolas e escritórios já estão se acostumando com as pessoas que acordam um pouco mais tarde, mas que rendem até tarde da noite. A ideia é que iniciativas assim surjam na Finlândia, na Noruega e até mesmo na Inglaterra ainda este ano.
Não precisar acordar cedo e poder viver até a madrugada não é uma má ideia! Gostou do movimento?
Fonte: http://zoinc.com.br/experiencias/09-2012/sociedade-b-quer-facilitar-a-vida-de-quem-e-imprestavel-antes-das-10-da-manha
Novo estudo mostra que o cérebro é prejudicado pelos horários antissociais ou "antinaturais": quando pessoas trocam o dia pela noite para realizar atividades ou vivem com poucas horas de sono.
Estudo publicado na revista Occupational and Environmental Medicine, afirma que dez anos de jornadas de trabalho instáveis envelhecem o cérebro em mais de seis anos. Quando as pessoas param de trabalhar em horários alternados há recuperação, mas o cérebro leva cinco anos para recuperar-se, porém nem sempre isso é possível.
Ao que parece, o tempo antinatural da vida contemporânea pode colaborar com a aceleração de casos de demência.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/bbc/2014/11/1542958-trabalhar-em-horarios-antissociais-envelhece-o-cerebro-diz-pesquisa.shtml
O hábito também pode "disciplinar" temporalmente nosso corpo e cérebro. Exemplo: se estamos acostumados a nos alimentar, dormir ou ir ao banheiro em determinado horário, e algum imprevisto "quebra" esse cotidiano (principalmente se for cultivado a longo tempo com poucas interrupções), certamente teremos fome, sono ou ficaremos "apertados" durante esse período.
Os tempos modernos trouxeram máquinas e sua alta tecnologia para acelerar nossas atividades: a máquina de lavar roupas que faz o trabalho mais rápido do que as antigas mulheres lavadeiras, o forno de microondas que cozinha ou aquece a comida mais velozmente do que o fogão à lenha ou a gás, o computador que organiza e agiliza o trabalho, o telefone celular que pode ser usado enquanto nos movemos, o avião que "encurtou a distância" entre os países... e mesmo com tudo isso nos sentimos cada vez com menos tempo.
o "admirável mundo novo" da dona de casa.
Tente entender o que é o desejo. Desejo significa que exatamente agora você não está bem, você não está à vontade. Neste exato momento, você não está à vontade consigo mesmo; e alguma outra coisa, no futuro, se satisfeita, lhe trará paz. A satisfação está sempre no futuro; nunca está aqui e agora. Essa tensão da mente pelo futuro é o desejo. O desejo significa que você não está no momento presente. E tudo o que existe é somente o momento presente. Você está em algum lugar no futuro e o futuro não existe. Ele nunca existiu, ele nunca existirá. Tudo o que existe é sempre o presente – este momento.
Chandra Mohan Jain ou Osho (1931-1990)
Parece que o caminho para a felicidade passa, necessariamente, pelas compras. E as pessoas querem comprar os produtos e rapidamente descartá-los, substituindo por novos. Isso representa grande desperdício de recursos naturais do planeta (Zygmunt Bauman).
Fonte: http://lounge.obviousmag.org/sarcasmo_e_sonho/2014/02/gastadores-solitarios-e-conectados.html
Procura-se sempre o último ou mais avançado produto, como na informática, a exemplo dos uploads ou upgrades. Parece que tudo se torna ultrapassado em cada vez menos tempo de existência, uma caducidade relâmpago (pelo menos é o que o mercado nos faz crer). Por vezes sai mais em conta comprar certo produto novo do que mandá-lo para o conserto.
Sou pessimista. As pessoas vivem melhor do que há 50 anos. Os negros, apesar de ainda estarem pior do que os brancos, vivem melhor. Mas, na vida contemporânea nos EUA, a maioria das pessoas têm vidas menos ricas do que as que viviam confortavelmente há 50 anos. Suas vidas são menos ricas -não economicamente. As pessoas pensam em preencher suas vidas com coisas, não têm interesses variados, veem TV -que é terrível. Ler livros, ver pinturas, escutar música olhar a paisagem, caminhar pela natureza -tudo isso trazia uma vida mais rica do que ficar em frente à TV, falar ao celular, entrar em redes sociais. A amizade mudou. Hoje é clicar no computador. Amizade não é mais uma coisa rica, de falar, olhar e fazer coisas junto.
Minha filha trabalhou numa empresa de desenvolvimento de programas de computador. Muitos de seus colegas têm em torno de 20 anos e ganham muito dinheiro. Perguntei a ela o que eles fazem com tanto dinheiro. Ela me disse: apenas compraram o que seriam brinquedos. Mas brinquedos grandes: vários carros, barco, sem falar nas traquitanas tecnológicas. Trabalham muito; não têm tempo para viajar. São apenas crianças grandes com a chance de fazer o que quiserem. E o que eles fazem é comprar objetos. É uma vida superficial.
Inventamos uma montanha de consumo supérfluo, e é preciso jogar fora e viver comprando e jogando fora. E o que estamos gastando é tempo de vida. Porque quando eu compro algo, ou você, não compramos com dinheiro, compramos com o tempo de vida que tivemos de gastar para ter esse dinheiro. Mas com esta diferença: a única coisa que não se pode comprar é a vida. A vida se gasta. E é miserável gastar a vida para perder liberdade.
(José Alberto "Pepe" Mujica, ex-Presidente da República do Uruguai).
SEJAMOS CONSUMIDORES, NÃO CONSUMISTAS
Zygmunt Bauman
Ler a entrevista completa em: http://colunastortas.com.br/2015/05/18/nao-se-pode-escapar-do-consumo-revela-zygmunt-bauman/
A metade do problema é o excessivo consumismo, o esbanjamento que predomina. E é por isso mesmo que nenhum provável partido de poder não promete aos seus eleitores que combaterá o consumismo. Não falamos, naturalmente, para frugalidade, mas para mudança da forma de pensar e de forma de vida, com ênfase na satisfação das necessidades e não a satisfação dos consumidores. O mundo, então, não esbanja dinheiro para adquirir diversos gadgets como, por exemplo, você adquirir um novo telefone celular, enquanto o antigo continua funcionando perfeitamente.
(Zygmunt Bauman, sociólogo polonês. Entrevista completa sobre a crise entre Grécia e União Europeia em 2015: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/546124-zygmunt-bauman-seus-netos-continuarao-pagando-os-30-anos-da-orgia-consumista)
A bateria de um celular morre em dois anos, um computador em quatro, a geladeira está tendo problemas em oito anos e de repente, em um belo dia, a televisão lhe diz adeus.
“Não há nada para se fazer além de comprar outra”.
É possível fazer produtos que durem mais do que isso? Quem sabe a vida toda?
Benito Muros da SOP (Sem Obsolescência Programada), diz que é possível. Por isso está ameaçado de morte.
O conceito de obsolescência programada surgiu entre 1920 e 1930 com a intenção de criar um novo modelo de mercado, que visava a fabricação de produtos com curta durabilidade de maneira premeditada obrigando os consumidores a adquirir novos produtos de forma acelerada e sem uma necessidade real.
As lâmpadas e a luta de Benito Muros respondem a um novo conceito empresarial, baseado em desenvolver produtos que não caduquem, como aquelas geladeiras Frigidaire ou máquinas de lavar Westinghouse que duravam a vida toda.
Uma filosofia empresarial mais conforme com nossos tempos, graças à comercialização de produtos que não estejam programados para ter uma vida curta, senão que respeitem o meio ambiente e que não gerem resíduos que, por vezes, acabam desembocando em containers de lixo no terceiro mundo.
Muros fala sobre seu projeto:
"Se trata de um movimento que denuncia a Obsolescência Programada. Lutamos para que as coisas durem o que tenham que durar, porém os fabricantes de produtos eletrônicos os programam para que durem um tempo determinado e obrigam os usuários a comprar outros novos. A lei permite!
O consumo de nossa sociedade está baseado em produtos com data de validade. Mudar isso suporia mudar nosso modelo de produção e optar por um sistema mais sustentável. Os fabricantes devem ser conscientes de que as crises de endividamento como a que vivemos são inevitáveis e que podemos deter o crime ecológico."
A lâmpada criada pela OEP Electrics responde à necessidade atual de um compromisso com o meio ambiente. Ao durar tanto tempo, não gera resíduos ao mesmo tempo em que permite uma poupança energética de até 92% e emite até 70% a menos de CO2.
Mas, ao que parece, a indústria de produtos elétricos não está muito contente com a descoberta. Benito Muros diz que está sendo ameaçado devido a seu invento e inclusive afirma ter recebido ofertas milionárias para retirar seu produto do mercado.
- “Senhor Muros, você não pode colocar seus sistemas de iluminação no mercado. Você e sua família serão aniquilados”, reza a denúncia que Muros apresentou à Polícia, que apesar do medo não se acovardou.
Para realizar sua pesquisa, Muros viajou até o parque de bombeiros de Livermore (Califórnia), lugar no qual há uma lâmpada que permanece acesa de forma ininterrupta há mais de 111 anos. Ali contatou com descendentes e conhecidos dos criadores da lâmpada, já que não existia documentação a respeito.
Com esta informação conseguiu as bases para começar sua pesquisa, cujo achado supõe um novo conceito de modelo empresarial baseado na não Obsolescência Programada.
Fontes: http://www.eleconomista.es/hpymes/noticias/4290506/10/12/Me-persiguen-por-crear-una-bombilla-que-no-se-funde.html & http://
Eis um excelente vídeo sobre o assunto: https://www.youtube.com/watch?v=q97DdVViqLg&feature=youtube_gdata_player
Aqui algumas soluções para baterias de smartphones, que geralmente duram pouco e têm que ser descartadas ameaçando a Natureza: http://olhardigital.uol.com.br/noticia/o-que-pode-ser-feito-para-melhorar-as-baterias-dos-smarpthones/44146
Cientista mexicano criou bateria com carga que pode durar 100 anos (renovável ou "autorrecarregável") utilizando uma substância produzida por nossa pele, cabelo e revestimento da retina, a melanina: http://seuhistory.com/noticias/cientista-mexicano-cria-uma-bateria-com-carga-infinita
Combustíveis fósseis (gasolina, diesel, carvão mineral etc.) não são renováveis e são muito poluentes. Felizmente, há gente preocupada em mudar o paradigma das fontes de energia não renováveis. Uma grande invenção é o carro movido a água. Esse veículo é uma grande ameaça às poderosas indústrias petroquímicas, mas que esperamos, em futuro próximo, ser viável (menos caro) e mais eficiente do que hoje. Reportagem de uma revista popular especializada em ciência: http://super.abril.com.br/tecnologia/carro-movido-agua-446658.shtml e vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=XcSAEWguGZg Além desse automóvel, há os movidos a bateria, a hidrogênio, a ar comprimido, biocombustível (álcool, óleo de mamona etc.) e outros.
Viver com poucos recursos; procurar a elegância mais do que o luxo e o refinamento mais do que a moda; ser digno, não respeitável; próspero, e não rico; estudar muito, pensar serenamente, falar com gentiliza, agir francamente; prestar atenção às estrelas e aos pássaros, às crianças e aos sábios, de coração aberto; viver tudo com alegria, tudo fazer com coragem...
William Ellery Channing, pastor unitarista estadunidense (1780 - 1842).
Uma das maiores sacanagens do capitalismo, em minha opinião, é criar necessidades. Ou seja, fazer você acreditar que precisa de alguma coisa e então passar a não viver mais sem ela. Outra, pior ainda, é conseguir convencer as pessoas de que algo antigo, durável e que funciona perfeitamente na verdade é obsoleto e portanto deve ser substituído. Ambas as situações ocorreram com os filtros de barro no Brasil.
O filtro de barro é, segundo especialistas, a maneira mais segura e eficiente de se filtrar a água de beber que existe. Ela sai do filtro 95% livre do cloro, parasitas, pesticidas, metais como ferro, chumbo e alumínio e o que é melhor, fresquinha, porque a cerâmica diminui a temperatura da água em até 5 graus centígrados.
[...]
No entanto, a partir da década de 1990, fomos convencidos do contrário: que o filtro de barro era ineficiente e até mesmo “cafona”, e que a melhor água para o consumo humano é a engarrafada, pela qual desde então pagamos dinheiro, em vez de utilizar a que vem da torneira, pela qual também pagamos, e 2 mil vezes mais barato.
Para saber mais sobre o assunto, inclusive sobre os prejuízos ambientais pela retirada exagerada de água mineral do subsolo: http://socialistamorena.cartacapital.com.br/o-filtro-de-barro-o-capitalismo-e-a-seca-em-sp/
Análise de Frei Gilvander (com adição): A natureza do capitalismo [selvagem] é aferroar vidas o tempo todo e cada vez com mais veneno. O funcionamento do capitalismo exige expansão, crescimento sem limites. Isso é impossível pois a natureza precisa de tempo para se recuperar das agressões. Confira: http://www.brasildefato.com.br/node/28969
O vice-presidente do Google e co-criador da web, Vint Cerf, declarou em um evento que está preocupado com as imagens e documentos que hoje estão salvos apenas em formato digital. O motivo? Ele acredita que esses arquivos possam ser perdidos em algum momento da história, à medida que hardware e software se tornem obsoletos.
“Formatos antigos de documentos que criamos ou apresentações podem não ser compatíveis com a última versão de um software porque a compatibilidade retroativa não é sempre confiável”, disse Cerf à BBC durante um encontro da Associação Americana para o Avanço da Ciência.
Para se ter ideia do tamanho do problema que Cerf vislumbra, o executivo declarou que teme que as gerações futuras possam não ter nenhum registro do século XXI, o que levaria a humanidade a uma “Idade das Trevas Digital”.
“O que pode acontecer com o tempo é que mesmo que acumulemos vastos arquivos de conteúdo digital. nós não saberemos do que se trata”, afirmou.
Cerf tem uma proposta para resolver o problema: a criação de um museu na nuvem que preserve digitalmente as características de cada software e hardware, para que mesmo que uma tecnologia se torne obsoleta, seus arquivos ainda possam ser acessados.
O conceito foi batizado de “pergaminho digital” e a ideia está sendo desenvolvida pelo pesquisador Mahadev Satyanarayanan, da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA.
Enquanto essa questão não é resolvida, pode ser melhor você começar a imprimir suas fotos e arquivos mais importantes.
Fonte: http://blogs.estadao.com.br/link/segundo-o-pai-da-internet-e-melhor-voce-comecar-a-imprimir-suas-fotos-favoritas/
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) o desenvolvimento científico-tecnológico trouxe a era da microeletrônica (miniaturização das máquinas e acessórios), fato que barateou os preços e facilitou a produção e o consumo em massa de diversos produtos.
Um relógio, automóvel ou aparelho de rádio na época de nossos avós eram construídos para ter uma vida útil bem maior (muitos funcionam até hoje, porém, nem sempre há peças repositoras). Atualmente, as indústrias fabricam produtos menos duráveis, a fim de incentivar o consumo de novos em curtos espaços de tempo.
Contudo, pouco se pensa na energia gasta ou na eficiência em reciclar os resíduos dessa produção cada vez mais em massa. Sabe-se que algumas empresas de países ricos até exportam seu lixo para países mais pobres, a fim de escapar de leis ambientais.
"A História Secreta da Obsolência Programada" é um documentário franco-espanhol pra entender como os produtos são projetados e construídos para durarem pouco já há um bom tempo (não são só os smartphones) e como essa "regra" do sistema gera lixo para o planeta: http://www.youtube.com/watch?v=o0k7UhDpOAo&hd=1
Segundo o autor, a humanidade vive uma sensação ou síndrome de "loop de montanha russa", ou seja, nossa noção de tempo histórico virou de ponta-cabeça. Essa época traz à humanidade a aceleração em escala multiplicativa e em reação em cadeia, quanto às mudanças (inovações tecnológicas), o surto dramático de transformações. Tudo é imprevisível, irresistível e incompreensível. Como dizia o compositor Renato Russo, o futuro não é mais como era antigamente (índios, 1986).
Preferimos não pensar nos prejuízos (econômicos, culturais, ambientais etc.), no entanto, devido ao ritmo acelerado dos acontecimentos, pode ser tarde demais para parar ou mesmo reconhecer o momento de parar, a fim de prevenir tais prejuízos.
O teólogo brasileiro Leonardo Boff, acerca das conferências internacionais da Rio+20 (2012), que discutiram temas sobre ecologia e desenvolvimento sustentável, esclareceu:
Acolheram a “grande transformação” (Polanyi) ao anular a ética, marginalizar a política e instaurar como único eixo estruturador de toda sociedade a economia; de uma economia de mercado, passou-se a uma sociedade de mercado, deslocando a economia real da economia financeira especulativa, esta comandando aquela. Confundiram desenvolvimento com crescimento, aquele como o conjunto de valores e condições que permitem o desabrochar da existência humana e este como mera produção de bens a serem comercializados no mercado e consumidos [...].
Sevcenko nos alerta que não devemos nos conformar, sermos passivos com o mundo de mudanças super-aceleradas. Podemos resistir à elas e compreendê-las. A tecnologia não pode abolir a crítica, pois precisa dela para avançar. Dialogar com as inovações é ponderar sobre seu impacto, avaliar seus efeitos e perscrutar seus desdobramentos. Criticar é elaborar julgamentos para orientar ações. Sistemas que aboliram a crítica morreram por obsolescência tecnológica. A técnica deve ser também socialmente consequente, contudo o loop emudece a crítica tornando a técnica surda à sociedade.
O autor propõe um distanciamento do ritmo acelerado (para um melhor discernimento crítico dos fatos), a recuperação do tempo da sociedade ou tempo histórico (para avaliar as mudanças em curso e quem é beneficiado e prejudicado) e a sondagem do futuro (a crítica histórica ponderando com a técnica a serviço dos valores humanos para benefício da maioria).
Para enfrentar a "síndrome do loop" é preciso dobrar o tempo em passado, presente e futuro, já que tal síndrome abole a percepção do tempo.
Ela também obscurece as referências de espaço. Eis o conceito de globalização: tudo se tornou um só espaço, devido a rede de comunicações e informações. Nesse espaço global, quem mais saiu em prejuízo foram as nações menos desenvolvidas economica e tecnologicamente.
Esse atual período de inovações e ritmo de tempo acelerado trouxe às nações mais desenvolvidas desequilíbrios, mas também muitos benefícios (aliás, os melhores do planeta). Porém, as demais sociedades foram levadas de roldão na celeridade tecnológica, ao custo de desestabilização das estruturas e instituições, da exploração predatória dos recursos naturais e do aprofundamento de desigualdades e injustiças.
Não houve tempo hábil, nem vontade política, para que a maior parte da população dos países menos ricos pudesse ser inserida no novo processo de modernização, gerando, assim, uma massa significativa de "excluídos digitais" (como os objetos industrializados, as pessoas também se tornam obsoletas para o sistema).
O Brasil carrega há tempos esse descaso histórico-social. Nunca houve uma política de inserção socioeconômica, a exemplo de uma educação pública preparatória para o trabalho assalariado dos ex-escravos, após a Lei Áurea (eles e seus descendentes saíram das senzalas para as favelas).
Zeitgeist é um termo alemão que significa literalmente "O espírito da época, era ou do tempo". A moda intelectual ou escola de pensamento dominante que tipifica e influencia a cultura de um determinado período de tempo. Por exemplo, o zeitgeist do modernismo foi marcado pela arquitetura, arte, moda durante grande parte do século XX. O zeitgeist do século XXI, além das mudanças cada vez mais aceleradas que começaram no século anterior, é marcado pelo culto e dependência da tecnologia.
Fonte: "Diário da Tribo" (1997) e "A Dança do Universo", de Marcelo Gleiser.
Ou no clamor triunfal, que todas me feristes!
E bendita, que sobre a minha cova aberta
Pairas, última, ó tu que matas e libertas!
(do soneto homônimo de Olavo Bilac).
Antiga moeda romana cunhada com a efígie do deus Janus
Em latim, “porta” se diz janua. Não é por acaso que o nome do mês da "entrada do ano", janeiro, faz referência a "Jano": o deus das passagens, entradas ou portas. No templo deste deus havia doze portas simbolizando os meses do ano. Os romanos pré-cristãos costumavam comemorar o Ano-Novo, 1º de janeiro, em homenagem a Janus ou Jano, filho de Apolo e da ninfa Creusa. Por ser uma divindade voltada para a paz, os romanos celebravam a passagem de ano presenteando uns aos outros, organizando banquetes e distribuindo votos de próspero ano vindouro. Como podemos notar, herdamos deles tal costume.
A palavra “réveillon” é de origem francesa e é usada para expressar a festa com baile e banquete (ou ceia) no Dia de Natal e principalmente na noite da Véspera do Ano Bom (31 de dezembro). Réveillon vem da palavra réveil, que significa "despertar". Também designava o toque de alvorada da corneta militar. Assim, réveillon é o “despertar de um novo ano”.
Na virada de ano, pula-se sete ondas porque o sete é o número cabalístico do candomblé que representa Exu, filho de Iemanjá (representado por Santo Antônio). Ele é a entidade responsável por “abrir caminhos”.
Os fogos de artifício são a marca de toda passagem de ano. Na China logo após a invenção da pólvora, durante a Dinastia Han (206 a.C.–220 d.C.), monges taoístas desenvolveram os primeiros fogos rudimentares para fins religiosos (afastar espíritos malignos). O engenheiro militar francês Amédée-François Frézier (1682-1773) publicou seu “Tratado sobre Fogos de Artifício” (1706), o qual por muitos anos serviu de consulta aos pirotécnicos. No Brasil, há registros do uso de fogos de artifício logo após 1500. As cores são obtidas pela adição de certos elementos químicos às substâncias pirotécnicas. Exemplo: Sódio (amarelo), bário (verde), cobre (azul), estrôncio (vermelho) e cálcio (alaranjado).
Só para lembrar: o hábito carioca de comemorar a virada na praia começou com os umbandistas, que durante muitos anos ocupavam sozinhos as areias para louvar Iemanjá. A iniciativa de fazer a festa na praia de Copacabana partiu da turma que acompanhava Tancredo da Silva Pinto, o Tata Tancredo, líder religioso, sambista (foi fundador da Deixa Falar do Estácio) e personagem fundamental da cultura carioca.
Era bonito ver a orla ocupada pelos terreiros e a noite iluminada por velas. O furdunço não excluía ninguém. Conheço ateus, católicas, crentes, budistas, flamenguistas, tricolores, bacalhaus e botafoguenses que, por via das dúvidas, garantiam ano bom recebendo passes de caboclos e pretas velhas nas areias, com direito a cocares, charutos e sidra de macieira.
Hoje a confraternização nas areias virou atração turística bacana, atrai gente de tudo quanto é canto, gera divisas e garante a ocupação da rede hoteleira. Em contrapartida, os atabaques foram silenciados e os terreiros buscaram alternativas para continuar batendo em praias fora dessa "centralidade turística", driblando ainda a intolerância do bonde da aleluia.
A elitização do furdunço é evidente nos espaços reservados nas areias, controlados por grupos privados. Um crime contra a cultura carioca.
Mojubá, Tata Tancredo, patriarca do Omolokô, herói civilizador da nossa gente!
Fonte: Luiz Antonio Simas via Facebook.
Na Véspera do Ano-Novo de 1971, uma churrascaria (a extinta Mariu's, situada na Av. Atlântica, no Leme) promoveu a primeira queima de fogos, de iniciativa empresarial, no bairro (evidentemente pessoas soltaram fogos bem antes disso, como os grupos de umbanda durante seus rituais na noite de 31 de dezembro). A partir do réveillon de 1976, o antigo hotel Méridien-Rio promovia uma cascata de fogos em seu edifício.
Somente com a união da prefeitura com a rede hoteleira, em 1981, a queima de fogos se tornou um evento oficial e tradicional na virada de ano carioca.
Era consumido pelos romanos desde c.79 a.C. Na Idade Média, acompanhou as festas de coroação de reis franceses em Reims. Mais tarde ganhou grandes apreciadores como Luís XV e Napoleão Bonaparte. Por volta de 1697, o monge beneditino Dom Pierre Pérignon ajudou a controlar a fermentação secundária (método champenoise). Hoje uma famosa série de champanhe leva o nome dele (a maison Möet&Chandon adquiriu a marca em 1936).
Contudo, antes de Pérignon, em 1662, o médico e cientista inglês Christopher Merret (c.1614–1695) documentou a formação de gás no vinho adicionando-se açúcar durante a segunda fermentação de certas uvas. Em 1816, madame Clicquot fundou o processo de industrialização do champanhe ao criar a tábua de revirar, que permite inclinar e girar as garrafas de modo a deslocar os detritos de cada uma tornando o líquido perfeitamente límpido, o que o tornou um vinho ainda mais nobre.
"No século IV, para construir esta cidade [Reims], capital da província da Bélgica, chamada Durocortorum, necessitava-se de pedras. E essas se encontravam no subsolo, pois aqui toda a região é constituída de giz."
Foi em meados do século XIII, ou seja, 700 anos após os romanos terem esburacado Reims como um queijo suíço, que os monges beneditinos tiveram a ideia de utilizar as grutas resultantes como cavas, para melhor envelhecer o vinho. Para facilitar o acesso, fizeram portas e cavaram passagens entre as adegas.
Nos séculos XVI e XVII, o vinho de Champagne era conhecido na corte francesa por sua qualidade, embora ainda NÃO fosse efervescente.
Aqui entra em cena Dom Pérignon, mestre de adega da abadia de Hautvillers a partir de 1668. Ele foi o primeiro a empregar a técnica de assemblage, misturando diferentes tipos de vinho. E descobriu que era possível fabricar vinho branco a partir de uvas pretas, se as cascas fossem retiradas rápido o suficiente. Porém, o champanhe ainda não "fazia bolinhas".
Ao monge Dom Pérignon e seu ajudante Dom Ruinart são atribuídas algumas mudanças fundamentais na produção do champanhe. Entre as suas descobertas estão a mistura de diferentes vinhos da região, o uso de garrafas de vidro mais espesso, o uso da rolha de cortiça e a escavação de adegas profundas
Devido à situação geográfica de Champagne, ao norte do país, o tempo esfria muito rápido no outono. Isso pode interromper a fermentação do mosto, antes que todo o açúcar se transforme em álcool. Na primavera, quando a temperatura sobe novamente, o processo é retomado e o dióxido de carbono resultante torna o vinho espumante.
Esse fato não chamou atenção até o século XVIII, pois o vinho fermentava em barris e o gás escapava. Mas em 1728, Luís XV permitiu o transporte da bebida em garrafas. Foi então que o alto teor gasoso do champanhe se tornou perceptível, fazendo explodir as garrafas que eram sacudidas nas carroças durante o transporte.
Isso passou a ter consequências avassaladoras para os vinicultores, que até meados do século seguinte chegaram a perder 50% de sua produção. Entretanto, os ingleses, que já apreciavam o vinho champanhês "tranquilo", se lançaram avidamente sobre a novidade vinda da França e auxiliaram na fabricação de garrafas mais resistentes, a partir do século XVII, a exemplo do comerciante George Ravenscroft.
O próximo passo decisivo nessa evolução coube à Madame Barbe-Nicole Cliquot Ponsardin, uma negociante de visão. Seu mestre adegueiro, o alemão Anton von Müller, criou em 1813 um método para livrar o líquido do levedo. Para tal, desenvolveu os pupitres de remuage, onde as garrafas são mantidas com o gargalo para baixo e deslocadas a intervalos regulares.
E assim o champanhe se tornou a bebida cristalina e frisante que hoje conhecemos. E também um campeão de vendas. Enquanto em 1785 se vendiam centenas de milhares de garrafas, o volume de venda registrado em 1845 já era de 6,5 milhões.
Hoje o consumo é um múltiplo dessa cifra, sobretudo no fim do ano. A produção total de champanhe em 2008 foi de 300 milhões de garrafas. Segundo Redon, 65% das garrafas produzidas em um ano são abertas entre o Natal e o Ano Novo.
O calendário judaico foi iniciado em 3761 a.C. (Ano 1 dos judeus), época do patriarca Abraão. Tal contagem do tempo foi fixada bem depois, durante o cativeiro do povo hebreu na Babilônia, no séc. VI a.C. Portanto, eles estão nos idos de 5700. O ano-novo judaico antecede o Yom Kippur (Dia do Perdão ou da Reparação). Nele os judeus devem ficar 24 horas em jejum orando. A passagem de ano judaica é uma festa móvel. Acontece na lua nova entre os meses do outono do Hemisfério Norte. O nome original (em hebraico) do ano-novo judaico (que significa “cabeça do ano”) é Rosh Hashanah e sempre ocorre entre setembro e outubro.
Em lugares onde a maioria da população não é cristã, como em diversos países da Ásia, o calendário ocidental foi adaptado às tradições locais ou adotado apenas para uso civil. Em tais países, o calendário tradicional é usado sobretudo para fins religiosos.
Por exemplo, na Índia existem mais de doze calendários (ao norte do país, o ano começa na Festa de Dîwâlî, no outono).
Na Tailândia, o ano começa na metade do mês de abril.
Na cultura dos mapuche - indígenas do centro-sul do Chile, sudoeste da Argentina e áreas da Patagônia -, o primeiro dia do inverno é sagrado, dito "We Tripantu" (novo nascer do sol), e representa para eles o ano novo. Diferente dos europeus e culturas do Oriente Médio, o inverno nos Andes começa por volta de 21 de junho. No entanto, semelhantes aos antigos povos do Hemisfério Norte, os mapuche também se preparam para o longo período de pouca luz e muito frio promovendo festins ao sol que se "enfraquece".
Dias dos sans-culottes: 17/09 a 21/09
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
(Trecho de “Receita de Ano Novo”, Carlos Drummond de Andrade)
No filme Interestelar, quando os astronautas aterrissam no planeta Miller, eles experimentam um fenômeno chamado dilatação do tempo gravitacional, que é um efeito previsto pela Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.
ResponderExcluirEsse efeito ocorre devido à intensa gravidade perto de um buraco negro supermassivo, conhecido como Gargantua no filme.
O planeta Miller está extremamente próximo de Gargantua, e a gravidade nesse ponto é imensamente intensa. Quanto maior a gravidade em um local, mais lento o tempo passa em relação a um lugar com gravidade mais fraca.
Por causa dessa intensa gravidade, o tempo no planeta Miller passa muito mais devagar do que na Terra. No filme, eles explicam que uma hora no planeta Miller equivale a sete anos na Terra.
A dilatação do tempo gravitacional é causada pela curvatura do espaço-tempo em torno de objetos extremamente massivos, como buracos negros.
A ideia é que quanto mais perto você estiver de uma fonte de extrema gravidade, como Gargantua, mais o espaço e o tempo se "dobram" ou se "esticam".
Então, para quem está perto do buraco negro (no caso, no planeta Miller), o tempo parece passar normalmente, mas em comparação com alguém mais distante dessa influência (como na Terra), ele passa muito mais devagar.
Créditos: Astronomia Interestelar
Um navio a vapor de passageiros chamado SS. Warrimoo navegava pelas águas do Pacífico médio no seu caminho de Vancouver para a Austrália. A posição do Warrimoo era Latitude 0o31'N e Longitude 179o30'W. A data era 31 de dezembro de 1899. O que significa isto? À meia-noite, o SS Warrimoo estava no equador exatamente no ponto onde cruzou a linha internacional de mudança de data e as consequências dessa posição foram as seguintes:
ResponderExcluirA frente (proa) do navio estava no hemisfério sul e em pleno verão.
A traseira (popa) estava no hemisfério norte e em pleno inverno.
A data na popa do navio era 31 de dezembro de 1899.
Na proa (de proa) era 1 de janeiro de 1900.
Portanto, este navio esteve em dois dias diferentes, dois meses diferentes, dois anos diferentes e duas estações diferentes. 🙂